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Câmbio: os dilemas do governo em torno do dólar!

Publicado 22.04.2014, 11:07
Atualizado 14.05.2017, 07:45
Este ano será bastante atípico em sua dinâmica para a economia brasileira, praticamente envolvido por questões que lhe reduzirão em pelo menos 1/3 de tempo útil, inclusive com um importante evento que é a eleição presidencial, já exercendo forte impacto no mercado financeiro, seja pela antecipação de iniciativas de bancos e empresas em suas captações de recursos, seja pela forte influência que as pesquisas eleitorais passam a exercer sobre as expectativas afetando a formação de preços dos ativos no mercado financeiro.

E, há problemas diversos e relevantes que precisam ser combatidos não com discursos, mas sim com atitudes efetivas e estas tem contra si o fato do ano eleitoral e a ineficácia de mecanismos contumazes que se repetem no enfrentamento das situações.

A inflação está aquecida, o Boletim FOCUS já a projeta na edição do dia 17 último divulgada hoje em 6,51% para este ano, acima da meta, mas o pior é que notoriamente as perspectivas e o sentimento predominante é que a inflação continuará crescendo e que está bem acima do IPCA oficial principalmente nos preços livres e que com os preços administrados comprimidos deforma a apuração da inflação real. Este fato vem sendo atribuído ao item alimentos, mas examinado com acurácia é fácil detectar que há expressiva disseminação por grande parte da economia.

Este é o desafio maior para o governo no ano eleitoral, visto que está atingindo toda a sociedade, mas em especial as classes mais carentes como C e D que tem fácil percepção quando percebem que o poder aquisitivo de seus salários está sendo rapidamente corroído.

Elevar a taxa de juro SELIC teria em tese dois objetivos prioritários. O primeiro conter as pressões inflacionárias, e segundo, conter a pressão do consumo pelo encarecimento do crédito. No fundo é um desincentivo ao investimento, que é algo imprescindível para o país, que tem projeção do BOLETIM FOCUS para este ano de 2014 de crescimento de tão somente 1,63%, em linha cadente semana após semana.

Para buscar conter uma compressão maior contra as pressões altistas de inflação, o governo recorre à antiga fórmula de apreciar o real frente ao dólar, e com isto conduz outra vez a uma situação caótica o nosso setor exportador, cujos produtos exceto “commodities” já tem baixa atratividade no exterior, que desta forma se sente desmotivado ao investimento, enquanto, na contrapartida incrementa o volume de importações de produtos acabados, semiacabados e insumos. Os efeitos deletérios desta estratégia são plenamente conhecidos na economia brasileira.

A despeito do país com as perspectivas de crescimento econômico, para 2014 e 2015, pouquíssimas atraentes, o juro elevado o tornou até aqui especialmente atraente ao capital especulativo que veio de forma intensa direcionado para a renda fixa e a Bovespa, que registrava preços das ações bastante debilitados.

Este volume ingressado de capital especulativo foi extremamente útil para evitar que o país registrasse retumbante volume de fluxo cambial negativo no 1º trimestre deste ano e visse a taxa cambial atingir R$ 2,50, como previsto por nós ao inicio do ano.

Afinal, tem se feito muito alarido em torno dos fluxos de recursos no país, algo que até parece ter um conteúdo “orquestrado” para buscar colocar a retomada da credibilidade externa após os comprometimentos de ajustes anunciados pelo governo. Mas o que não tem merecido a devida atenção é que o fluxo cambial não tem sido tão generoso a ponto de maiores entusiasmos.

O Brasil até o dia 11 passado havia tido ingressos de US$ 200,819 Bi e saídas de US$ 197,760 Bi, restando um fluxo liquido para praticamente 3 meses e meio de US$ 3,059 Bi, dos quais US$ 3,185 Bi positivos no financeiro e US$ 126,0 M negativos no comercial. Não é um numero tão expressivo que justifique impactos maiores no preço do dólar e que confirma que sem este fluxo especulativo o fluxo cambial brasileiro estaria largamente negativo.

