Por Nidal al-Mughrabi e Yomna Ehab e Enas Alashray
CAIRO (Reuters) - Uma delegação do grupo militante palestino Hamas visitará o Cairo no sábado, disse uma autoridade do Hamas à Reuters, em meio a expectativas de que eles entregarão uma resposta por escrito a uma proposta israelense sobre um cessar-fogo em Gaza e de libertação de reféns.
A autoridade do Hamas, que não quis ser identificada, falou nesta sexta-feira depois que o diretor da CIA, William Burns, chegou à capital egípcia para reuniões sobre o conflito em Gaza, de acordo com uma fonte de segurança egípcia e três fontes no aeroporto do Cairo.
O Egito fez um novo esforço para reavivar as negociações no final do mês passado. O Cairo está alarmado com a perspectiva de uma operação terrestre israelense contra o Hamas em Rafah, no sul de Gaza, onde mais de um milhão de pessoas se abrigaram perto da fronteira com a Península do Sinai, no Egito.
Separadamente, a Frente Popular para a Libertação da Palestina, que também está participando da luta contra Israel em Gaza, reiterou nesta sexta-feira as demandas das facções da resistência palestina, que incluem um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelenses de Gaza e o retorno de todas as pessoas deslocadas para suas casas.
"Há uma coordenação completa e contínua entre todas as facções da resistência, e há consenso sobre as demandas da resistência", acrescentou o grupo no comunicado.
Citando uma fonte egípcia sênior, a TV estatal de notícias Al Qahera também informou que o governo egípcio receberá a delegação do Hamas no sábado para discutir os desdobramentos das negociações de trégua em Gaza.
Os mediadores dizem que estão aguardando a resposta do Hamas à última versão de uma proposta de trégua e de libertação dos reféns israelenses mantidos em Gaza em troca da liberdade de muitos palestinos presos em Israel.
O Hamas matou 1.200 pessoas no sul de Israel no ataque transfronteiriço de 7 de outubro que desencadeou o conflito, de acordo com os registros israelenses. O Exército israelense afirma que mais de 600 de seus soldados foram mortos em combate desde então.
Pelo menos 34.000 palestinos foram mortos e mais de 77.000 foram feridos pelo fogo israelense na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.