Os ETFs (Exchange Traded Funds) que pagam dividendos emergem como mais uma opção entre os investidores que buscam equilibrar crescimento patrimonial e fluxo de caixa recorrente. Investir nesses ETFs é uma estratégia de diversificação com geração de renda passiva.
Estes fundos negociados em bolsa representam uma evolução significativa no mercado brasileiro, permitindo que investidores de diferentes perfis acessem carteiras diversificadas de ativos com potencial de distribuição de proventos, sem a necessidade de selecionar ações individualmente.
Os ETFs que pagam dividendos são interessantes porque:
- Oferecem renda passiva: Os dividendos podem ser reinvestidos ou usados como fonte de renda complementar.
- Permitem diversificação: Ao investir em um ETF, você acessa automaticamente uma ampla gama de ativos, reduzindo o risco associado a investimentos individuais.
- São acessíveis: Com valores de entrada baixos e liquidez diária, esses fundos estão ao alcance de pequenos e grandes investidores.
Este artigo explica como os ETFs funcionam e orienta o investidor em como integrá-los à sua estratégia financeira. Boa leitura!
Os ETFs pagam dividendos?
Uma dúvida comum entre investidores iniciantes é justamente se ETFs distribuem dividendos assim como ações individuais. A resposta é: sim, muitos ETFs pagam dividendos, mas o mecanismo de distribuição possui algumas particularidades importantes.
Os ETFs que pagam dividendos são aqueles que:
- Reúnem em sua carteira ações de empresas pagadoras de dividendos;
- Coletam os proventos recebidos dessas empresas ao longo de um período;
- Redistribuem esses valores aos cotistas do fundo conforme política própria de distribuição.
A frequência de pagamento dos dividendos pode variar significativamente entre diferentes ETFs:
- Distribuição mensal: Ideal para investidores que buscam fluxo de caixa mais frequente;
- Distribuição trimestral: Modelo mais comum no mercado brasileiro;
- Distribuição semestral ou anual: Geralmente oferece valores maiores em cada pagamento, mas com menor frequência.
É fundamental entender que nem todos os ETFs têm como objetivo distribuir dividendos. Alguns fundos optam por reinvestir automaticamente os proventos recebidos, favorecendo a valorização das cotas em detrimento da distribuição direta aos investidores. Por isso, é essencial verificar a política de distribuição de cada ETF antes de investir.
Outro ponto importante: o valor dos dividendos distribuídos por ETFs pode flutuar ao longo do tempo, refletindo o desempenho das empresas que compõem sua carteira. Em momentos de crise econômica, por exemplo, as empresas podem reduzir ou suspender seus dividendos, impactando diretamente os valores distribuídos pelo ETF.
No contexto brasileiro, a tributação dos dividendos recebidos por meio de ETFs segue as mesmas regras aplicáveis a outros investimentos em renda variável. Os dividendos recebidos são isentos de Imposto de Renda, enquanto o ganho de capital no momento da venda das cotas tem uma alíquota de 15%.
Critérios de seleção dos melhores ETFs que pagam dividendos
Para identificar os ETFs com potencial de distribuição de dividendos mais atraente, é necessário analisar diversos indicadores e métricas que apontam para a qualidade e sustentabilidade dessas distribuições.
Os principais critérios utilizados são:
- Dividend Yield: Taxa de retorno em dividendos em relação ao preço atual da cota;
- Consistência nos pagamentos: Histórico de distribuições regulares sem interrupções;
- Diversificação setorial: Preferência por ETFs que distribuem o risco entre diferentes setores da economia;
- Liquidez: Volume médio diário de negociação superior a R$ 1 milhão, garantindo facilidade para comprar e vender;
- Taxa de administração: Fundos com taxas mais baixas (preferencialmente abaixo de 0,50% ao ano)
- Composição da carteira: Análise das empresas que compõem o ETF, priorizando aquelas com histórico sólido de distribuição de proventos
- Performance histórica: Comportamento do ETF em diferentes ciclos de mercado
Além disso, é preciso considerar fatores macroeconômicos na hora da avaliação dos ETFs, como o patamar da taxa Selic, expectativas de inflação e perspectivas de crescimento econômico, pois essas variáveis impactam diretamente a atratividade relativa dos ETFs de dividendos.
