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Desventuras da Economia Real na Fantasia Neoclássica dos Bancos Centrais

Publicado 12.02.2016, 10:09
Atualizado 09.07.2023, 07:31

No frigir dos ovos, a economia se resume basicamente em serviços e produtos fabricados, vendidos e entregues a quem precisa ou quer e pode comprá-los. Ela não é necessariamente o curioso mundo dos Bancos Centrais e dos mercados financeiros que todos gostariam de compreender melhor.

Bancos centrais podem e vêm adotando políticas de planejamento central que lembram o poder dos Politibüros da era da cortina de ferro. Imprimem dinheiro conforme seu próprio julgamento e conveniência. E os poderosos do mercado financeiro dão um jeito de lucrar com isso. Mas é nas ruas da economia real, onde estão as pessoas comuns, seus empregos e empreendimentos, que essas políticas podem gerar maior sofrimento!

Trabalhadores e empresas estão se vendo enrascados. E isso não se resume à nossa realidade brasileira. Nos EUA, já há vários sinais de alerta. A coisa está ficando feia até para as grandes multinacionais. Matérias primas como minérios e petróleo seguem caindo de preço e taxas de câmbio vão se ajustando nervosas. Vem aí uma recaída mundial.

A multinacional americana Caterpillar é onipresente ao redor do mundo, mas ela é o canário na mina de carvão. Como importante fabricante de veículos e equipamentos pesados utilizados na construção de infraestrutura, ela já nos dá uma ideia dos desafios econômicos à frente. Analistas do banco Goldman Sachs anunciaram um potencial de queda tenebroso para a relação lucro por ação da empresa em 2017. Pior ainda foi a justificativa: uma conjuntura global de menores investimentos em infraestrutura no que parece ser apenas o período inicial de uma possivelmente longa derrocada no preço das commodities. Em menos palavras: esse pode ser apenas o começo de um longo final infeliz! Isso implica em um enorme desafio para a geração de receitas e lucros da empresa. A utilização e a demanda por suas máquinas estão diminuindo. O mau desempenho das ações da Caterpillar refletem esse ambiente adverso e a queda nas vendas de seus produtos desde meados de 2012.

Caterpillar

Mas essa perspectiva desencorajadora para equipamentos de infraestrutura parece confirmar aquilo que tenho visto no setor de transportes de cargas.

Se o fluxo de grandes cargas servir de barômetro econômico, o Baltic Dry Index, registrando mínimas históricas, também é preocupante. Esse índice começou a ser divulgado em 4 de janeiro de 1985, inicialmente aos 1.000 pontos, e é atualizado diariamente pela Baltic Exchange baseada em Londres, na Inglaterra. Ele foi criado como um indicador econômico que refletisse os custos da movimentação de cargas por navios de grande calado (dos tipos Handysize, Supramax, Panamax, e Capesize). Ao contrário do que o seu nome pode sugerir, o índice não se resume ao trânsito naval no mar Báltico. Muito mais amplo, ele monitora dezenas de rotas internacionais e o preço do transporte marítimo para uma série de insumos e matérias primas – commodities como: cimento, aço, minério de ferro, carvão e grãos.

Baltic Dry Index

O gráfico acima mostra que, apesar dos enormes picos de outrora, o Baltic Dry Index vem caindo. Já abaixo dos 300 pontos, a queda representa uma perda de 70% desde sua largada em 1985. Embora parte dessa queda nos custos do frete marítimo seja devido à construção de muitos navios, ela evidencia que as expectativas de demanda global foram superestimadas! A demanda esperada não está se materializando! Por isso, o gráfico é uma importante dica da realidade atual. Importante e frustrante para quem apostou num contínuo crescimento global. Ela mostra um cenário de abundância de oferta e insuficiente demanda. Uma história que está se repetindo em diferentes setores da economia. E sua implicação é deflacionária!

Mas se o frete pelos oceanos ficou a ver navios, quem olhar para os céus vai ver nuvens de preocupação!

