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A Inflação Está de Volta e Forte, só o IBGE Não Capta e o Câmbio Alto é a Causa!

Publicado 10.09.2020, 10:05

Mário Henrique Simonsen, nosso ilustre ex-Ministro da Fazenda, utilizava a máxima de que “o juro aleija, mas o câmbio mata”, para evidenciar a importância deste preço na economia quando desajustado.

O que presenciamos agora é o “rebound” do proposto câmbio alto  e estimulado pelo Ministro da Economia na inflação brasileira, já que ao estimular fortemente as exportações agrícolas e pecuárias repercute internamente nos preços dos alimentos de forma imediata e repõe ao cenário brasileiro o processo inflacionário, perceptíveis nas redes distribuidoras e somente, estranhamente, não captadas pelo IBGE na apuração do IPCA.

O câmbio alto, claramente agora fadado ao insucesso, visto que não promoveu os efeitos objetivados prioritariamente pelo governo, como plano de estímulo à atividade econômica focando “baratear” o país, estimular as exportações e atrair capitais estrangeiros para investimentos em conta capital e para renda variável, até porque excedeu os parâmetros de razoabilidade, e, conjugado ao estímulo de juro baixo possível pela inércia da economia, mas que também, não estimulou, como esperado, os investimentos por parte do setor privado.

Evidentemente é um sofisma atribuir-se total culpa do ocorrido à crise do coronavírus, visto que já na fase antecedente não criou motivação a outros fatores objetivados, restringindo-se tão somente a estimular o agronegócio que cresceu não somente pelo câmbio alto, mas, também e principalmente, pela elevada demanda global de alimentos.

Em realidade, o setor privado não reagiu como esperado ao estímulo dado pelo governo através o câmbio alto focando o mercado exportador, inibição do mercado importador, e aos investimentos produtivos.

O câmbio alto ganha destaque neste momento visto que é a causa das pressões inflacionárias, conclusão inquestionável, e de correção não tão rápida quanto necessário para não criar o retorno inflamado da inflação e desestruturar toda a estratégia da outra ponta “o juro baixo”.

É notória a desestruturação dos preços relativos da economia, e mais, os desalinhamentos sobre o poder de consumo da população que fica à mercê de reajustes salariais pelo IPCA minguado do IBGE no entorno de 2% projetados para o ano enquanto o IGP-M que reajusta os preços de serviços e tarifas aponta para projeção de 13% no ano.

Somente o desajuste gritante entre o IGP-M e o IPCA já seria um fator redutor relevante da capacidade de consumo da população, e, agregado ao exuberante aumento dos preços dos alimentos, em especial da cesta básica, aumenta em muito a capacidade de empobrecimento do consumidor brasileiro.

Há uma sensação de que o governo “perdeu a mão” no câmbio e o preço acabou alinhando-se a parâmetros acima do plausível que estaria no entorno de R$ 4,70 pelos cálculos de organismos internacionais, e o juro baixo com SELIC em 2% pode, até como já apontado pelo Ministro Guedes sem citar a causa, problemas de rolagem da Dívida Pública.

Há um imbróglio no contexto e a equação não é de fácil solução.

Dias atrás postamos que a tese do câmbio alto e juro baixo poderia se revelar insustentável e tornar-se um insucesso, e isto vai ficando claro, se não pela tese em si pela perda de razoabilidade dos parâmetros, que podem estar desalinhados.

Em realidade, temos salientado que não há no horizonte fontes de pressão sobre o preço do dólar a partir de demanda legítima, e isto está evidente desde quando o RIT do BC reduziu a projeção do déficit da conta transações corrente de US$ 40,0 Bi para US$13,0 Bi, e depois da enorme “sangria” havida com saída de investidores estrangeiros do país ao longo de 2019 e do 1o semestre deste ano.

A rigor, a crise fiscal, que pressiona o país, não deve repercutir no câmbio que revela ambiente absolutamente tranquilo. Temos reservas cambiais confortáveis e um mercado de derivativos bastante sofisticados.

Portanto, há espaço para um ajuste à razoabilidade do preço do dólar no nosso mercado, ainda que fique na margem considerado “alto”.

O mundo globalizado tem esta percepção, tanto é que o nosso CDS está somente em 203,0 pontos.

Na contra ponta, fica o descompasso do juro baixo que não trouxe as repercussões objetivadas e parece desconforme com a realidade do país, que por razões meramente circunstanciais ou de má aferição apresenta índice inflacionário baixo.

O argumento da parte “leiga”, que observa as considerações a respeito do juro como pressão dos rentistas que querem mais juro, não se apercebe que investidores experientes buscam rentabilidade em operações atreladas ao IGP-M que se direciona a 13% a.a., o que invalida o alegado pelos inexperientes.