Ademais, nem poderia impactar na formação do preço, pois os US$ 3,059 Bi líquidos de fluxo cambial este ano, já deduzidos, ainda deixa evidente que falta melhora de fluxo positivo liquido da ordem de US$ 13,2 Bi para cobrir o montante de fluxo insuficiente apurado no ano passado e que esta sendo suportado por “posições vendidas” dos bancos, ancoradas em sua quase totalidade por linhas de financiamentos concedidas pelo BC que assim evita de fazer a venda direta ao mercado à vista de câmbio, baixando efetivamente o saldo de reservas cambiais do país, equivalente a 3,4%.

Então, o que vem mantendo a administração do preço da moeda americana pró-contenção da inflação é o excesso da oferta de “swaps cambiais”, com novas colocações e rolagens acima do que seria necessário, e não rigorosamente o fluxo cambial, que não tem sido detidamente analisado e tem tido grande destaque somente do montante de capitais especulativos que ingressam no país e não pelo volume de capitais não especulativos que vem deixando o país em montante quase equivalente.

Ocorre que o capital especulativo é muito volátil e de pequena duração no país, pois forjado de operações de “carry trade”, tendo a focar o lucro rápido e deixar o país.

Nos recursos direcionados para a BOVESPA temos um quadro muito sugestivo de reversão do fluxo, e isto implicará em demanda de divisas à vista efetivas, tendo em vista que a valorização ocorreu muito rapidamente proporcionando enorme ganho. Para se ter uma ideia em 1 mês, fomentada por pesquisas eleitorais, as ações da Eletrobrás e Petrobrás já subiram 56,85% e 36,33% respectivamente e a Bovespa em si 15,89%, e o preço da moeda americana está em patamar extremamente atraente para a retirada do capital com o lucro do país.

É bastante provável que tenhamos uma semana com muitas turbulências na BOVESPA nesta semana, com pesquisa eleitoral divulgada que deve impactar na formação dos preços, em especial das empresas sobre influência direta do governo, e por ocorrer vencimento de “opções”.

Passada esta rodada é bastante provável que parte destes recursos locados nas operações na Bovespa tenda a sair do país.

O dólar sofrerá pressões de alta do preço num ambiente bastante diverso daquele que no passado sob o comando de Henrique Meirelles tinhas um fluxo intenso de recursos externos, o que não é bem verdade neste momento, visto que são recursos voláteis por serem especulativos que ingressam e há movimento intenso de saída de recursos do país em decorrência de vencimentos de empréstimos de curtos e longos prazos do setor privado, além de empréstimos “intercompanies”, que atingiriam no US$ 83,4 Bi que não parecem estar sendo rolados em grande monta, além da liquidação do passivo liquido de comércio exterior que representa mais uns US$ 10,0 Bi, afora a necessidade de cobrir as posições “vendidas” dos bancos que atingem US$ 13,2 Bi.

As projeções do FOCUS e do BC para o déficit em transações correntes para o ano de 2014 se situam de US$ 77,05 Bi e US$ 80,0 Bi respectivamente, e as perspectivas para nossa balança comercial, que já registra déficit em torno de US$ 6,0 Bi, são bastante negativas.

Afora isto, há que se manter atenção às perspectivas de mudanças de politica monetária do FED, cuja alteração de previsão do inicio da elevação do juro é na realidade uma incógnita, pois depende de indicadores da economia americana e se a inflação demonstrar força aproximando de 2% poderá ser um fator motivador.

Enfim, utilizar o preço do dólar para conter pressões inflacionárias pode não conduzir à solução, mas poderá causar um volume de efeitos colaterais na economia brasileira de difícil reversão, ocasionando uma reversão abrupta no preço da moeda americana.

Desta vez, o governo busca repetir o receituário antigo, mas tem efetivo baixo fluxo externo para validá-lo, a despeito de ter reservas cambiais que a rigor, dada sua fragilidade externa, não está tão apto a utilizar quanto tem propagado.

O “corner” vai surgir com a diminuição da demanda para o excesso da oferta de contratos de “swaps cambiais” e o aumento da intensidade da demanda no mercado à vista, que requisitará divisas efetivas à vista.

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