Em janeiro, tentando se ajustar à realidade atual nos transportes de carga internacional, a gigante Boeing anunciou que vai diminuir sua fabricação de jatos 747-8. A empresa não quer produzir aviões além da demanda. O mercado não está mostrando muito apetite. Os dados divulgados da indústria de frete aéreo referentes a novembro de 2015 mostraram uma contração de 1,2% em comparação a novembro de 2014. A Boeing disse que a economia mundial se reflete no trânsito aéreo de cargas.

Se pelos mares e pelos céus a circulação de cargas vem balançando, o tráfego em terra firme, nem por isso, parece mais sólido e estável...

Um olhar sobre as ferrovias dos EUA pode indicar se a economia está nos trilhos certos. Mas a visão já sugere descarrilamento!

No estado do Tennessee, o terminal ferroviário de Erwin, com uma área física superior a 700.000 metros² e uma história de 135 anos de funcionamento ininterruptos, foi permanentemente fechado. Seus cerca de 300 empregados se viram abruptamente sem emprego. E em Grand Junction, no estado do Colorado, o baixo trânsito ferroviário deixou centenas de locomotivas paradas sobre os trilhos. A Union Pacific, maior empresa de ferrovias do país, anunciou dias atrás, em seu último relatório trimestral (4T de 2015), números bastante feios: receitas operacionais despencando 15% em um ano, enquanto a receita líquida desabou piores 22%. E seus decepcionantes números estavam distribuídos em todo tipo de frete, já que só na parte de carga de veículos automotivos houve um débil crescimento (1%). De resto, houve quedas de produtos agrícolas (-12%), químicos (-7%), containers intermodais (-14%), produtos industriais (-23%), carvão mineral (-31%) e petróleo (-42%). Com isso, a Union Pacific fez aquilo que várias empresas vêm fazendo melhor nos últimos anos: ela demitiu 3.900 empregados em 2015!

Quando criança, eu tinha boas notas em interpretação de texto, mas minha interpretação do texto acima não é de boa nota. Duas grandes retrações reportadas pela empresa americana ocorreram na movimentação de carvão mineral (-31%) e petróleo (-42%), apesar dos preços mais baratos dessas commodities! Minha leitura das entrelinhas é: menor demanda futura de energia elétrica pelo setor manufatureiro, uma vez que o carvão é usado na geração de eletricidade para a produção industrial nos EUA; e ainda piores perspectivas para o setor de transportes, uma vez que os derivados de petróleo seriam os combustíveis para o abastecimento dos veículos.

Mas se essa carga de preocupações cresce, outras cargas não crescem no mesmo ritmo, nem mesmo no modal rodoviário. O site FTR que compila importantes dados para essa indústria de logística, divulgou estatísticas preliminares (aqui) para o mês de janeiro passado com encomendas de caminhões grandes (North American Class 8 trucks) 35% menores na comparação de um mês para outro (M/M). O volume foi 48% menor na comparação anual (A/A)! Esses são aqueles enormes caminhões que transportam carga nas grandes estradas americanas.

Quando a sobrevivência fica dura, só os duros sobrevivem! Empresas não são instituições de caridade ou de assistência social, nem clubes de convívio de trabalhadores, muito menos têm o poder de criar dinheiro do nada (essa é uma mágica que os Bancos Centrais espertalhões só permitem a si mesmos!), assim são forçadas a tomar atitudes duras para evitar o pior. A durona Wal-Mart anunciou o fechamento de 269 lojas. A GoPro fez um retrato feio da situação e cortou 7% dos seus empregados. A Sprint reduziu seu pessoal em 8%. Até os grandes bancos estão demitindo. Os relatórios do último trimestre de 2015 do Bank of America e do Citigroup mostraram que eles estão com 20.000 pessoas a menos no quadro de funcionários. O JPMorgam Chase, apesar de grande demais para falir, não é grande demais para reduzir seu pessoal: fechou o ano de 2015 com 6.700 funcionários a menos que 2014!

