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Cuidado, os Juros Negativos Podem Ser Uma Armadilha

Publicado 18.06.2020, 06:50
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Agora é oficial: temos uma nova mínima histórica para a taxa básica de juros brasileira, consolidando um importante cenário expansionista para o processo de retomada econômica. 

Mas, enquanto a demanda não vem por conta do forte receio de uma nova onda de contágio da covid-19, o juro real cai a 0,65% ao ano. Isso traz de volta o fantasma dos juros negativos, que, no meu entendimento, tem pouquíssimas chances de chegar por aqui e menos ainda de ser algo bom para economia ou para o investidor. 

As taxas negativas de juros começaram a aparecer no mundo em 2014, quando o Banco Central Europeu (BCE) implementou uma taxa negativa nos depósitos que os bancos lá mantinham. A ideia era que isso incentivasse os bancos a não deixarem o dinheiro parado (dado que isso se tornaria, efetivamente, um custo para eles) e o emprestassem, estimulando, assim, a economia e reduzindo o risco de deflação. Somente em 2016, o Banco Central do Japão, atual referência sobre o modelo, passou para o campo negativo dos juros. 

Perceba que a decisão extrema veio para fazer o dinheiro circular no mercado. Mas, no momento, os bancos centrais estão imprimindo dinheiro como se não houvesse amanhã. 

Como o assunto envolve uma série de fatores subjetivos, como a oferta do crédito pelos bancos privados, voltamos aos impactos no cenário histórico. O estoque de dívidas com taxas negativas aumentou nos últimos anos, passando a incluir até mesmo algumas dívidas corporativas. Isso, por sua vez, fez com que o saldo total desses ativos no mundo atingisse quase US$ 17 trilhões no final de 2019.

Ressalto que esse saldo é referente apenas a títulos com taxa nominal negativa. Descontando a inflação esperada, o valor das dívidas com taxas reais negativas no mundo era de US$ 35 trilhões em setembro de 2019, segundo a Bloomberg. A este ponto fica claro que o uso de taxas negativas aumenta o endividamento do país, sem garantir um crescimento econômico extraordinário. 

No lado do investidor, as taxas de juros muito baixas também podem levar a um efeito contrário do esperado. A sinalização de instabilidade financeira futura, somada ao receio de não conseguirem guardar dinheiro suficiente para a aposentadoria (semelhante ao que vemos hoje no Brasil), pode fazer com que as pessoas passem a poupar mais ao invés de consumir e estimular a economia. 

Esse cenário é o que os economistas chamam de armadilha de liquidez (liquidity trap) e que vem ocorrendo a certo nível devido ao isolamento social. A dúvida que fica é sobre os efeitos prolongados da pandemia e as mudanças de hábitos permanentes dos consumidores e investidores.

Por hora, ainda vejo o apetite ao risco aumentando, conforme falamos no artigo anterior. Mas, a grande probabilidade de novas ondas de contágio pelo coronavírus nos coloca em algum ponto entre o cenário de recuperação e a liquidity trap. Basicamente, nos resta contar com uma boa diversificação e os dois pés no chão. 

Últimos comentários

acredito que em futuro próximo a inflação virá galopante , ouro única reserva em tempo de incerteza
Os Bancos Centrais não vão conseguir atingir o objetivo, porque o que o mundo precisa é de investimento privado. Pensando da perspectiva de um investidor privado que sou, os BCs precisam aumentar as taxas de juros para que eu possa confiar em manter o endividamento dos países. É inviável financiar dívida que está com juro negativo, é fora do racional econômico. Pensando no caso brasileiro não tem com a Selic estar tão próxima do IPCA. Precisa estar em pelo menos o dobro pra que os investidores se desfaçam das posições dolarizadas e invistam aqui. Sou a favor também que se revoge Imposto de Renda sobre lucro no Tesouro Direto. Já parou pra pensar que o governo pega seu dinheiro emprestado e sobre os juros que ele te paga ele ainda tem que tirar uma parte pra ele? Como assim?
primeiro não invente nome falso, depois vá estudar pois são em todos BCs pessoas muito bem formadas
Li, reli e entendi o recado e a mensagem mas seria interessante ser postado de forma mais objetiva e clara.....
É o que os analistas fazem, falam, falam e falam e no final "cautela e diversificação", repare
 Exatamente....rssss....chego a conclusão de que depende da posição de cada analista, se comprado ou vendido, e qual ativo. Aí ele puxa para um lado ou para outro. Sinceridade, honestidade e competencia nunca...
O endividamento aumenta porque a taxa negativa estimula a tomada de mais empréstimos (dívidas).
explicação confusa sobre a taxa negativa aumentar o endividamento do país, uma pena , perdi meu tempo lendo isso , com todo respeito
Exato. A questão do aumento fo endividamento generalizado, mesmo a juros negativos, existe. Mas aqui a correlação não foi explicada...
O ponto central da discussão é a armadilha de liquidez.  As instituições financeiras precisam captar a baixo custo e emprestar a juros positivos para ganhar com o spread e continuar com a oferta do crédito. Porém, sem a “motivação” das pessoas para investir devido a taxa negativa e receio de tomar crédito, a economia não gira e entre os efeitos estão a elevação dos custos das instituições e queda na arrecadação.   O tema é muito bacana, mas pode mesmo gerar dúvidas, por isso fizemos um relatório completo, chamado "renda fixa retorno livre de risco ou risco livre de retorno". Está disponível na página da Capital Research.
tsc!tsc!
Nao entendi por que taxa negativa aumenta muito o endividamento do país. Faltou uma explicação melhor no artigo.
Tb não entendi! Não seria o contrário? Pois com o tempo estoque da dívida diminuirá com o recebimento dos juros.
O ponto central da discussão é a armadilha de liquidez.  As instituições financeiras precisam captar a baixo custo e emprestar a juros positivos para ganhar com o spread e continuar com a oferta do crédito. Porém, sem a “motivação” das pessoas para investir devido a taxa negativa e receio de tomar crédito, a economia não gira e entre os efeitos estão a elevação dos custos das instituições e queda na arrecadação.   O tema é muito bacana, mas pode mesmo gerar dúvidas, por isso fizemos um relatório completo, chamado "renda fixa retorno livre de risco ou risco livre de retorno". Está disponível na página da Capital Research.
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