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Mesa Redonda - O que Será de 2015?

Publicado 18.12.2014, 14:21
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Com 2014 chegando ao fim, é natural que traders e investidores comecem a considerar o que pode ocorrer nos mercados financeiros em 2015. Perguntamos a cinco de nossos autores quais posições eles acreditam que serão foco com o início do ano novo.

Sidnei Moura Nehme – NGO Associados: Qual o futuro do Real?

Entendo que nenhum programa de curtíssimo prazo do governo, visando de forma mais imediata reverter parte das expectativas negativas predominantes, possa deixar de envolver o preço da moeda americana em nível simétrico, compatível com o “status quo” deteriorado da economia brasileira e seus números relativos ao setor externo, portanto, mais elevado e de forma sustentável. Acredito que este ponto de equilíbrio esteja no entorno de R$ 2,60 neste final do ano, podendo ir um pouco além no 1º trimestre de 2015.

O que podemos esperar para o dólar norte-americano e as commodities?

O preço ajustado da moeda americana se prestará a equalizar a remuneração dos setores produtores de commodities, que tem cenário indicando preços internacionais cadentes em 2015. Não se constituirá nada atípico, já que as moedas de países produtores de commodities são habitualmente fragilizadas quando os preços internacionais tendem a queda, da mesma forma que se fortalecem quando os preços das commodities se elevam internacionalmente.

Industrial e commodities: Dois setores relevantes da economia brasileira que seriam beneficiários, o primeiro para sua redenção e o segundo para a manutenção do seu desempenho.

Qual investimento você recomenda para 2015?

Rodrigo Oliveira: Um bom momento “ilusório”

Um bom investimento para 2015, focando em operações de day trade e curto prazo, acredito ser em tesouro direto que segue a taxa selic. Ambas tendem a ser um bom investimento para 2015, acreditando que a taxa selic suba. Acredito também que o iBovespa deva continuar caindo este fim de ano e volte a subir a partir de março de 2015.

Márcio Lemos: Motivos para otimismo durante turbulência

O ilusório bom momento pelo qual passamos nos últimos 10 anos foi construído em bases frágeis. A começar por uma das mais espetaculares bolhas de commodities dos últimos anos. O preço do minério de ferro subiu praticamente 5 vezes entre 2004 e 2010. Isso fez com que nossas Reservas Internacionais explodissem, jogassem o câmbio lá pra baixo e distorcessem e maquiassem qualquer outra variável macroeconômica que insistisse "fugir do lugar". Tudo aparentava estar bem… Mas era ilusão Demos um "cavalo de pau de 360 graus" no perfil do "Estado"... No curto espaço de tempo entre 1994 e 2002, começou-se a pensar o "Estado" como "secundário", como "apenas estimulador".

O que vemos hoje é tudo, menos um "Estado secundário". As ineficientes estatais continuam aí firmes e fortes sugando uma carga inimaginável de recursos via impostos ou via corrupção As privatizações praticamente estancaram, saindo do lugar apenas pra "tapar buracos" frente a eventos de grande porte, como Copa do Mundo e Olimpíadas. A "União" continua interferindo das formas mais imprevisíveis e incoerentes possíveis. As alocações de recursos dentro da Economia começam a escancarar os erros cometidos ao longo do percurso, tornando o ciclo econômico perverso. Bolhas de ativos, como a imobiliária, são criadas, o desejo de um "emprego público" se sobressai frente ao desejo de "empreender e gerar emprego", a "inflação" sobe, a despeito de um "crescimento zero" da Economia; enfim, tem muita coisa "fora do lugar".

Não tenho esperanças de que esse quadro possa ser revertido no curto, médio ou longo prazo. Por isso, os topos e fundos descendentes vistos abaixo a partir de 2010 no gráfico do Bovespa devem continuar em 2015 e no longo prazo. Parece um "belo canal de baixa". Acrescentei o gráfico do "iShares Brazil Index (ARCA:EWZ)", operado pelos "Estrangeiros"; reflete a visão deles sobre o Bovespa. Vejam que a dinâmica é a mesma. Atenção aos suportes de 45.000, 44.100 e 42.000. Resistência principal em 62.500-63.500 No curto prazo, correções e ajustes acontecem; afinal, exageros na queda e na alta acontecem.