É importante ressaltar que os ETFs brasileiros são relativamente recentes quando comparados ao mercado americano, o que limita a análise de dados históricos de longuíssimo prazo. No entanto, mesmo com essa limitação, é possível identificar padrões consistentes de distribuição em diversos fundos de gestão passiva disponíveis na B3.
Lista de ETFs que pagam dividendos em 2025
A seguir, apresentamos uma tabela com os principais ETFs e BDRs de ETFs que pagam dividendos disponíveis na B3 em 2025. Os tickers dos ETFs terminam em “11”, enquanto os dos BDRs de ETFs terminam em “39”:
Ticker | Nome | Classe de Ativos | Gestor | Índice de Referência |
---|---|---|---|---|
BBSD11 | BB ETF S&P Dividendos Brasil | Ações | Banco do Brasil DTVM | S&P Dividendos Brasil |
BDVD39 | Global X SuperDividend US ETF | Ações | Global X | Indxx Superdividend U.S. Low Volatility Index |
BDVY39 | iShares Select Dividend ETF | Ações | BlackRock | Dow Jones U.S. Select Dividend |
BGWH39 | iShares Core Dividend Growth ETF | Ações | BlackRock | Morningstar US Dividend Growth |
BHDV39 | iShares Core High Dividend ETF | Ações | BlackRock | MorningStar Dividend Yield Focus Index |
BSDV39 | Global X SuperDividend ETF | Ações | Global X | Solactive Global SuperDividend Index |
DIVD11 | It Now IDIV Renda Dividendos ETF | Ações | Itaú Asset Management | Índice Dividendos B3 |
DIVO11 | It Now IDIV ETF | Ações | Itaú Asset Management | IDIV B3 Dividendos |
NDIV11 | Nu Renda Ibov Smart Dividendos ETF | Ações | Nubank | Índice Bovespa Smart Dividendos B3 – Price Return |
NSDV11 | Nu Ibov Smart Dividendos ETF | Ações | Nubank | Índice Bovespa Smart Dividendos B3 – Total Return |
QQQI11 | Buena Vista Nasdaq-100 Neos High Income ETF Index (NDXHIEN) ETF | Opções | Buena Vista | Nasdaq-100 |
SPYI11 | Buena Vista US High Income ETF | Dividendos e Opções | Buena Vista | Índice NEOSSPYI |
Segue abaixo uma rápida descrição de cada um dos ETFs listados acima:
Este ETF gerido pelo BB Asset Management acompanha o índice S&P Dividendos Brasil, selecionando empresas brasileiras com histórico consistente de pagamentos de dividendos. Foca em companhias que demonstram capacidade de manter e aumentar suas distribuições ao longo do tempo, com ponderação baseada no valor dos dividendos pagos.
ETF que oferece exposição a 50 ações americanas com alto rendimento de dividendos. Proporciona ao investidor brasileiro acesso ao mercado de dividendos dos EUA, com diversificação entre diversos setores da economia americana e distribuições mensais de proventos.
Este ETF da BlackRock seleciona aproximadamente 100 ações de empresas americanas com base em dividend yield, histórico de crescimento de dividendos e índice de pagamento. Oferece exposição a empresas com dividendos estáveis e potencial de valorização no longo prazo.

Focado em empresas americanas com histórico de crescimento consistente de dividendos, não apenas com yields elevados. Prioriza qualidade e sustentabilidade das distribuições, selecionando companhias com balanços sólidos e potencial contínuo de aumento nos proventos ao longo do tempo.
ETF que investe em ações de empresas americanas que pagam dividendos consistentemente acima da média do mercado. Busca equilíbrio entre rendimento atual e estabilidade de longo prazo, com diversificação entre setores tradicionalmente pagadores de dividendos como utilities, telecomunicações e bens de consumo.
Oferece exposição a cerca de 100 ações de alto rendimento em dividendos globalmente, não limitado apenas aos EUA. Diversifica entre vários países e setores, buscando maximizar o rendimento em dividendos com pagamentos mensais aos investidores.
Variação do ETF que replica o índice IDIV da B3, com foco específico em distribuição de renda. Seleciona ações brasileiras com maior histórico de pagamento de dividendos nos últimos 24 meses, com rebalanceamento quadrimestral.
Um dos ETFs de dividendos mais tradicionais do mercado brasileiro, replica o Índice Dividendos (IDIV) da B3. Composto por aproximadamente 30 ações de empresas brasileiras com os maiores yields de dividendos nos últimos 24 meses, com forte presença de empresas dos setores de utilidades públicas e financeiro.
