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Um Repensar Sobre o Brasil

Publicado 16.09.2014, 11:01
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Todos os anos o ministro João Paulo dos Reis Velloso realiza no BNDES um encontro conhecido como Fórum Nacional, contando com várias personalidades do chamado think tank nacional (grupo dedicado a produzir e difundir conhecimentos e estratégias sobre assuntos vitais). Na quarta-feira passada realizou mais um destes eventos, com intensos debates, desta vez sobre as várias “Visões do Desenvolvimento”. Os principais expoentes foram alguns dos assessores dos candidatos à presidência: pelo PT, Marco Aurélio Garcia, pelo PSDB, José Roberto Mendonça de Barros e pelo PSB, Maurício Rands. Vejamos o que cada um disse e façamos uma análise.

Pelo PT. Marco Aurélio manteve uma postura defensiva, um pouco isolado (ou deslocado), diante do público mais “refratário”. Defendeu o legado de 12 anos do governo petista; falou sobre as grandes transformações sociais no País, no objetivo de crescer com distribuição de renda; negou que as políticas de transferência de renda sejam paliativas; colocou na pauta os desafios na superação dos gargalos estruturais existentes, com aumento de investimentos em infraestrutura, logística, energia, saúde, educação, habitação e saneamento; defendeu o pré-sal, salientando ser este mais do que um projeto energético, pelos benefícios para outros setores, como a indústria naval; e defendeu os avanços na Educação (PRONATEC, PROUNI e "Ciência sem Fronteiras"). Não falou, no entanto, sobre o que há de novo programa do governo Dilma. Este deve ser divulgado nesta semana.

Pelo PSDB. Mendonça de Barros centrou fogo nos erros da política econômica do governo Dilma; para ele, o Brasil continua preso na "armadilha da renda média". Representamos apenas 20% da renda dos EUA, enquanto que o Chile representa 35% e a Coreia do Sul 62%; falou dos avanços obtidos com a estabilização inflacionária, das importantes reformas empreendidas, das privatizações e destacou, num claro recado ao PT, que o Pais não foi "descoberto em 2003". Para ele, o modelo de crescimento, sustentado pelo consumo, já está esgotado, dado o alto endividamento das famílias e o fim do boom das commodities, com a China crescendo menos e a folga fiscal menor, já que a arrecadação segue recuando, diante do pífio crescimento dos últimos trimestres, e as despesas correntes seguem crescentes. Para ele, a retomada do crescimento só se consolida se houver o retorno da confiança, com melhor coordenação da política fiscal, convergência da inflação ao centro da meta, redução da taxa de juros Selic, dentre outros.

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Pelo PSB. Maurício Rands acabou capitalizando a atenção de todos. Otimista, mas sem deixar o realismo de lado, foi o grande destaque do evento. Tentou reforçar o discurso da candidata Marina como uma opção fora do establishment, uma “terceira vista” ou “nova política”. A seguir, algumas propostas do futuro governo Marina (caso eleita).

Renovação do modo de fazer política. Defende a governabilidade a partir de uma agenda propositiva. Transitando neste complicado “presidencialismo de coalizão”, acredita num governo mais negociador com o Congresso, diretamente com as lideranças dos partidos e mais propositivo. Mostra-se contrário ao "loteamento de poder", como observamos atualmente. Esta alternativa, como disse o cientista político Marcus Melo, seria “a construção de uma base de sustentação com menos “heterogeneidade ideológica”, num gabinete de ministros com maior proporcionalidade entre a distribuição de cargos e responsabilidades administrativas e o peso de cada partido na base de sustentação do governo”. Seria algo parecido com o que o governo FHC fazia, negociando propostas com as lideranças dos partidos, deixando de lado as alas fisiológicas, como o baixo clero. Isto reforça a opinião de Marina Silva, que “sonha com um governo programático e não pragmático”.

Passar o Estado a limpo. Buscar uma gestão mais eficiente, focada em resultados; um Estado mais racional, baseado na meritocracia e na perseguição e obtenção de metas qualitativas e quantitativas.

Defesa do tripé de política econômica. Resgate do tripé, da gestão fiscal responsável, câmbio flutuante e sistema de metas de inflação.

Independência do BACEN. Acha essencial que o BACEN tenha autonomia e não sofra pressões do Executivo. Seus diretores devem ter mandato fixo e seu objetivo primordial deve ser preservar o “poder de compra da moeda” (falaremos sobre isto com mais profundidade na próxima semana).Como bem disse Mailson da Nóbrega, a autonomia daria mais condições para a autoridade preservar a moeda e fiscalizar o sistema financeiro. Na opinião de Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BACEN, “a autonomia está sendo colocada como um retrocesso, uma medida para beneficiar bancos, o que é um grande erro. Uma forma de se ver a questão da autonomia operacional do BACEN é encará-la como um avanço institucional muito semelhante à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).” Nada mais acertado. Este debate está totalmente distorcido, e é preciso uma correção de rumo e elevação de nível.

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Criação do Conselho Nacional de Responsabilidade Fiscal. Criação de um modelo de participação maior da chamada “sociedade organizada” na fiscalização das contas públicas. Só esperamos que isto não signifique a tal “democracia direta”, tão comum na Venezuela.

Política Social de terceira geração. Defesa de uma “porta de saída” para os programas de transferência de renda, agora estimulando as pessoas a empreender, buscar qualificação, sair da inércia e da dependência do Estado.

Aprofundamento maior da exposição de propostas. Contrário à excessiva simplificação do debate, na sua maioria, coordenado por "marqueteiros" de campanha. Um exemplo seria a questão da autonomia do BACEN, defendida pelo PSB (e também pelo PSDB), e combatida pelo governo Dilma. Para ela, no esforço de angariar votos dos segmentos de baixa renda, isto representaria um conluio entre BACEN e bancos, numa clara distorção na análise.

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