Hamilton Ribas – Equipe Trader: EUA: Alta da taxa de juros em 2015?

O mercado financeiro está passando por um momento turbulento que merece extrema importância. Temos muitas opiniões otimistas e pessimistas de grandes nomes do mercado. O debate é longo e a ideia de que em 2015 virá uma crise tem diversos defensores, até diria que apoiada num consenso do mercado. Enfim, o que realmente me encanta e me livra de quaisquer tipo de pessimismos e "achismos" é a possibilidade de obtermos lucro em nossos investimentos independente do cenário que venha a se concretizar. O investidor pode e deve conhecer essas ferramentas para que consiga se proteger e obter rendimentos satisfatórios em seu patrimônio.

Sebastião Buck Tocalino: Quem veio antes, o ovo ou a galinha?

É apenas uma questão de tempo, mas a impressão de dinheiro não conseguirá evitar uma desalavancagem nos países avançados. E os reflexos negativos serão sentidos nas economias emergentes. Com o setor privado norte-americano bem mais endividado do que o setor público, a desalavancagem implicará numa retração da procura pelo crédito, tanto por parte das pessoas físicas como por parte das empresas. Isso reduzirá o efeito multiplicador monetário na economia e diminuirá a quantidade de dólares em circulação. O resultado é que o dólar deve ainda seguir se valorizando em um cenário de desinflação no hemisfério norte.

Escrevi sobre isso em 2011, com o dólar cotado ainda a R$ 1,75. A moeda já se valorizou 45% desde então. Se minha confiança no dólar se alinha à dos demais analistas, a razão pela qual muitos defendem o dólar hoje é predominantemente diferente da minha. A maioria parece apostar na elevação dos juros nos EUA já em 2015, o que tornaria o dólar mais atraente.

Essa alta dos juros norte-americanos me parece pouco provável por algumas razões: (1) quase 46% de todos os títulos do Tesouro de 10-anos ou mais estão na carteira do próprio Banco Central dos EUA; (2) juros mais altos aumentariam o ônus da dívida pública dos EUA; (3) Europa está á beira da deflação; (4) a China se desacelera para evitar um perigo maior; (5) daquela longa era das commodities, talvez só reste ainda um derradeiro espasmo moribundo; (6) o Japão quanto mais se desespera, mais se enterra na areia movediça de sua própria demografia e dívida pública; (7) uma pesquisa recente da Barron’s mostrou 91% dos gestores financeiros nos EUA se dizendo pessimistas quanto aos títulos do Tesouro dos EUA e só 9% se declararam otimistas.

Por tudo isso, eu acredito que os títulos longos do Tesouro dos EUA estão sendo subestimados. E poderão surpreender, se valorizando e reduzindo ainda mais os juros de longo prazo. Lembre-se: títulos subindo implicam em juros caindo!

Não concordo com quem vê uma necessidade de juros mais altos, compatíveis com uma suposta melhora sustentável da econômica norte-americana.

A questão fundamental é aquela de quem vem antes, o ovo ou a galinha? Enquanto alguns apostam no ovo (dólar valorizado) saindo de uma galinha (perspectiva de elevação dos juros em 2015 por conta de uma melhora sustentável), eu acredito que é um frango (maior demanda internacional por Treasuries, baixando os juros) que vem saindo do ovo (dólar valorizado diante dos receios crescentes). Assim, minha confiança no dólar permanece e dou destaque aos Treasuries de 10, 20 e 30-anos, bem como ao fundo TLT (ETF iShares 20+ Year Treasury Bond) composto de Treasuries de 20 anos ou mais, acreditando na queda dos juros longos nominais nos EUA. Na renda fixa brasileira, o reflexo poderá ser um pico rápido de alta dos juros longos (NTN-B vencendo em 2035 ou 2050) seguido de um movimento de queda dos juros, mais parecido com minha visão para os Treasuries norte-americanos. Infelizmente as características do nosso governo reeleito tendem a aumentar as incógnitas no mercado brasileiro. De qualquer forma, estou bem mais inclinado para títulos de renda fixa do que para as ações em 2015.

Últimos comentários

ótimas elucubrações.
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