ETF gerido pelo Nubank que busca selecionar ações do Ibovespa com maior potencial de pagamento de dividendos, utilizando metodologia proprietária que combina análise de fundamentos e histórico de distribuições. Foco em maximizar a renda distribuída aos cotistas.
Fundo da família Nubank que aplica em ações do Ibovespa com foco em dividendos, mas com estratégia que busca também valorização das cotas. Utiliza critérios “smart beta” para selecionar empresas com potencial combinado de crescimento e distribuição de proventos.
ETF que busca replicar o índice Nasdaq-100 Neos High Income, focado em gerar renda a partir do mercado de tecnologia americano. Utiliza estratégias com opções para aumentar o rendimento em um setor tradicionalmente não associado a altos dividendos.
ETF que busca oferecer exposição ao mercado americano com foco em maximização de renda. Utiliza estratégias que combinam ações de alto dividendo com operações estruturadas para potencializar o rendimento distribuído aos cotistas brasileiros.

Como integrar os ETFs que pagam dividendos na sua estratégia de investimento
Incorporar ETFs de dividendos na sua carteira requer uma abordagem estratégica que considere seus objetivos financeiros, horizonte de investimento e tolerância ao risco. Algumas estratégias eficazes incluem:
1. Estratégia de renda passiva
Para investidores que buscam fluxo de caixa regular, uma alocação significativa em ETFs que pagam dividendos pode ser interessante, pois:
- Permite criação de fluxo constante de rendimentos
- Reduz a necessidade de vender ativos para gerar caixa
- Oferece renda com tratamento tributário favorável (dividendos são isentos de IR)
Para maximizar os rendimentos mensais, considere combinar ETFs com diferentes cronogramas de pagamento. Por exemplo, invista recursos entre ETFs com pagamentos mensal, trimestral e semestral dividendos. Assim, é possível criar um fluxo mais constante de proventos ao longo do ano.
2. Estratégia de reinvestimento para crescimento acelerado
Para investidores com horizonte mais longo e que não necessitam dos rendimentos imediatamente:
- Reinvestir automaticamente os dividendos recebidos em novas cotas
- Aproveitar o poder dos juros compostos para acelerar o crescimento patrimonial
- Considerar o uso de plataformas com programas de investimento automático
Esta abordagem é particularmente eficaz em um cenário de mercado em tendência de alta, potencializando os retornos no longo prazo.
3. Estratégia de proteção em períodos de volatilidade
ETFs de dividendos tendem a apresentar menor volatilidade em períodos de turbulência no mercado:
- Empresas pagadoras de dividendos geralmente têm modelos de negócio mais estáveis
- A distribuição regular oferece um “colchão” de retorno mesmo quando o mercado cai
- Setores defensivos (como utilidade pública) têm forte presença nesses ETFs
Vale a pena este tipo de investimento? Para a maioria dos investidores brasileiros, a resposta é sim. ETFs que pagam dividendos oferecem:
- Diversificação instantânea
- Gestão profissional a baixo custo
- Liquidez diária
- Fluxo de rendimentos sem necessidade de conhecimento especializado sobre cada empresa
No entanto, esses investimentos são mais adequados para:
- Investidores com horizonte de médio a longo prazo
- Perfis que valorizam estabilidade e previsibilidade
- Estratégias que buscam equilíbrio entre crescimento e renda
Como encontrar quais são os ETFs que pagam dividendos
É possível encontrar informações sobre ETFs que pagam dividendos diretamente no site da B3, onde todos os fundos listados possuem páginas com dados históricos de distribuição e documentos importantes como regulamentos e lâminas de informações.
Muitas corretoras também oferecem filtros específicos para ETFs em suas plataformas, permitindo classificá-los por dividend yield, histórico de pagamentos e outros critérios relevantes.
Para análises mais aprofundadas, considere acompanhar os relatórios trimestrais publicados pelas gestoras dos ETFs, que geralmente incluem informações sobre perspectivas de dividendos futuros e mudanças na composição da carteira.
Lembre-se que a estratégia de investir em ETFs que pagam dividendos deve estar alinhada com seus objetivos financeiros de longo prazo, sendo recomendável combinar esses investimentos com outras classes de ativos para construir uma carteira verdadeiramente diversificada.
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