AXIA3: Axia cai após anúncio de bonificação, mas tendência de alta permanece
Os setores farmacêutico e tecnológico seguem entre os mais rentáveis de 2025, com várias companhias consolidadas que pagam dividendos superando amplamente o desempenho do mercado. Entre os destaques estão AbbVie (ABBV), Amgen (AMGN) e International Business Machines (IBM), todas com ganhos superiores a 30% no acumulado do ano.
Essas blue chips se destacam não apenas pelo potencial de valorização de capital, mas também pela consistência no pagamento de dividendos, atraindo investidores em busca de renda recorrente aliada a crescimento. Até 26 de novembro de 2025, as três companhias demonstravam resiliência diante das incertezas do mercado, mantendo ou ampliando o retorno aos acionistas.
AbbVie (BVMF:ABBV34)
A AbbVie (NYSE:ABBV) tem reforçado sua capacidade de enfrentar os maiores desafios do setor farmacêutico. Negociada a US$ 227,66 no fim de novembro, a ação acumula valorização de 32,59% no ano, mais que o dobro do ganho de 15,83% do S&P 500.
A empresa apresenta um dividend yield projetado de 3,54%, com data ex-dividendo em 15 de janeiro e pagamento em 16 de fevereiro de 2026. Com valor de mercado de US$ 402,36 bilhões, é a maior entre as três companhias analisadas, consolidando-se como um dos pesos-pesados do setor farmacêutico global.
Apesar das preocupações com a perda de exclusividade de patentes do Humira e das pressões de preços no setor, a AbbVie entregou resultados sólidos. No terceiro trimestre de 2025, a receita total atingiu US$ 15,78 bilhões, um aumento de 4,46% na comparação anual, com geração de caixa livre de US$ 20,8 bilhões nos últimos 12 meses.
Esse forte fluxo de caixa oferece a base necessária para sustentar e até ampliar os dividendos, além de financiar investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
O sentimento dos analistas é de otimismo cauteloso, com o Berenberg Bank reiterando recomendação de compra. O preço-alvo mediano de US$ 248 indica potencial de alta de cerca de 9%. A confiança do mercado reflete o portfólio diversificado e o pipeline robusto da companhia, fatores que ajudaram a ação a superar o desempenho de seus pares e do setor de saúde em 2025.
Amgen (BVMF:AMGN34)
A Amgen (NASDAQ:AMGN) atraiu atenção dos investidores com um desempenho de 36,50% no ano, negociada a US$ 344,57 em novembro. O conglomerado biofarmacêutico oferece dividend yield projetado de 2,92% e valor de mercado de US$ 185,54 bilhões, sendo uma das principais apostas para quem busca exposição a inovação em biotecnologia e medicamentos avançados.
A companhia mantém fluxo de caixa livre alavancado de US$ 11,41 bilhões, o que garante ampla capacidade para sustentar e expandir dividendos.
Entre os catalisadores recentes, a Amgen obteve aprovação definitiva da FDA para o IMDELLTRA, tratamento para câncer de pulmão que reduziu em 40% o risco de morte em comparação à quimioterapia tradicional. Além disso, o programa MariTide, voltado à obesidade, vem gerando grande expectativa. Dados da fase 2 devem ser divulgados até o fim do ano, e os estudos da fase 3 podem posicionar o fármaco como um concorrente relevante em um dos mercados mais promissores da década.
O Goldman Sachs mantém recomendação de compra e preço-alvo de US$ 400, estimando vendas ajustadas ao risco de até US$ 3,75 bilhões apenas para o MariTide.
Em termos de rentabilidade, a Amgen mantém margem líquida de 19,47% e retorno sobre o patrimônio líquido de 81,71%. No terceiro trimestre, o lucro por ação foi de US$ 5,64, superando as projeções de US$ 5,01, com receita de US$ 9,56 bilhões, acima do consenso de mercado.
O conjunto de resultados acima do esperado e o potencial de longo prazo do pipeline posicionam a Amgen como uma das ações de dividendos mais sólidas do setor de saúde para o fim de 2025 e além.
IBM (BVMF:IBMB34)
A IBM (NYSE:IBM) surpreendeu como líder de crescimento entre as pagadoras de dividendos, com retorno acumulado de 41,49% em 2025, o melhor desempenho entre as três empresas. Negociada a US$ 303,21, a ação oferece dividend yield projetado de 0,49%, reflexo da forte valorização do papel ao longo do ano.
Com valor de mercado de US$ 283,42 bilhões e fluxo de caixa livre de US$ 13,46 bilhões nos últimos 12 meses, a IBM mantém ampla capacidade para sustentar dividendos e reforçar investimentos em inovação. A transformação da empresa em uma referência global em inteligência artificial e computação quântica vem impulsionando o interesse de investidores institucionais.
No terceiro trimestre, a IBM apresentou lucro ajustado por ação de US$ 2,65, acima dos US$ 2,45 estimados, e receita de US$ 16,33 bilhões, superando o consenso de US$ 16,09 bilhões. O destaque foi o segmento de software, com crescimento de 10%, enquanto a divisão de infraestrutura avançou 17%, impulsionada pelo salto de 61% nas vendas de sistemas IBM Z.
O portfólio de negócios em IA já ultrapassa US$ 9,5 bilhões, evidenciando a consolidação da IBM no mercado de soluções baseadas em inteligência artificial. As novas parcerias em nuvem e computação quântica reforçam seu posicionamento estratégico para capturar tendências de longo prazo.
Apesar de alertas sobre desaceleração na divisão Red Hat e projeções de crescimento mais moderado, analistas veem a IBM como uma líder resiliente em IA, beneficiária direta da digitalização corporativa global. A Oppenheimer iniciou cobertura com recomendação Outperform, destacando a atratividade de suas métricas de valuation.
O retorno acumulado de 128% em três anos e 214% em cinco anos comprova a capacidade da IBM de gerar valor sustentável para investidores de longo prazo que buscam renda estável com exposição a tecnologia transformacional.
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