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FOMC Moderado Dá um “Fôlego”, Mas Não Solução ao Dólar no Brasil

Publicado 18.09.2014, 09:26
Atualizado 14.05.2017, 07:45

A sinalização do FOMC de que não será tão imediatista quanto temiam os mercados globais, não soluciona o fato concreto do Brasil de que o real, mesmo com a continuidade de intervenção do BC, não tem força para sustentar reação ante o dólar, como grande parte dos analistas ainda imaginam, e na nossa concepção o “status quo” da economia brasileira é o maior obstáculo.

O FOMC não só manteve o juro entre zero e 0,25% como salientou que a manterá por um período de tempo razoável após o término do programa de compras de ativos, especialmente se a inflação projetada continuar a oscilar abaixo da meta de longo prazo do Comitê que é 2%.

Ontem o Departamento do Trabalho informou que o PPI (o índice de preços ao produtor) ficou estável em agosto, após altas de 0,1% em julho e de 0,4% em junho. Hoje divulgou o PCI (o índice de preços ao consumidor) caindo 0,2% frente projeção de alta de 0,1% e com o “core” ficando em zero contrariando expectativa de mais 0,2%. Com estes dados o Fed não precisará ter pressa para desencadear seu plano de ajuste do juros.

Hoje também foi anunciada a balança de pagamentos dos Estados Unidos em agosto com déficit de US$ 98,5 Bi abaixo das projeções que se situavam em torno de US$ 114,0 Bi.

Há no mercado global observação ainda discreta quanto à destinação da liquidez gerada pelos programas do BCE e Japão, e ontem com a atitude da China em aumentar a liquidez no seu mercado financeiro em Yuans 500,0 Bi (US$ 81,4 Bi) visando estimular a economia que registrou forte retração dos IED´s e da produção industrial em agosto.

No fundo estas ações de governo visam o estimulo da economia e um dos fatores implícitos é a desvalorização de suas moedas para que aumentem a competitividade internacional.

Ocorre que os Estados Unidos estão agindo focando a retomada da sua atividade econômica, e tudo indica que, após a redução de mais US$ 10,0 Bi, finalizará o saldo de US$ 15,0 Bi do programa de compras de ativos na próxima reunião em outubro e tem, num prazo razoável, a perspectiva de alteração de politica monetária com aumento do juro.

Ocorre que a liquidez internacional, em especial a do BCE focando a desvalorização do Euro, pode ser canalizada para os T-Bills americanos e pelo aumento da demanda poderá contrariar o objetivo americano de sustentar elevação do juro que pressionada pela demanda conduzirá o juro à baixa.

Há, portanto, em perspectiva um cenário muito complexo a ser melhor elucidado envolvendo estes programas de liquidez que poderão afetar paridades e juros, e interferir nos objetivos.

Contudo, a despeito do FOMC moderado e de um cenário prospectivo com incertezas sobre o comportamento da taxa de juro americana mixando atitudes da autoridade monetária e efeitos colaterais dos programas de incentivos de outros países fortes, entendemos que o tempo dos fluxos especulativos mais intensos para o Brasil já ficaram no passado recente e agora o país convive com a tendência consistente da reversão destes recursos.

A decisão do FOMC poderá fazer menos abrupta a saída de capitais, mas em hipótese alguma a interromperá visto que ainda restam inúmeras e fortes razões, à parte deste fato pontual para que os recursos, em especial especulativos, continuem saindo do país, e, ocorra retração de ingressos de IED´s.

O Brasil hoje é uma das inúmeras opções para os investidores estrangeiros que buscam rentabilidade, mas que também não perdem de vista a questão implícita dos riscos e seus inúmeros fatores negativos, e, há concorrentes, até mesmo entre os emergentes, em situações macroeconômicas/fiscais mais atraentes considerados todos os detalhes.

Há riscos presentes de oscilações abruptas nos preços dos ativos financeiros brasileiros, muito especulados e sem base fundamentalista, que acabam por espantar mesmo os investidores externos mais ousados, pois recursos oriundos de operações de “carry trade” não tem muita margem para perdas.

O comportamento dos estrangeiros no mercado futuro retendo e aumentando posições compradas, quando a lógica seria estarem desmontando-as e reduzindo-as face às saídas, combinado com a demanda que provocam no mercado à vista, já não permitem que o real conquiste apreciação ante a moeda americana, salvo quando resolverem realizar algum movimento de realização que impactará na oferta.

O que é perceptível é que os estrangeiros vêm aumentando suas posições compradas no mercado futuro, atingindo US$ 30,0 Bi no dia 15, num movimento contrário na medida em que estão saindo, o que enseja admitir-se que podem estar montando posições especulativas, com novas compras e com a manutenção de posições que já se prestaram a “hedge”.

Ontem dia 16, venderam US$ 2,5 Bi de suas posições compradas em dólar futuro, reduzindo-as de US$ 11,7 Bi para US$ 9,2 Bi. Como o giro do mercado de câmbio a vista foi baixo ontem, giro em torno de US$ 800,0 M, é de se supor que o desmonte foi especulativo como realização de lucros.

O Banco Central do Brasil continua mantendo sua oferta diária de 6.000 contratos focando a rolagem da posição vincenda no dia 1º de outubro e 4.000 contratos novos. Muitos analistas entendem que o BC deveria intensificar a oferta de “swaps cambiais”, mas acreditamos que não lograria sucesso visto que a pressão sobre o preço da moeda americana já não decorre de necessidade de ofertar “hedge”, esta parte já foi feita.

Pode estar ocorrendo movimento especulativo no mercado futuro combinado com aumento da demanda no mercado à vista e se isto for efetivo não será fácil evitar uma apreciação maior da moeda americana.

O fluxo cambial da semana entre 8 a 12 de setembro divulgado hoje pelo BC apresentou uma melhora com saldo positivo de US$ 4,151 Bi (US$ 1,822 Bi comercial e US$ 2,328 Bi financeiro) e reverteu o negativo no mês até 5 para positivo no mês em US$ 2,251 Bi. No ano o saldo é positivo em US$ 1,551 Bi. Porém, acreditamos seja muito improvável que o fluxo cambial suporte posição positiva até o final do mês. Os bancos estão com posições vendidas no mercado à vista de US$ 16,575 Bi equivalentes a 4,375% das reservas cambiais brasileira.

O cenário, a despeito da postura do FOMC atenuar um dos pontos de pressão, continua sendo de alta para o preço da moeda americana já que permanecem subjacentes pontos relevantes do próprio Brasil que sugerem saída de recursos, com concomitante perda de eficácia das intervenções do BC no mercado de câmbio futuro com os instrumentos financeiros “swaps cambiais”.

Volatilidade. Especulação. Movimentos mutantes, mas com preservação do viés de alta.

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