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Opiniões Sobre o Mercado Durante o Coronacrise - Tônica da Semana

Publicado 11.05.2020, 11:24
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Bom dia senhoras e senhores!

Resolvi fazer uma tônica da semana diferente, uma construção conjunta de dois caras diferentes mas que comungam de uma mesma paixão, que é mercado financeiro e, em especial, o universo de investimentos.

Eu e Breno nos juntamos para escrever.

VEJA TAMBÉM: Visão Sobre o Momento Atual de Incertezas por Coronavírus, por Eliseu Manica

Qual é a ideia?

Opiniões diferentes constroem o mercado. O Bugg sempre foi um espaço democrático, e esse cara comprou a ideia e trabalha de forma totalmente voluntária simplesmente pela paixão de falar sobre o mercado de ações e transmitir conhecimento. Assim como eu, ele tem grande parte, se não a totalidade do seu patrimônio, investido. Sua vida está nisso… ele vive isso no dia a dia!

Não combinamos o que cada um iria escrever.

A diretriz foi: coloque sua opinião, sustente com um ou dois gráficos, e não escreva demais para não tornar a tônica em algo muito longo. Simples assim!

O resultado está abaixo.

BRENO BONANI
Acho válido começar comentando a minha atual exposição a determinados ativos. Estou 60% comprado em bolsa ainda, em algumas empresas nas quais eu consegui comprar a preços mais atraentes na última queda e algumas que ficaram na minha carteira e eu tenho intenção de continuar com elas mesmo após a queda (algumas até já se recuperaram).

Já no restante da minha carteira (40%), estou como “caixa”, mas aplicado de uma maneira que considero mais “inteligente” e, por isso, resolvi comprar um determinado ativo, que explicarei melhor amanhã em um post dedicado a ele.

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O que eu tenho visto…

Muitas pessoas comentando sobre recuperação rápida dos EUA e uma recuperação de “earnings” (ganhos) também. Gostaria de chamar a atenção para outros indicadores que muitas vezes podem passar despercebidos e trazer um outro olhar sobre o cenário.

Fonte: WSJ The Daily Shot

O gráfico acima mostra a dispersão dos analistas em relação às estimativas de earnings (lucros) das companhias que compõem o S&P 500. Esse “spike” (alta agressiva) indica uma grande incerteza por partes deles e não é uma boa notícia.

Além disso, a dívida americana nunca foi tão alta em relação ao seu PIB:

Fonte:FRED US

Outro indicador que piorou bastante nos últimos tempos foi a velocidade em que o dinheiro é trocado na economia:

Fonte: FRED US

Esse indicador (gráfico acima) é o PIB dividido pela M2 dos EUA. Para ninguém ficar perdido, o M2 é um indicador de oferta monetária que engloba a M1 (dinheiro, depósitos de cheques etc.) e outros ativos que são “quase dinheiro”. Esses outros ativos, de extrema liquidez, mas não monetários, são: títulos de dívida, depósitos na poupança, títulos do mercado imobiliário e depósitos a prazo. Não confundam com a M2, que historicamente só sobe. Esse gráfico aborda a velocidade de transação em que o dinheiro que compõe a M2, mesmo crescendo ano após ano, vem caindo também ano após ano. Em outras palavras, o dinheiro cresce numa velocidade muito maior que o da atividade, que tem dificuldades em se expandir.

Além disso, as emissões de dívidas corporativas teve um forte crescimento, especialmente em títulos com ratings de “junk bonds” (títulos lixo), o que denota um risco maior no mercado de crédito.