O IGP-M de agosto fechou em 3,37% e a primeira prévia de setembro em preocupantes 4,41%, o que sinaliza que o descompasso entre a realidade deste indicador e a ficção do IPCA é cada vez mais preocupante.

O governo precisa enfrentar o problema para conter o ímpeto inflacionário, com o realismo de saber que passa pelo câmbio alto e não pelo supermercado, e precisa verificar por que o IBGE não capta este impacto no IPCA, e cria uma ficção inflacionária baixa.

Últimos comentários

Dólar a 5,00 só se fizermos muita merda! Lembram dessa fala do Paulo Guedes? Precisa dizer algo mais pra mostrar que ele está perdido completamente? Apertem os cintos!
Esse ministro da economia é um falastrão não entende nada de economia, estamos retornando vinte anos muito frustante
Creio que a desvalorização do Real só atendeu a interesses de grupos financeiros, e não ao povo brasileiro...
Desde 1994, IGPM e o dobro do IPCA. E o descompasso aumenta no tempo. Por outro lado a fantasia do IPCA passou a ser o índice oficial apesar de fantasioso. Foi mais uma forma de enganar sobre a inflação real.
FORA BOZO
CHAMA O MEIRELLES!!
A relação causa efeito do dólar sobre a inflação é cristalina. Inacreditável que o viés político impede alguns de enxergar o óbvio.
Mas de novo, Sidnei Nehme? Cadê a pandemia nessa sua contabilidade? Além disso, a citação do Simonsen não se aplica porque a situação do Dólar é o inverso da época.
a inflação não é mera obra do acaso, ou das "circunstâncias" como diz o texto. Inflação é gerada quando o governo imprime dinheiro sem lastro, o que vai acontecer é uma adequação dos preços. Não é pq o dólar subiu que os preços vão continuar subindo sem parar, isso não tem o menor fundamento.
So ha um pequeno erro. Simonsen se referia ao cambio excessivamente valorizado, devido ao seu controle e ao excesso de inflacao. Ele mesmo promoveu inumeras desvalorizacoes. O objetivo disto era permitir suoervits comercias ja que o fluxo positivo de capital era dependente quase todo de exportacoes. O resto do dinheiro que entrava vinha de emprestimos ponte do FMI e financiamentos externos cuja tx de juros na epoca passava de 12%, pasmem, em dolares. Nossa situacao hoje e muito mais confortavel!!
Esta é a visão de quem insiste em fechar os olhos para realidade a fim de encontrar motivos no governo para todos os problemas, a velha maxima " oferta e demanda" na realidade com o virus a pandemia e a quarentena as industrias enxugaram esperando um periodo longo de crise, e em pouco tempo, de forma inesperada a demanda aumentou e faltou produto, este espaço de tempo entre o ajuste na produção para atender a demanda gerou a inflação, que tende a ser equilibrada com a retomada da produção e ajustar a equação. sera que é muito dificil de ver isso?
Basta ver que o combustível, a despeito de ter tido alguma linha de refino interrompida, não retomou o preço ao patamar pré covid. Na descida do preço, os varejistas seguraram o preço ao consumidor alegando vender o estoque a preço superior ao valor da compra, e estacionaram no modo sobrevivência, com margem de lucro suficiente para garantirem a despesa do mês vendendo para quem ainda estava comprando. O arroz, e os alimentos em geral, são muito mais perecíveis e tem um ciclo de produção ligados à natureza, o que dificulta a administração, mas penso que está sendo resolvido
Esta é a visão de quem insiste em fechar os olhos para realidade a fim de encontrar motivos no governo para todos os problemas, a velha maxima " oferta e demanda" na realidade com o virus a pandemia e a quarentena as industrias enxugaram esperando um periodo longo de crise, e em pouco tempo, de forma inesperada a demanda aumentou e faltou produto, este espaço de tempo entre o ajuste na produção para atender a demanda gerou a inflação, que tende a ser equilibrada com a retomada da produção e ajustar a equação. sera que é muito dificil de ver isso?
isso sem contar que os preços não vão ficar subindo indefinidamente porque o dólar subiu... vai haver uma adequação dos preços e ainda que o dólar fique nesse patamar, a inflação fica contralada, já que este governo não fica imprimindo dinheiro, como faziam todos os anteriores.
O IGPM é o índice correto porque é ele que está com dois dígitos? Muito blablabla e não explicou a diferença de composição nos índices e o porque dela ser significativa. Texto raso.
Discordo . Isto é culpa do cambio valorizado no passao que acabou com o parque industrial no Brasil . Hoje tudo é importado da China .
ainda bem que isso só aconteceu no Brasil.....Europa, Ásia, EUA, América todos foram pra china por causa da valorização do câmbio brasileiro.....desculpa, mas essa não deu pra entender.
