Hoje eu vou trazer as ações mais baratas do Ibovespa. As últimas semanas têm sido difíceis para a bolsa brasileira e essa última não foi diferente. Apesar de mais curta, os eventos do 7 de setembro trouxeram um grau extra de volatilidade aos mercados.
O Ibovespa fechou a sexta-feira aos 114.285 pontos, patamar que não era observado desde o final de março de 2021. Para chegarmos à mínima do ano (110.035 pontos em 26 de fevereiro) ainda é necessário um recuo adicional de 3,7%.
Com relação à máxima do ano de 130.776 pontos em 7 de junho, a queda observada está em 12,6%. Nenhum absurdo, mas o que machuca são os 3 meses de queda. O cenário interno segue turbulento, então não descarto mais um leve ajuste na nossa bolsa.
De qualquer maneira, os resultados das empresas no segundo trimestre do ano foram em média bons e o Ibovespa não capturou essa melhora dos balanços. Dessa forma, achei interessante realizar um levantamento das empresas do índice e identificar quais as melhores alternativas para ficarmos de olho.
A análise foi bastante simples, mas a simplicidade costuma ser um ótimo caminho. Essa avaliação básica partiu de um primeiro ranking com as 10 empresas mais baratas sob uma avaliação do múltiplo P/L.
Apesar do lucro líquido não ser uma medida de caixa, no final do dia é um item que mede o que a empresa está entregando. Em momentos de turbulência, prefiro confiar no que está sendo apresentado do que em perspectivas.
Feito esse primeiro filtro via P/L, avaliei as TOP 10 via EV/Ebitda (para as não financeiras), para o caso de resultados financeiros muito expressivos, que possam distorcer o lucro líquido ante o resultado operacional. O próximo passo foi avaliar o valor de mercado contra o valor patrimonial. Além disso, foram adicionadas avaliações sobre dividendos (dividend yield) e alavancagem (dívida líquida/ebitda). Essas últimas duas vieram com a intenção muito mais de validar do que eventualmente eliminar alguma empresa.
Resumindo, feito o filtro das mais baratas via P/L, ganharam um ponto extra aquelas que estavam entre as mais baratas através de EV/Ebitda e de P/VPA. A “estrelinha” veio com bons dividendos e/ou baixa alavancagem.
A ideia de identificar as empresas mais baratas vem tanto sob uma lógica de potencial de valorização, mas, principalmente, com uma ideia de defesa. Falei no início que o cenário segue turbulento, que ainda há possibilidade de novas quedas, então, teoricamente, empresas que já estão descontadas têm um limite de queda mais ajustado.
Sem mais delongas, seguem as 3 ações mais baratas do Ibovespa, que eu considero atualmente.
Pão de Açúcar (SA:PCAR3)
O GPA teve um segundo trimestre de 2021 mais fraco em relação ao mesmo período do ano passado, muito em função da forte base de comparação do 2T20. De um modo geral a empresa tem apresentado resultados consistentes ao longo dos últimos trimestres e esse cenário não deve se modificar.
Possivelmente as taxas de crescimento irão melhorar, dado que as restrições impostas pela pandemia estão diminuindo e o fluxo de pessoas se aproxima cada vez mais da normalidade. Considero PCAR3 barata e mesmo que haja uma piora de resultados, o papel segue descontado.
Petrobras (SA:PETR4)
A Petrobras tem melhorado seus resultados consistentemente, diminuído sua alavancagem (principal problema dos últimos anos), focado sua operação nos ativos mais rentáveis. Enfim, está fazendo o dever de casa.
Está barata, gerando caixa e com a dívida caindo. Qual o risco? Petrobras é estatal. E como tal, devemos ter uma atenção extra aos movimentos do Governo. Sai ano, entra ano, e de tempos em tempos vemos algum tipo de interferência na empresa.
Apesar desse risco constante, vejo Petrobras em preços atrativos e com uma boa margem de segurança caso ocorra uma piora nos resultados.
Usiminas (SA:USIM5)
A Usiminas tem trazido bons números, favorecidos por um ciclo positivo de commodities, gerado por uma demanda bastante aquecida por aço. Apesar de termos visto quedas de preços de minério e produtos siderúrgicos nas últimas semanas, vejo esse movimento como pontual e não como uma mudança de tendência.
Ainda que o lucro líquido do último trimestre tenha vindo bastante inflado por efeitos não recorrentes, fazendo os devidos ajustes a empresa segue atrativa. Além disso, mesmo que haja uma piora nos resultados, USIM5 negocia a múltiplos muito atrativos frente ao seu histórico.
Como comentei no início, as 3 empresas citadas não necessariamente serão as mais valorizadas dos próximos meses, mas vejo que nos patamares atuais de preços apresentam boa margem de segurança caso o mercado siga realizando. Adicionalmente, em um prazo de investimento adequado podem trazer boas alegrias aos investidores.
Essa lista fez sentido para você? Se não, comenta aqui quais seriam as suas TOP 3 do Ibovespa.
Um abraço