Investing.com -– O ouro apresentou leve alta nesta sexta-feira, uma vez que as crescentes preocupações relacionadas com a crise da dívida grega e uma onda de vendas na China influenciaram os dados dos consumidores norte-americanos muito mais do que se esperava.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os futuros de ouro, com vencimento em junho, subiram US$ 5,50, ou 0,46%, sendo negociados a US$ 1.203,50 por onça-troy. O ouro alcançou uma alta de US$ 1.207,80 nas negociações europeias da tarde, saindo da baixa de US$ 1.197,00. Os futuros do ouro subiram aproximadamente 5%, desde que atingiu uma baixa de US$ 1,149.00 em 17 de março.
Os futuros do ouro subiram após o Bureau of Labor Statistics ter informado que seu Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,2% para o mês de março, um pouco abaixo das projeções para um aumento de 0,3%. Uma leitura mais atenta indicou que os preços oscilaram para cima nos setores de assistência médica, veículos usados e mobiliário doméstico, ao passo que as tarifas das companhias aéreas caíram pela quarta vez e cinco meses.
Mais tarde, a Universidade de Michigan (UoM) informou que seu índice de confiança do consumidor para o meio de abril subiu até 95,9, de 93,0 no final de março. O índice atingiu uma alta de oito anos de 98,1 em janeiro, antes de cair um mês depois.
Apesar dos fortes indicadores, ainda havia sinais de crescimento lento em toda a economia. Os baixos níveis dos preços de energia levaram a uma revisão pessimista das expectativas de inflação para 2,5% para o restante do ano, abaixo de uma projeção anterior de 3,0. As expectativas modestas para a inflação podem aumentar o risco de que os consumidores vão reduzir os gastos enquanto aguardam preços mais baixos.
Além disso, as expectativas moderadas para a inflação podem também alimentar a especulação de que o Banco Central dos EUA (Fed) pode aguardar até o final do ano para decidir se vai aumentar os juros.
Na quinta-feira, o presidente do Banco Central (Fed) de Atlanta, Dennis Lockhart, forneceu pouca indicação de que o Fed poderia instituir o tão esperado aumento das taxas de juros em junho. O Fed está adotando uma abordagem orientada a dados para definir o seu primeiro aumento das taxas em mais de cinco anos, mas espera aumentos de salário e de crescimento do PIB, bem como aumentos constantes da inflação antes de aumentar sua taxa de referência.
“Os dados disponíveis para o primeiro trimestre deste ano têm sido particularmente fracos...dando origem à maior incerteza contra a economia”, disse Lockhart durante um discurso em St. Petersburg, na Flórida.
O ouro, que não está vinculado a dividendos ou às taxas de juros, esforça-se para competir com ativos de alto rendimento em ambientes de taxas de juros mais elevadas.
Em outros lugares, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, tentou acalmar os temores de um calote grego sobre sua dívida soberana. Falando em uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca, Renzi indicou que a zona euro está mais bem preparada para reagir a uma possível saída da Grécia da UE do que estava antes em outras crises econômicas durante a última década.
“A situação na Grécia não é a mesma situação que a de 2011, que não é a mesmo que a de 2008”, disse Renzi. "É extremamente necessário chegar a um acordo”.
Os comentários de Renzi foram feitos dois dias após o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, ter alertado que praticamente ninguém espera que a Grécia cumpra com uma série de pagamentos, em uma importante reunião de ministros das Finanças da zona do euro na próxima semana na Letônia ou a qualquer momento no futuro próximo. Autoridades de Atenas também negaram uma notícia divulgada pelo Financial Times que pediu ao Fundo Monetário Internacional uma prorrogação de em um pagamento de empréstimo com vencimento para o final do próximo mês.
Na China, os futuros caíram mais de 5% após as autoridades da associação de valores imobiliários da China (Securities Association of China) aumentou o volume de ações disponíveis para os vendedores a descoberto. Na segunda-feira, a China anunciou que as exportações no mês passado caíram 15% em uma base de ano-a-ano, ao passo que a importação diminuiu 12,7%. A China é o maior produtor de ouro do mundo e o segundo maior comprador.
Enquanto isso, a prata com vencimento em em maio caiu 0,066 ou 0,41%, para 16,21 a onça.
O cobre com vencimento em maio subiu 0,006, ou 0,21%, sendo negociado a US$ 2,78 por libra.