Perfeito. O Bacen fez besteiras no câmbio e, agora, a conta começa aparecer. O dólar subiu de elevador e vai descer de escada. Some-se a isso uma taxa de juros muito baixa, que não chega na ponta
Perfeito o texto! Bolsonaronfoi eleito com o apoio integral do rural, que o pressiona para manter o US nas alturas, logico que a inflacao ja voltou e vai destruir o Governo dos ruralistas e depois ela propria. Quem emprega sao a industria e servicos, se o Bolsonaro nao equalizar o cambio nao tera bolsa familia que o sustente.
Nosso governo federal não tá tendo competência para controlar o mercado ,precisamos de um Gilberto Meireles ou Armínio fraga conhecedores de fluxos financeiros.
Guedes e um lambe bolas
tem como controlar o mercado?
tem como controlar o mercado?
Todo mundo que entende o mínimo de economia sabe que o IPCA não serve como medidor de inflação. Desde 2014, quando o governo Dilma claramente usou o índice para camuflar os dados reais, e atual governo parece estar fazendo o mesmo. Se analisarem bem o IPCA é um Factoide. É Simples, comparem os dados do IGP-M , com o IPA em confluência com os dados de índice M1 (esse é de assustar, aumento de 50% só em 2020) e vocês vão ver o tamanho do tsunami. O Principal responsável é o Banco Central que resolveu fazer TMM (criar dinheiro do nada). O Sr. Guedes junto com Campos Neto estão empenhados em criar dinheiro do nada, expandir a base monetária (inflação) , só com a alta do dólar de 2019 a 2020, o BC teve um lucro de R$ 500 bilhões repassados ao tesouro. Alguém aqui acha que o dólar ira voltar ao patamar de antes de 2019?  É ridículo o que esta acontecendo e quase ninguém esta falando a verdade.
Texto ruim, incompleto, enviesado. Então vamos aumentar a taxa de juros! oba! dinheiro rentista fácil! além disso a alta do dólar é muito influenciada pela situação da pandemia. alguém a fim de investir nesse cenário?
Simples, comparem os dados do IGP-M , com o IPA em confluência com os dados de índice M1 (esse é de assustar, aumento de 50% só em 2020) e vocês vão ver o tamanho do tsunami. O Principal responsável é o Banco Central que resolveu fazer TMM (criar dinheiro do nada). O Sr. Guedes junto com Campos Neto estão empenhados em criar dinheiro do nada, expandir a base monetária (inflação) , só com a alta do dólar de 2019 a 2020, o BC teve um lucro de R$ 500 bilhões repassados ao tesouro. Alguém aqui acha que o dólar ira voltar ao patamar de antes de 2019?  É ridículo o que esta acontecendo e quase ninguém esta falando a verdade.
A primeira vista ou para os menos avisados ou mal intencionados, parece que o texto tem lógica.Porém, melhor analisando constata-se que a conclusão é equivocada. O aumento de preços de alguns itens alimentícios, que são até os principais da Cesta Básica, não tem como causa unicamento o valor do Dolar acima do razoável. A inlação desses itens é decorrente de uma conjunção de fatores, passando pelo "fique em casa", que causou baixa produção e elevando consumo nos últimos meses, forte demanda externa, também nos últimos meses, principalmente venda ao mercado da China, 16 anos seguidos que os produtores vinham trabalhando no limite dos custos de produção e, os distribuidores aliados às redes de supermercados que não querem abrir mão de suas abusivas margens de lucros.
Eu preferia o dólar a R$ 1,75.
Análise equilibrada no meu entender.
excelente análise, situação está se complicando, sem perspectiva de melhora, visto que não ninguém nesse governo gabaritado para atuar nessa crise. Ministro sem leque ação e presidente bronco
Analistas pessimo,o país não produz pois "Fique em Casa" não há produção e a lei da oferta menor e procura maior aumenta os preços, por isso temos que voltar a produzir.
A agricultura não parou, onde é que vc acha que se produz arroz, mas cidades?
 as pessoas correram aos supermercados em março com medo que faltasse alimentos, a indústria ficou em modo hibernação. A logística esteve prejudicada, e de julho em diante a atividade vem sendo retomada. Junte-se a isso o auxílio emergencial. Resultado: consumo em alta, estoques em baixa.
Analise de amador. Em todo mercado acontece isso. O mercado é auto regulável. Daqui pouco os preços irão voltar ao normal.
em nome de Jesus....Aleluia
ainda bem que temos um especialista comentando kk
estava procurando este comentário kkkkk  além disso, a inflação está controlada pelo simples fato de que o governo não fica imprimindo dinheiro, como outrora, e por isso não vai haver um surto inflacionário, apenas adequação dos preços.
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