3 ações/BDRs fora do setor de tecnologia com muito espaço para subir

• Com o avanço da euforia em torno da inteligência artificial, parte dos investidores começa a demonstrar cautela diante do risco de uma possível bolha no setor de tecnologia.
• A seguir, três companhias de modelos de negócio consolidados que não dependem da IA para crescer.
• Cada uma oferece características defensivas distintas, combinando rentabilidade consistente e valuation atrativo para quem busca estabilidade com potencial de valorização.

Enquanto cresce o temor de uma bolha de inteligência artificial, investidores mais experientes começam a migrar para oportunidades estáveis fora do setor de tecnologia, empresas com geração sólida de caixa e valuation atrativo. A seguir, três ações que se destacam nesse movimento de rotação.

1. Coca-Cola

• Desempenho no ano: +15%
• Valor de mercado: US$ 308 bilhões

A Coca-Cola (NYSE:KO) (BVMF:COCA34) continua sendo uma referência de consistência no setor de consumo, negociada a 23 vezes o lucro projetado, abaixo da média de 10 anos (27x), e oferecendo dividend yield de 2,89% (US$ 2,04 por ação ao ano), com 55 anos consecutivos de aumentos nos pagamentos.

O desempenho financeiro recente reflete crescimento equilibrado e previsível, sustentando a transformação estratégica da companhia. A receita orgânica do 3º trimestre de 2025 avançou 7%, impulsionada por maior volume em mercados emergentes (+7%) e melhor mix de preços em economias desenvolvidas (+5%), com lucro por ação acima das estimativas em 4%.

Sem exposição aos ciclos de investimento em IA e com geração anual de caixa superior a US$ 10 bilhões, a Coca-Cola mantém um fluxo consistente de dividendos e recompras, funcionando como um pilar defensivo para carteiras que buscam estabilidade fora da euforia tecnológica.

A empresa possui nota geral de saúde financeira de 2,80 (“boa”), com Profit Score de 4,15 e bom momentum operacional. O preço-justo médio estimado por analistas é de US$ 79,13, 11% acima da cotação atual —, podendo chegar a US$ 85,00 no cenário mais otimista.

2. AT&T

• Desempenho no ano: +10,6%
• Valor de mercado: US$ 178,5 bilhões

A AT&T (NYSE:T) (BVMF:ATTB34) reforça sua posição como líder em geração de caixa no setor 5G, com dividend yield de 4,4%, o mais alto entre as grandes operadoras. O fluxo de caixa livre chegou a US$ 4,8 bilhões no 3º trimestre de 2025, alta de 18% em relação ao ano anterior, permitindo reduzir US$ 10 bilhões em dívida no ano. A base de banda larga cresceu em 300 mil clientes, o melhor resultado em uma década.

Mesmo assim, o mercado mantém a ação com valuation deprimido, negociada a 8,2 vezes o lucro projetado, bem abaixo da média do S&P 500.

As melhorias operacionais recentes indicam execução disciplinada da estratégia de foco e eficiência, com expansão do caixa e fortalecimento do balanço. O segmento wireless segue demonstrando poder de precificação e fidelização, enquanto os investimentos em rede 5G preparam o terreno para novas oportunidades de monetização nos mercados corporativo e residencial.

A AT&T apresenta nota geral de saúde financeira de 2,82 (“boa”), com destaque em valor (3,20) e lucratividade (3,38), embora com ritmo mais moderado de crescimento. O preço-justo médio está em US$ 30,64, 21% acima do valor atual de US$ 25,26, sugerindo subavaliação relevante do papel.

3. Amcor

• Desempenho no ano: -10,1%
• Valor de mercado: US$ 19,5 bilhões

Fechando a lista, a Amcor (NYSE:AMCR) (BVMF:A1CR34)é a gigante discreta do setor de embalagens, essencial na cadeia global de consumo. Líder em embalagens rígidas e flexíveis, a empresa fornece para nomes como Nestlé, PepsiCo, Pfizer e Unilever, garantindo demanda estável e previsível, independentemente dos ciclos de tecnologia.

Negociada a 26 vezes o lucro projetado, a Amcor oferece dividend yield de 6,1% e realiza recompras anuais de US$ 1,2 bilhão, combinando retorno atrativo com balanço de grau de investimento. A empresa elevou sua projeção de lucro ajustado para 2025 para US$ 0,78–0,82 por ação, indicando crescimento de 8%, sustentado por alta de 6% no volume de embalagens para o setor de saúde, que compensou a demanda mais fraca em bens de consumo.

A companhia possui nota de saúde financeira de 2,37 (“regular”), refletindo menor crescimento e geração de caixa, mas rentabilidade constante. O preço-justo médio estimado é de US$ 10,45, frente à cotação atual de US$ 8,46, com alvo máximo em US$ 12,00, um potencial de valorização de 23%, o mais elevado entre as três, ideal para investidores que buscam oportunidades de recuperação.

Em um cenário de mercado marcado pela euforia com a inteligência artificial e pelo temor de uma bolha no setor de tecnologia, buscar ações estáveis fora da IA pode ser uma forma essencial de equilibrar as carteiras.

Coca-Cola, AT&T e Amcor se destacam como opções resilientes, combinando ritmo consistente de lucros com valuations atrativos.

Essas empresas oferecem potencial de crescimento previsível e dividendos regulares, tornando-se oportunidades interessantes para investidores que desejam diversificar e reduzir a exposição à volatilidade do setor de IA.

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