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Dois Presidentes, Um Problema

Publicado 12.01.2021, 08:39
Atualizado 10.01.2024, 08:22

A tensão política em Brasília e em Washington azedou o humor dos investidores ontem e deve continuar estressando o mercado financeiro hoje, apesar do sinal positivo ensaiado pelos índices futuros das bolsas de Nova York nesta manhã. Tanto lá como cá, a Câmara discute pedidos de impeachment contra os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, o que tende a manter os ativos de risco em suspense.

Com a pandemia ganhando força, em meio aos recordes globais de casos e óbitos da covid-19, a sensação é de que as vacinas ainda estão perdendo a guerra para o coronavírus em várias partes do mundo. Imagina, então, aqui no Brasil, onde a imunização começa “na hora H, no dia D” - conforme palavras do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello - porém, segue sem previsão. As próximas semanas, então, serão difíceis na cena local.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, admite ser possível o presidente Jair Bolsonaro sofrer um processo de impeachment, caso a vacinação no país demore (mais) para começar. Porém, ele nega que irá encaminhar o pedido de abertura, às vésperas do fim do mandato na Casa. Aliás, as eleições no Congresso seguem como pano de fundo, diante das investidas de deputados e senadores em votar pautas relacionadas à pandemia.

Com a covid-19 batendo marcas por aqui, tanto em casos de contágio quanto em mortes, é praticamente inevitável uma nova rodada do auxílio emergencial aos mais vulneráveis. Da mesma forma, é crescente a possibilidade de um novo decreto de calamidade neste ano. Aos olhos do mercado financeiro, ambas as medidas representam apenas uma piora das contas públicas, e o crescente risco fiscal se reflete nos preços dos ativos.

Não foi à toa a queda de quase 1,5% do Ibovespa ontem, bem maior que as perdas moderadas em Wall Street. A Bolsa brasileira devolveu parte dos ganhos conquistados na semana passada, quando fechou os últimos dois pregões em máximas históricas. As preocupações de sempre em relação ao “teto dos gastos” também penalizaram a renda variável, mas o impacto maior foi sentido mesmo no mercado de juros futuros.

O trecho longo da curva a termo registrou ontem a mais longa sequência de alta em mais de dois anos, incorporando prêmios há cinco sessões, em meio aos receios com o quadro fiscal e a disputa política no Brasil. O temor de um abandono da agenda de reformas pesou, pressionando também o dólar, já cotado na faixa de R$ 5,50, embora em ambos os mercados o cenário externo também tenha influenciado.

Bonança pós-tempestade

Lá fora, os mercados seguem divididos entre a dose cavalar de dinheiro injetada pelos principais bancos centrais globais desde março, combinada com a perspectiva de estímulos adicionais, e a recente turbulência política nos Estados Unidos. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, deve fazer hoje um ultimato ao vice-presidente Mike Pence, exigindo que ele invoque a 25ª emenda constitucional para remover Donald Trump do cargo.

Caso Pence não faça isso “em 24 horas”, a Casa poderá votar o impeachment de Trump amanhã, apenas uma semana antes do fim do mandato. A posse do presidente eleito Joe Biden está marcada para o dia 20 de janeiro, quando se espera novos atos de apoiadores trumpistas. Porém, os investidores continuam vendo o atual presidente como um “pato manco” - expressão usada para se referir a um político no cargo sem poder algum.

Com isso, a tentativa de recuperação ensaiada para as bolsas de Nova York nesta manhã é apoiada na expectativa em relação ao pacote “na casa dos trilhões”, que deve ser anunciado por Biden na quinta-feira. Essa rodada adicional de estímulos fiscais embalou o pregão na Ásia, onde Xangai (+2,2%) e Hong Kong (+1,3%) lideraram os ganhos, e anima a abertura do pregão europeu. O petróleo avança, enquanto o dólar está de lado.

A diferença, então, é que a troca de comando na Casa Branca alimenta esperanças de que a economia norte-americana será impulsionada pela “onda azul”, com estratégias mais agressivas de combate à pandemia e gastos robustos para engrenar a atividade, capazes de garantir um primeiro semestre forte em 2021 nos EUA. Para os investidores, Biden tem chances de cumprir sua agenda de governo, fornecendo o estímulo e o apoio necessários.

