Aberturas sem rumo; dólar global em queda em dia de COPOM, Balanços e CAGED

Hoje o COPOM termina sua reunião e sem grandes alardes, deve manter inalterada a taxa de juros aos atuais 13,75% aa e sinalizar a manutenção pelo período “suficientemente longo”, repetindo as premissas citadas na ata anterior, em meio aos desafios locais e globais de inflação e diferencial de taxas de juros.

A inflação sai da zona negativa e volta a responder às sazonalidades do período, com o IPCA-15 ontem levemente acima de nossas projeções, especialmente devido a novas pressões de alimentos e a não ocorrência de alguns cortes de combustíveis.

Há uma pressão em etanol, especialmente devido ao expressivo aumento da demanda europeia pelo combustível, em meio à falta de gasolina e os problemas de greves gerais, custos de produção e oferta muito reduzida do gás russo.

Ainda assim, a produção brasileira está com ao menos 30% a mais de usinas em operação produzindo na comparação com o ano passado, as chuvas, ainda que tenham prejudicado um pouco a colheita, favoreceram o plantio e a hidratação dos pés, portanto o problema é de demanda e não de oferta.

Alimentos começam a dar sinais de estabilidade, porém ainda frágeis, o que já nos faz rever nossa projeção de 0,33% para o IPCA de outubro para em torno de 0,43%, mas não devido ao IPCA-15 e sim à coleta diária, a qual, a dois dias do dia oficial de coleta, ultrapassou em 4 bp a projeção do mês.

A inflação deve permanecer em torno destes patamares, devido em partes aos eventos sazonais de consumo, os quais preconizam um momento positivo, com o aumento da intenção do varejo em contratar mais temporários.

Com o cenário acima, reforçamos nossa projeção de IPCA aos 5,2% em 2022, facilitando assim o trabalho de condução da política monetária pelo COPOM e preservando a taxa ao menos até o segundo semestre de 2023.

Nos EUA, balanços das Big Techs tem decepcionado, mas o conjunto de resultados ainda não é o suficiente para criar a noção de que o Fed deva reduzir a pressão nos juros no curto prazo, nem mesmo com a piora dos dados de confiança e setor imobiliário criando um breve alívio nas Treasuries.

Na Ásia, além da inflação ao atacado no Japão se manter controlada aos 0,1% e 2,6% aa, a China já começa a trabalhar para incentivar os bancos regionais a baixar juros e iniciar o financiamento de projetos, sinal bom para commodities e emergentes.

ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após Alphabet (NASDAQ:GOOGL) ruim e balanços de Harley, Canon, Deustche Bank, KraftHeinz e após o fechamento, Ford (NYSE:F).

Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados por techs, com incentivos na China, inflação controlada no Japão e apesar da inflação recorde na Austrália.

O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.

Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata e cobre.

O petróleo sobe em Londres e  em Nova York, apesar do aumento dos estoques e da produção nos EUA.

O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,04%.

CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3162 / 0,24 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / 0,632%
Dólar / Yen : ¥ 147,24 / -0,521%
Libra / Dólar : US$ 1,16 / 0,950%
Dólar Fut. (1 m) : 5288,00 / 0,68 %
 
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,64 % aa (0,07%)
DI - Janeiro 24: 12,94 % aa (0,50%)
DI - Janeiro 26: 11,69 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 27: 11,68 % aa (-0,30%)
 
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,1957% /  114.626 pontos
Dow Jones: 1,0702% /  31.837 pontos
Nasdaq: 2,2507% /  11.199 pontos
 
Nikkei: 0,67% /  27.432 pontos
Hang Seng: 1,00%  /  15.318 pontos
ASX 200: 0,18% /  6.811 pontos
 
ABERTURA
DAX: 0,434% / 13109,60 pontos
CAC 40: -0,061% / 6246,77 pontos
FTSE: -0,450% / 6981,90 pontos
 
Ibov. Fut.: -1,38% / 116288,00 pontos
S&P Fut.: -0,79% / 3839,5 pontos
Nasdaq Fut.: -1,654% / 11514,00 pontos
 
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,36% / 113,23 ptos

Petróleo WTI: 0,38% /  $85,64
Petróleo Brent: 0,13% /  $93,64
 
Ouro: 1,01% /  $1.668,36
Minério de Ferro: -2,35% /‎‎ $86,70
 
Soja: 0,62% / $1.390,50
Milho: 0,22% /  $688,25
Café: -2,10% /  $181,95
Açúcar: -0,28% /  $18,03