As coisas vão mal? Aparentemente nem tudo. Lembre-se que, para a bolsa norte-americana, as más notícias já vinham sendo recebidas como boas notícias! Desde 2008, quando a crise pegou fogo, o mercado de ações vêm dançando ao ritmo das impressoras de dólar do Banco Central. Passo a passo, um tango a dois! O índice S&P 500 seguiu a carteira do Federal Reserve System (o Fed comprava ativos com novos dólares impressos para o sistema financeiro no intuito de estimular a economia). Para uma Wall Street viciada em quantitative easing, droga dá barato! O poderoso banco Goldman Sachs relatou que seus analistas veem o índice S&P 500 voltando aos 2.100 pontos ao fim desse ano. Estariam eles acreditando que o Fed deve reconsiderar sua pequena alta de juros em dezembro passado e dar um passo atrás para melhor acomodar a economia? Ou só chamaram compradores para que Lloyd Blankfein orquestre mais uma lucrativa operação na ponta de venda?

Ativos em poder do Banco Central dos EUA vs S&P 500

As más notícias seriam novamente boas notícias para o mercado acionário americano? As realidades de Wall Street (o mercado financeiro) e de Main Street (a economia real) não podem continuar díspares para sempre. Ao contrário do quem vem ocorrendo há anos, uma hora ou outra, notícias ruins vão voltar a ser ruins também para o preço das ações nos EUA.

Em diferentes áreas da economia global, o crescimento da oferta supera o da demanda. Muitas indústrias contaram com uma demanda que simplesmente está se mostrando aquém das expectativas. Os desequilíbrios em equipamentos para construção de infraestrutura, para transportes de grandes cargas e na produção de petróleo são sinais evidentes de um sério engarrafamento econômico. Até a oferta de dinheiro supera sua demanda! A abundância de dinheiro impresso já teria causado hiperinflação nos EUA ou no Japão se tivesse sido absorvida por essas economias. Mas aí está o gargalo: sem demanda por ele, o dinheiro não circula e, sendo assim, não gera a inflação almejada pelo setor financeiro. O dinheiro permanece ocioso, sem necessidade suficiente para a ampliação ou implementação de novas fábricas, comércios e postos de serviços. Mesmo o consumo, que viciou tanta gente, fica prejudicado pelo já alto nível de endividamento das famílias e a ainda vívida lembrança da fase mais aguda (até agora) da crise. Além de traumatizados, os consumidores estão mais velhos (e, talvez, mais sensatos)!

Empréstimos não dependem apenas da oferta de dinheiro disponível. O crédito é uma balança de dois pratos. No outro lado é preciso haver demanda pelo dinheiro. A absurda quantidade de dinheiro impresso e encalhado no sistema financeiro de nada servirá se não houver empresas para toma-lo emprestado e investir em maior capacidade produtiva e abertura de novos negócios. Em meu estudo de 2011 (Alavancagem e Desalavancagem) eu já dizia que a impressão de dólares não iria desvalorizar a moeda, pois ficaria encalhada, sem chegar ao crédito e sem circular na economia.

Basicamente, o crédito ou é usado para investimentos em atividades produtivas (crédito saudável) ou na antecipação do consumo (crédito questionável). No longo prazo, a expansão do consumo financiado é insustentável. E definitivamente um empréstimo ruim! Mesmo que o Banco Central seja capaz de empurrar esse dinheiro como crédito para o consumo, ele estará apenas adiando e potencializando o desastre. Encaremos os fatos: o consumo de hoje, se pago com juros no futuro, só estará reduzindo o poder aquisitivo e o consumo de amanhã! O consumo financiado só se sustenta enquanto um esquema de pirâmide se mantiver de pé. Esse tipo de política econômica é míope (na melhor das hipóteses), ou bastante irresponsável e maquiavélica (mais provável)! Líderes e estrategistas deveriam se mostrar mais comprometidos com o futuro, e não com qualquer imediatismo fútil e leviano!

Crédito promissor é aquele dirigido a atividades com potencial de gerar algum fluxo de caixa mais adiante, que possa saldar o empréstimo e justificá-lo. Portanto, financiamento bom é o que se autofinancia com o tempo. Mas consumo não gera caixa para o consumidor. Pelo contrário, só compromete sua renda e seu poder aquisitivo. Contudo, não havendo suficiente procura de capital para bons investimentos produtivos, o Banco Central tenta empurrar o crédito ruim mesmo.

