Previsto para a próxima terça-feira, dia 11 de julho, o leilão de operação da OPA da EDP Brasil (BVMF:ENBR3), que antes era considerado positivo pela maioria dos acionistas minoritários da empresa devido ao prêmio adicionado ao valor da ação na época, hoje está sendo questionado por diversos especialistas e casas de análise, que afirmam que a oferta perdeu sua atratividade inicial com a recente alta no mercado.
No dia 2 de março de 2023, foi anunciada, pela primeira vez em um fato relevante da ENBR3, a OPA (oferta pública de aquisição) realizada pela EDP Portugal, detentora de cerca de 56% das ações da operação nacional, que está listada na bolsa brasileira desde 2005. A oferta intencionava o fechamento de capital da empresa no país, com um valor oferecido de R$24,00 por ação, um prêmio equivalente a 22,26%, que na época foi considerado atrativo em relação à cotação do dia 1° de março, de R$19,63.
No entanto, ao analisar o mercado nacional e o contexto da oferta no início do mês de março, e compará-los com as cotações atuais do Ibovespa e do IEE (Índice de Energia Elétrica), que representa os principais pares da ENBR3 no setor, é visível a grave perda de atratividade da oferta realizada pela controladora portuguesa. No gráfico abaixo, podemos observar as rentabilidades da ENBR3, do índice IEEX e do IBOV em relação à ENBR3, desde o dia 01/03/2023 até o dia 05/07/2023.
A comparação mostra que a cotação atual da ENBR3 é de R$23,64, que está muito próxima da oferta realizada (a oferta inicial foi alterada de R$24,00 para R$23,73 em novo fato relevante publicado dia 11/05/2023). O prêmio inicial oferecido pela empresa acabou sendo compensado por um aumento de 21,67% no IEEX e de 17,34% no IBOV. Isso levanta a questão de que, mesmo que a oferta não tivesse sido realizada, a ação teria subido, seguindo a tendência de seus pares setoriais, o que diminui significativamente a relevância do prêmio oferecido pela EDP Portugal.
Os acionistas poderão se manifestar a favor ou contra a oferta diretamente em suas corretoras, até as 18h00 do dia 10/07/2023, às vésperas do leilão.
Vale ressaltar que a parte ofertante (EDP Portugal) não será incluída no levantamento final das votações, ou seja, os votos considerados serão apenas os dos acionistas minoritários, que poderão barrar a oferta caso o número de votos contrários à efetivação OPA ultrapasse dois terços do total de votos válidos.