Inflação salgada

O resultado oficial da inflação ao consumidor brasileiro em 2020 é o destaque da agenda. A expectativa é de que o IPCA acelere a 1,25% em dezembro, registrando a maior taxa para o mês desde 2002, acumulando alta de 4,40% em 12 meses. Com isso, o indicador deve encerrar o ano passado acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4%.

Os números efetivos serão conhecidos às 9h, juntamente com os dados do INPC, que serve de referência para reajuste do salário mínimo, e dos custos na construção civil. Antes, às 8h, sai a primeira prévia deste mês do IGP-M. Já no exterior, destaque apenas para o relatório Jolts (12h) sobre as contratações e demissões nos EUA em novembro.

Últimos comentários

Acho que está mais que na hora do Investing.com repensar sua função na mídia e seu quadro de colaboradores. Está ficando desgastantes você tentar ler uma matéria que não tenha como foco opinião politica com viés ideológico e não econômica. Todo ano as grande s montadoras vem com esse papo de deixar o Brasil por conta disso ou aquilo ai o governo vai e abre as pernas removendo ou diminuindo os impostos. mas as carroças continuam sendo vendidas a milhão aqui com qualidade e acabamento de fusca e preço de Ferrari.
Estamos cansados de analistas econômicos (fracos) vir aqui a mostrar suas ideologias !!!
acertou em cheio. a interrupcao das operacoes da ford no brasil e o momento do anuncio preocupa. eh a incerteza politica chegando as empresas. chegara as ruas? pais nao pode conviver com ameacas de (auto)golpe cotidianamente. as FA precisam se pronunciar.
Pelo que eu li a  interrupção da Ford na America Latina é por falta de mercado na linha de produção que ela quer priorizar.
Pelo que lembro todo ano as montadoras principalmente a Ford e Chevrolet vem com esse mesmo discurso.
uma decisao desse tamanho vem pelo acumulo de motivos, inclusive este que mencionas, entretanto, no site da CNBC (USA) ontem: "Ford has operated in Brazil for more than a century; however, the region and operations have been unstable in recent years". talvez tenha sido a ultima gota.
Jura que isso é uma matéria jornalistica? Está parecendo que foi escrita pela Gleisi Hoffmann.
Nao sabia q os comentarios aqui passam por censura.. Para onde estamos indo??
Criticar faz parte das liberdades democráticas. Bem diferente de censura...
Nao sabia q os comentarios aqui passam por censura.. Para onde estamos indo??
Vcs nao votaram na chapa comunista Haddad x Manu agora nao reclamem.. putz.. por isso o Brasil é tao dificil de crescer muitos sanguessugas ate na imprensa
Impressiona o destaque que vocês dão a pessoas como Rodrigo Maia. Se há algo desse vagabundo a ser comentado, foi sua eleição. 1o. a deputado e 2o. a presidente da Câmara. Duas aberrações que o país "pariu".
Perfeito! É uma vergonha a relevância dada é esse corrupto, que sabota o governo descaradamente.
eu nao voltaria a votar no bolsonaro, mas essas reportagens não deixam eu ter a repulsa que queria pelo presidente. elas me lembram o quanto é tosco o esquerdismo.
Exatamente! Então cuidado com seu voto em 2022. Ao que parece teremos todos contra ele unidos (e aí vc não sabe mais o que é esquerda, centrão, direita, corrupto, falsa ciencia, falso moralismo, falso liberal, chines, progressista... ).
eu nao voltaria a votar no bolsonaro, mas essas reportagens não deixam eu ter a repulsa que queria pelo presidente. elas me lembram o quanto é tosco o esquerdismo.
O judiciário é o câncer do país, o legislativo é a milícia da china pra derrubar um governo que não compactua com a Ditadura Chinesa.
Mídia Canhota tentando espalhar o pânico, perdi meu tempo por aqui, mais uma vez.
Bolsa acima de 1% hoje
Poderia ser um resumo sem viés político
Bom dia. Obrigado pelo resumo.
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