(Na verdade, o setor de saúde é um dos que ainda precisam de maior investimento, tanto nos países desenvolvidos, cuja população envelhece, como nos países emergentes, com muito menor infraestrutura sanitária e médica. E o Brasil também precisa de muito investimento de qualidade na área da educação!)

Nas populações mais maduras dos países avançados, que respondem pelo grosso da economia global, o esquema de pirâmide em que se baseiam nossos modelos de crescimento já começa a rachar. Isso é visível não apenas nos programas de bem estar social (como o sistema de aposentadoria da segurança social e assistência médica: Medicare e Medicaid), mas também na atual crise do sistema monetário baseado na emissão de moeda fiduciária (e inflacionária) e na contínua concessão de crédito para viabilizar o crescimento. Nem os programas sociais, nem a moeda fiduciária ou o crédito são intrinsecamente ruins, mas existem limites para sua eficiência. Limites que não são eternamente elásticos e manipuláveis! Qualquer esperança de crescimento econômico contínuo não conta com o respaldo das transformações demográficas que já se iniciaram.

Crescimento da população dos EUA

O crescimento populacional com o qual muitos países ainda podem contar se deve bem mais às expectativas de vida mais longa, com um aumento da população mais velha, do que a um crescimento da população mais ativa e jovem.

O próprio termo "pirâmide demográfica" tornou-se obsoleto, uma vez que os gráficos não são mais triangulares como no passado. Importantes países, como a Alemanha e a Itália, têm suas populações representadas em gráficos que sugerem mais um losango do que um triângulo, por isso minha sugestão, já publicada nos EUA, é de que o ultrapassado termo pirâmide demográfica seja substituído por Diamante Demográfico. A palavra diamond em inglês também se refere á forma de losango dos sinais de advertência nas estradas, por isso eu a considero ideal. Ela dá ênfase aos grupos etários predominantes na conjuntura atual e futura: os adultos de meia-idade. Entretanto, com menos consumidores jovens chegando ao mercado, será difícil manter aquecido o nível da demanda de consumo!

Diamantes demográficos

Poderia se argumentar que a população ativa na força de trabalho também diminuirá e, portanto, a produção de bens e a oferta e serviços se reduziriam. Mas a oferta deve sofrer bem menos que a demanda! Explico: a tecnologia vai continuar substituindo a mão de obra humana e garantindo a capacidade de manufatura e produção em série. Também no setor de serviços, trabalhadores estão sendo substituídos por hardware e software capazes de: atender chamadas; registrar pedidos; fazer reservas; mover bagagens e cargas; testar a composição dos solos; preparar a terra, semear, irrigar e fazer a colheita; ordenhar vacas; vender produtos online; monitorar atividades; computar e contabilizar dados e fazer cada vez mais coisas antes feitas por seres humanos. Não só a tecnologia substitui trabalhadores, mas também trabalha mais depressa, comete menos erros e funciona mais tempo sem interrupções.

Essa tendência da capacidade de oferta superando a capacidade de demanda também implica em menor procura por capital para investimento pelas empresas privadas, uma vez que diminui a necessidade de aumentar a capacidade produtiva (para a qual não haveria demanda) através de investimentos em capital fixo e capital humano.

Esse gargalo acabará por repercutir no setor de serviços financeiros (bancos), com menos financiamentos para o setor privado produtivo (investimmentos diretos em formação de capital fixo) e menos aplicações em ativos financeiros (investimento em carteira) por parte de uma população cada vez mais velha.

Em meio a tanto dinheiro impresso e menor demanda por investimentos, o custo do crédito certamente cai, mantendo as taxas de juros bastante baixas (estamos falando dos países avançados, não do Brasil!). Juros nominais baixos não são necessariamente imposições arbitrárias dos bancos centrais, nem são intrinsecamente ruins. Numa economia de mercado, o custo do dinheiro (leia-se taxas de juros) deve ser determinado em termos de demanda versus oferta, como qualquer outra mercadoria ou serviço. Com o atual cenário, é bastante sensato que os juros estejam baixos e se mantenham assim por muito tempo!