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Fonte: ICE Data Services

Não obstante, muitas dessas empresas, de setores como automotivo ou de construção, já se encontram com endividamentos altos. A tabela abaixo traz um compilado da relação dívidas totais/Ebitda de empresas com esse ratio acima de 10x (o que é muito alto):

Fonte: Diário de Negócios do Investidor

Para encerrar essa minha parte, vejo um outro problema na mudança da dinâmica das pessoas. Parece meio consenso: a demanda mudou e não tende a se recuperar ou voltar para patamares de antes. Estamos diante de um novo modo de encarar o mundo. O estrago já foi feito, notem o gráfico abaixo:

Fonte: Departamento de Emprego dos EUA

Demorou uma década para construir 20 milhões de empregos, que acabaram em apenas duas semanas. Mesmo após reabertura, acho difícil voltar aos níveis de antes (com certeza pode ter uma recuperação, e provavelmente vai). Mas o impacto que isso traz para confiança das pessoas para voltarem a consumir é bastante afetado, e estamos vendo que, mesmo após a reabertura da economia, nada é tão simples.

Fonte: Financial Times

A imagem acima foi retirada do Financial Times e mostra que os varejistas na China estão enfrentando uma “dura verdade”: mesmo com a reabertura, o número de pessoas circulando em vários locais continua muito baixo. Vi depoimentos de restaurantes e alguns hotéis ainda operando com nenhum ou quase nenhum cliente. Eu sei que, com o tempo, as pessoas esquecem e voltam a consumir, mas, neste primeiro momento, tudo ainda é muito incerto e a mídia continua bombardeando sobre o vírus a todo momento, sempre nos lembrando que nada foi resolvido e que a cautela ainda tem que existir (e eu concordo que tenha que existir mesmo).

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Logo, diante de todo o cenário global mais complicado e agora de um cenário interno mais turbulento (não satisfeitos com o cenário global piorando e nem com a pandemia, a gente resolveu ter uma crise política), eu fico de olho e cada vez mais cauteloso de me expor em determinados ativos. Espero de alguma forma ter ajudado com uma outra visão sobre isso tudo!

WILLIAM ALVES

Esse tem sido um ano difícil para todos nós. Eu estava muito perto, algo como a 5%, de atingir uma meta pessoal na minha carteira, um montante importante. Veio o corona e dilacerou isso! Então, assim como todos vocês, tenho que cuidar para que o meu humor com o mercado não afete minha capacidade analítica. Aconteceu... e agora, o que fazemos?

Sou mais pragmático e vou tentar ser breve. Entendo que houve uma injeção massiva de liquidez no mundo, que gerou certos desarranjos. Mas daí a inferir que alguma grave crise virá, ou tentar descobrir o efeito disso no longo prazo, me parece um exercício deveras complexo e que temos pouca ou nenhuma capacidade de fazer. Em 2008, injetou-se muito dinheiro na economia e muitos pregavam que esse ia ser o centro da próxima crise. Não foi. Acreditavam em inflação…não teve! Acreditavam que não ia gerar crescimento….gerou! Então me abstenho dessa tentativa de prever os próximos anos e foco e um mês de cada vez.

De fato comecei o mês com uma cabeça mais cautelosa. Penso que o mês de abril corrigiu discrepâncias bizarras que foram criadas em março. Isso não quer dizer que não existam assimetrias gigantes (comentei duas delas na carteira dessa semana). No entanto, realmente existem muitos incêndios por aí.

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Temos o corona que ainda segue escalando e talvez cheguemos no pico quando já estamos querendo reabrir a economia. É uma escolha de Sofia dificílima. Não há resultado bom, simples assim

Número de novos casos de covid-19

A atividade está definhando. Bolsonaro e Guedes falaram isso na semana que passou. A atividade está na UTI! Abaixo, a produção industrial, a vendas de veículos e os serviços.

Fonte: The Daily Shot

Fonte: The Daily Shot

Fonte: The Daily Shot

Ok, isso é passado. Mas todo esse ambiente gerou uma incerteza e uma falta de confiança muito grande nos agentes acerca de uma recuperação, vide gráficos abaixo do BNP Paribas Asset Management.

