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Chegou a Hora de Comprar Ações?

Publicado 23.10.2014, 05:46
Atualizado 14.05.2017, 07:45

Trilema possível

Há três coisas na vida que você precisa valorizar: sua família (e, aqui, insiro seus amigos, pois não vejo distinção entre as coisas), sua vocação e um bom negroni - não necessariamente nessa mesma ordem.

O chamado que eu recebi - e, sim, eu realmente acredito nessa história de vocação - foi para falar com didática e, se possível, bom humor sobre economia, finanças e investimentos para a pessoa física.

Agora, abrindo o coração...

Só há um assunto no momento: as eleições. São elas o grande catalisador da hora. Sinalizações em favor de Dilma Rousseff implicam aumento dos prêmios de risco, queda da Bolsa, valorização do dólar e alta dos juros de mercado. Vale o inverso no caso de Aécio Neves.

O comportamento dos mercados obedece rigorosamente à lógica supracitada nas últimas semanas. Hoje não é diferente. Sem novidades, aproveito para, obedecendo à minha vocação, emprestar um pouco de teoria financeira para explicações de cunho prático. São considerações valiosas para pessoas físicas e até mesmo profissionais de investimentos, por vezes sem o devido embasamento teórico.


O mercado sabe fazer conta?

Vamos assumir que a eleição, no momento, seja o único fator de determinação da pontuação do Ibovespa. Obviamente, trata-se de hipótese simplificadora - por definição, modelos atendem a essa característica. Dado o comportamento recente, porém, não se trata de um absurdo.

Façamos uma conta simples de valor esperado: qual seria a pontuação justa para o índice?

Para isso, precisamos das probabilidades associadas a cada um dos cenários e as respectivas pontuações em cada caso.

Vamos assumir, neste momento, 60% de chance de vitória de Dilma Rousseff e o restante para Aécio Neves. No primeiro caso, entendemos que o Ibovespa iria a 45 mil pontos. Já no caso contrário, a 70 mil pontos.

Esclarecimento importante: aqui não estamos interessados nas probabilidades e nas pontuações em si. Você pode manipular essas premissas como quiser - não é este o ponto.

O valor esperado a partir das suposições acima é de 55 mil pontos. Se você refizer com 55% de chance para Dilma, teria 56,2 mil. Se replicar para 65% em favor de Dilma, o que já parece um cenário bem agressivo em prol da reeleição diante dos números, chega a 53,7 mil.


Hora de comprar?

Daí, você olha o Ibovespa e vê 52,5 mil agora. Mercado erra ao fazer conta? Clara sinalização de compra?

Seria se os agentes fossem neutros ou amantes do risco. Embora o valor esperado seja 55 mil pontos (no cenário inicial sugerido), há um risco de o índice vir bem abaixo disso, não há?

Então, se o índice estivesse, de fato, aos 55 mil pontos, assumindo que os agentes são avessos ao risco, todos prefeririam não comprar ações. Para entrar na Bolsa, exigir-se-ia uma pontuação inferior aos 55 mil pontos. Essa diferença chama-se prêmio de risco.

Dá para entender mais fácil através de um cara ou coroa. Você entraria num cara ou cara que perderia R$ 5 milhões no caso de derrota; e ganharia R$ 5 milhões no caso de vitória? Ou preferiria não participar deste jogo?

Se você é avesso a risco, como a maior parte das pessoas, prefere evitar a chance de perder R$ 5 milhões.

O apreçamento atual, portanto, não sugere que o mercado não sabe fazer conta. Mostra apenas que cobra-se um prêmio de risco para estar em Bolsa.

Hora de comprar LTN?

Os prêmios de risco estão por toda parte, muito além das ações apenas. Ocorre que mesmo gente treinada desconsidera sua existência, cometendo erros com desdobramentos importantes em termos de alocação de ativos.

Isso me remete a uma história pessoal, que me deixou “estarrecido”.

Por um tempo, ajudei a gerir um fundo multimercado de uma instituição financeira. Eu sempre fui um cara de ações. Portanto, para preencher minha lacuna na Renda Fixa, reunía-mos à época com o chefe da mesa da área na instituição financeira.

Dizia ele: “comprem LTN (prefixado) pois a diferença sobre a NTN-B implica uma inflação implícita muita alta agora.”

O racional é incompleto. A LTN é um título prefixado, em que você sabe o juro nominal que vai receber se carregar até o final. A NTN-B é um título atrelado à inflação.

Ocorre que o investidor está (ou deveria estar) preocupado com o juro real, acima da inflação. Na LTN, portanto, se a inflação dispara, você tem um juro real corroído, baixo. Já na NTN-B, se a inflação disparar, você tem o juro real preservado.

Logo, o juro da LTN é uma composição do juro real, da expectativa de inflação e do prêmio de risco da inflação - e é justamente por isso que ele normalmente paga mais do que a NTN-B, tomando por base apenas cálculos de inflação implícita; e é também por isso que eu prefiro as NTN-Bs.

Hora de comprar real?

Há também o prêmio de risco cambial. Todos querem um seguro para estar numa moeda exótica como o real. Há razão de ser assim, não é mesmo?

Veja o que o fofo ex-presidente Lula disse na última terça-feira em Recife:

Essa semana fiquei pasmo. Fiquei sabendo que a revista The Economist disse que o povo tinha que votar no outro candidato. Quem eles pensam que são, pensam que podem dar ordem lá de fora? Já expulsamos os gringos daqui.

Rezo para que a xenofobia não tenha efeitos práticos. Se expulsarmos os gringos daqui, estaremos simplesmente fritos, como os ovos do Márcio Holland. Quem fecha nosso balanço de pagamentos hoje é o capital de curto prazo, com o déficit em conta corrente sendo superior ao Investimento Estrangeiro Direto.

Torço para que a única expulsão seja mesmo aquela do Larry Rotten, que comentou sobre o hábito etílico do ex-presidente.

Entre expulsões, agressões ao português e outros cartões amarelos ao estadismo, fica mesmo é impressão de que o dólar é para cima, agora empurrado também por elementos externos: aguardemos o afrouxamento monetário europeu e uma enxurrada de euros por ai.

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