- Relatório de empregos nos EUA e elevação de juros pelo Fed em foco.
- Ações da CF Industries Holdings Inc (NYSE:CF) (BVMF:C1FI34) tem potencial de valorização, devido à escassez de fertilizantes na Europa.
- Coinbase Global Inc (NASDAQ:COIN) (BVMF:C2OI34) deve enfrentar dificuldades em meio aos transtornos do criptomercado e aversão ao risco.
- Inflação
- Turbulência geopolítica
- Tecnologias disruptivas
- Aumento de juros
As ações afundaram em Wall Street na sexta-feira, com o Dow despencando 1000 pontos, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizar, em seu discurso em Jackson Hole, que o banco central americano manterá as elevações de juros para conter a inflação.
“Restaurar a estabilidade de preços provavelmente exigirá a adoção de uma política restritiva por algum tempo. O registro histórico recomenda precaução contra um afrouxamento prematuro da política monetária”, disse Powell.
Os principais índices americanos caíram pela segunda semana consecutiva. O índice Dow Jones Industrial tombou 4,2%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite, repleto de ações de tecnologia, recuaram 4% e 4,4%, respectivamente.
Fonte: Investing.com
Na próxima semana, a expectativa é que os mercados continuem agitados, tentando desvendar os planos de aperto monetário do Fed nos próximos meses.
No calendário econômico, o indicador mais importante será o relatório de empregos nos EUA referente a agosto, a ser divulgado na sexta-feira. A expectativa é que o mercado de trabalho registre sólidos ganhos, mas desacelere em relação ao forte crescimento de julho.
No calendário balanços do 2º tri, que já está chegando ao fim, os destaques serão os resultados de empresas, como Best Buy (NYSE:BBY), Lululemon (NASDAQ:LULU), Broadcom (NASDAQ:AVGO) e Crowdstrike (NASDAQ:CRWD).
Independente da direção do mercado, destacamos abaixo uma ação que provavelmente registrará demanda e outra que deve seguir em queda.
Lembre-se, no entanto, que nosso período de análise refere-se apenas a esta semana.
Ação de destaque: CF Industries
A CF Industries (NYSE:CF), que foi uma das cinco ações do S&P 500 que fecharam o pregão de sexta-feira em alta, pode continuar em alta na semana, diante do temor de que a Europa enfrente dificuldades para produzir fertilizantes suficientes para a produção agrícola.
Mais de 70% da capacidade de produção europeia foi afetada pela disparada dos preços do gás natural, “fazendo com que seja impossível que os produtores do continente consigam competir”, de acordo com a Fertilizers Europe, que representa a maioria dos produtores da região.
A escassez na Europa provavelmente fará com que as principais empresas da região busquem novos fornecedores, diante da necessidade de aumentar a importação de fertilizantes.
Isso faz com que a CF esteja em boas condições de brilhar, haja vista que suas principais operações envolvem a fabricação e a distribuição de fertilizantes agrícolas, como amônia, nitrato de amônio, além dos produtos de hidrogênio e nitrogênio relacionados.
Fonte: Investing.com
As ações da CF saltaram até uma nova máxima recorde intradiária de US$ 119,60 na sexta-feira, antes de fechar a semana a US$ 118,35.
Nos níveis atuais, a gigante dos fertilizantes sediada em Deerfield – que superou o desempenho de outros nomes notáveis no setor, como Nutrien (NYSE:NTR), Corteva (NYSE:CTVA) e Mosaic (NYSE:MOS) – possui uma capitalização de mercado de quase US$ 23,6 bilhões.
No acumulado do ano, as ações da CF Industries dispararam 67%, graças à poderosa combinação de robusta demanda por fertilizantes em todo o mundo, restrição de oferta global e alta dos preços resultantes das hostilidades entre Rússia e Ucrânia.
Apesar desses fortes ganhos, acredito que ainda há espaço para os papéis da CF se valorizarem, devido ao aumento do temor de que as empresas de fertilizantes da Europa sejam forçadas a interromper a produção de fertilizantes de nitrogênio e a fabricação da amônia, devido ao recrudescimento da crise energética no continente.
De fato, com um índice preço-lucro relativamente barato, de 9,6, as ações da CF Industries, que divulgou um balanço explosivo e crescimento de vendas nos últimos três trimestres, estão extremamente subvalorizadas.
Ação para ficar longe: Coinbase Global
A Coinbase (NASDAQ:COIN) deve registrar mais uma semana decepcionante, em meio ao impacto atual de diversos fatores negativos que estão prejudicando a corretora de criptomoedas.
No acumulado do ano, as ações da COIN já se desvalorizaram impressionantes 73,5%, significativamente abaixo do mercado mais amplo, após a agressiva elevação de juros pelo Federal Reserve desencadear uma violenta liquidação de empresas não lucrativas, mas com valuations esticados.
Juros maiores e expectativas de aperto pelo Fed tendem a pesar muito sobre nomes de crescimento com preços elevados, na medida em que ameaçam deteriorar o valor de fluxos de caixa no longo prazo.
Fonte: Investing.com
As ações da COIN – que atingiram a mínima história de US$ 40,83 em 12 de maio – encerraram o pregão de sexta-feira a US$ 66,74. No valuation atual, a plataforma de negociação de criptos – que está 82% abaixo do seu pico recorde de abril de 2021 de US$ 429,54 – tem uma capitalização de mercado de US$ 15 bilhões.
Além de um cenário macroeconômico desafiador, a Coinbase também enfrenta dificuldades por conta da deterioração das condições do criptomercado e da menor atividade de negociação de investidores comuns.
O bitcoin ficou brevemente abaixo do importante patamar psicológico de US$ 20.000 no domingo, atingindo seu nível mais baixo de 14 de julho, com os investidores vendendo ativos de risco em meio ao atual cenário.
Fonte: Investing.com
Várias outras criptomoedas populares, como ethereum, dogecoin e shiba inu, também registraram alta volatilidade nas negociações do fim de semana,
Levando isso em consideração, as ações da corretora de criptos devem continuar vulneráveis a fortes oscilações nos próximos dias.
Aviso: No momento da publicação, Jesse tinha uma posição comprada nas ações da CF. As visões discutidas neste artigo correspondem exclusivamente à opinião do autor e não devem ser consideradas como uma recomendação de investimento.
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