Fonte: FGV. Elaboração: EBPP AM Brasil

Essa confiança poderia ser estabilizada mais rapidamente com uma atuação crível e coordenada dos agentes de política econômica. O BC está fazendo o seu. Ele não tem muito o que fazer, na real, mas baixou juros e vem atuando para atenuar os saltos do câmbio. Ele não determina câmbio, então a “culpa da alta” não é dele. A questão é que a política esta servindo como mais um agente desestabilizador. Ainda existe muito conflito para que fiquemos tranquilos. Toda semana ouço que o Paulo Guedes está saindo. Isso me incomoda, mas imagino que incomode ainda mais o investidor estrangeiro que acompanha essa bagunça de camarote.

Fonte: Exame

Mas, como sempre digo, não somos uma ilha! Talvez a salvação venha de fora. Por que digo isso?

  • Dados pós reabertura na China têm surpreendido positivamente pela velocidade da retomada – indústria, exportações, vendas de veículos.
  • Os países europeus começam a reabrir (alguém viu a galera dançando em Milão? Não…olha esse link).
  • Estados começam a relativizar suas medidas de distanciamento social aqui nos EUA.
  • A injeção de dinheiro nos mercados não foi pouca e, assim como fez em 2008, pode gerar a retomada da economia.
  • A volatilidade seguiu caindo (gráfico do VIX abaixo) nos últimos dias e isso vem ajudando os ativos de risco no mundo – bolsas e até moedas emergentes.
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S&P 500 VIX

No Brasil o conflito político atrapalhou e, obviamente, a necessária queda dos juros acentuou isso, com o nosso “ajuste” se dando no câmbio. Sempre há quem ganhe e quem perca. É muito ruim para o produtor que consome tecnologia de fora, a fábrica que importa máquinas, o nosso consumo e nossa poupança. Mas positivo para quem exporta… ou ainda para empresas que tenham dívidas atreladas ao CDI em queda. Não há mágica… é melhor se acostumar. A meu ver, o câmbio só volta se volta se o Brasil conseguir arrumar minimamente a casa e crescer. Então, o ajuste do câmbio nos torna mais competitivos internacionalmente e pode ajudar na geração de superávits e na recuperação de setores importantes, como o exportador e a importante parte agrícola. Penso que temos que levar isso em conta.

Disse que ia ser breve… Então se desenha um cenário de menor aversão ao risco e de elevada liquidez num momento em que a bolsa brasileira em dólares se encontra em mínimas históricas – abaixo o gráfico do EWZ. Com a liquidez abundante e partindo do pressuposto de que tudo tem um preço, talvez exista um espaço para acreditar na “salvação” que comentei acima. Ainda tem coisas bastante assimétrica na bolsa brasileira. É isso que tento buscar na minha carteira.

iShares MSCI Brazil

Mas e se não vier? Sua carteira de investimento tem de estar preparada para aquilo que você não domina. Portanto, uma parcela diversificada internacionalmente é indispensável! Acessar mercados e setores que você não consegue no Brasil, ter investimento dolarizado... Isso é o que penso ser o melhor hedge (proteção). Tenha 10%, 20%, 30% pelo menos no exterior!

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Era isso.
Aquele Abs.

Últimos comentários

Analises incriveis!!!
Matou a charada,Will. Realmente dólar alto é ruim pra tecnologia e maquinário gringo. E isso que faz um país dar um salto em sua economia. Quanto a agricultura, estamos vendo isso há 500 anos. Meros produtores de café e cana prós países do primeiro mundo gerarem valor em cima.Logo, dólar alto é péssimo. Mas o ministro disse pra se acostumar. Até empregada tava indo pra Miami.Tem visto alguma por aí?
São duas abordagens opostas e complementares.
Tá show. como sempre um ótimo texto
William vj também o Ouro na carteira de investimentos. Thanks.
Muito bom. Teus textos são os melhores daqui. Não tem achismo, tem sempre muita informação baseada em dados e pesquisa. Parabéns!
Will , com o devido respeito, ainda não aprendeu a importância de se ter ouro na carteira?
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