Resultados de empresas como Vale (SA:VALE5) e Bradesco (SA:BBDC4) influenciam os negócios na Bolsa nesta quinta-feira (Gustavo Kahil/O Financista)
SÃO PAULO - O Ibovespa recua em linha com a tendência negativa das bolsas internacionais em quinta-feira (28) de foco na safra de balanços trimestrais das empresas.
As ações do Bradesco se destacam entre as perdas e levam consigo outros papéis do setor financeiro. O banco apresentou lucro líquido contábil de R$ 4,134 bilhões entre abril e junho, queda de 7,6% sobre igual período do ano passado, ficando abaixo das expectativas.
Também depois de divulgar números do segundo trimestre, Pão de Açúcar (SA:PCAR4) lidera as desvalorizações. A maior rede de varejo do país teve prejuízo de R$ 583 milhões, ampliando resultado negativo de R$ 13 milhões registrado para o mesmo período do ano passado.
Já a Vale lucrou R$ 3,585 bilhões no segundo trimestre, queda de 30% na comparação com 2015 por conta, principalmente, de uma provisão relacionada ao rompimento de uma barragem da Samarco. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da mineradora veio em linha com as estimativas de analistas.
Números corporativos também influenciam as bolsas europeias e Wall Street, cujos índices têm fracas variações negativas. Na véspera, o comunicado da decisão do Federal Reserve não forneceu pistas concretas sobre os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos. Tanto que a probabilidade de alta do juro norte-americano neste ano permanece abaixo de 50%, conforme apuração da Bloomberg junto às apostas no mercado.
Os membros do Fed notam fortalecimento do mercado de trabalho e apontam que os riscos de curto prazo à perspectiva econômica diminuíram. O recado traz certo alento em tempos de incertezas no âmbito externo devido aos efeitos do Brexit. Sob tal aspecto, inclusive, indicador de confiança na zona do euro melhorou em julho, sem sofrer impacto do referendo britânico.
Por volta de 10h25, o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo tinha desvalorização de 0,79%, aos 56.401 pontos.
Entre as ações mais líquidas, as preferenciais do Bradesco perdiam 2,4% e as ordinárias do Banco do Brasil (SA:BBAS3) exibiam queda de 2,5%. Os papéis de Pão de Açúcar despencavam mais de 9%. Após abrir em alta, as ações preferenciais da Vale passavam a cair 0,9%.