A arbitrariedade dos Bancos Centrais está em imprimir uma enxurrada de dinheiro a fim de empurrar a deflação de volta para o campo da inflação - visando proteger muito mais os interesses dos bancos, do que dos seus correntistas. Em um ambiente de deflação, juros de 0% a.a. ainda representam lucro! Mas a inflação induzida pelo Quantitative Easing aniquilou quaisquer ganhos que os juros nominais baixos pudessem gerar. A rentabilidade foi confiscada como um tributo punitivo sobre a cautela financeira das pessoas.

O Japão não só vem imprimindo dinheiro, como no mês passado determinou taxas de juros nominais negativas para o dinheiro ocioso. Essas duas medidas são arbitrárias. Essa tendência de Bancos Centrais desafiando os limites (e as inconsistências da teoria econômica neoclássica) acaba por gerar uma monstruosidade: uma economia zumbi! Se a prudência é castigada, o risco é estimulado. Mas pouco se vê em capital de risco direcionado para utilização de maior mão de obra e criação de empregos. O que vimos foi muita utilização de capital para a recompra de ações pelas próprias empresas emissoras. Essa artimanha empurrou para cima o preço de suas ações, e também aumentou a relação de lucro por ação, uma vez que ações recompradas foram canceladas, permitindo que o lucro fosse dividido por uma menor quantidade de acionistas.

Outra coisa que vimos foi uma especulação febril alavancada com dinheiro emprestado graças aos juros reais negativos. Juros reais são os juros nominais (contratados) menos a inflação (então ainda desconhecida). A impressão de dólares, resuscitando alguma inflação (embora pequena), foi suficiente para transformar juros nominais baixos em juros reais negativos. Ou seja, a prudência tinha um custo e audácia era subsidiada pelo Banco Central. A especulação com alavancagem financeira gerou um patamar artificial para os preços do petróleo e do ouro. Esses investimentos oportunistas não são produtivos, o que se viu foi uma bolha nos preços do ouro e do petróleo. Os preços foram artificialmente inflados pela política monetária do Fed. Em vez de reconhecidos como uma bolha especulativa, os preços altos foram interpretados como uma demanda aquecida. Isso fomentou uma maior exploração e produção de petróleo. A produção é que se aquecia enquanto a demanda, na verdade, retraia (como eu adverti com antecedência, em vários textos meus: "Demografia e Mercados" de setembro de 2011; "Taxas de Juros" de junho de 2013; "Teoria x Prática: Pagando o Pato" de julho de 2014; "Manchas de Óleo na Fé e as Máculas da Fé no Óleo" de agosto de 2014). Ao fim, a bolha estourou evidenciando uma grande quantidade de capital mal investido! Tudo isso implicou em equipamentos, infraestrutura e danos ambientais desnecessários e incompatíveis com a realidade do consumo global.

Cotação ouro e petróleo vs juros reais nos EUA

Ações têm consequências. Mas é comum que as consequências levem algum tempo até se manifestarem. E nem sempre aqueles que arcam com as consequências são os que cometeram os abusos irresponsáveis. Muitas vezes, quem paga mais caro é a população como um todo.

A própria ascensão sanguinolenta do Estado islâmico foi financiada pelo alto preço do petróleo, inflacionado pela política do Banco Central norte-americano! Parece-me razoável que o Fed tenha elevado um pouco seus juros em dezembro e um exercício de mea culpa. Sei a hipótese parece fraca, lembre-se de que os juros subiram sem que houvesse qualquer ameaça de aquecimento econômico. Ao contrário, como vimos: (1) investimentos em infraestrutura desaceleraram; (2) transportes de cargas mostram capacidade ociosa; (3) a demografia compromete o consumo; (4) a inflação segue branda; (5) a participação na força de trabalho continua caindo; e (6) os pedidos de bens duráveis estão diminuindo.

Enfim, essas são algumas desventuras da economia real! Uma história diferente das fábulas neoclássicas narradas pelos Bancos Centrais, onde haveria um final feliz...

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