Mercado brasileiro inicia o ano em ritmo lento, já as perspectivas em relação a safra nacional são cada vez melhores
O mercado interno brasileiro continua operando em ritmo lento mesmo após o encerramento das festas de final de ano. Os fatores fundamentalistas pressionaram as cotações negativamente. O mercado aposta que o Brasil irá colher uma safra superior às 102 milhões de toneladas devido ao clima favorável. Além da boa expectativa em relação a safra brasileira, o dólar em queda contribuiu para a queda nas cotações.
Em Chicago o contrato spot caiu mais de 6% na semana, o dólar teve uma variação negativa superior os 5%, e em algumas praças do Rio Grande do Sul as quedas nos preços da saca de soja chegaram a mais de 10% na variação semanal. Nos portos os preços enceram a R$ 73,00 (-2,76%) em Paranaguá e R$ 75,00 (-0,53%) em Rio Grande no disponível.
No estado do Mato Grosso a colheita já se iniciou em alguns pontos e os produtores estão bastante otimistas. Mas os trabalhos no campo devem se intensificar apenas fevereiro, assim como no Paraná. As chuvas este ano ajudaram bastante no desenvolvimento da oleaginosa e a produtividade deverá ser superior à do ano passado. Espera-se que o maior estado produtor brasileiro colha uma safra até 9% maior que no ano passado.
Devido ao clima favorável cresce as chances de que o Brasil produza até 104,7 milhões de toneladas nesta temporada. Na próxima quinta-feira (12) o Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) divulga a primeira atualização de 2017 de suas estimativas agrícolas. Espera-se uma pressão baixista no mercado devido a um possível aumento na projeção da safra brasileira, embora que dificilmente supere as 104 milhões de toneladas. O Departamento deve novamente reduzir a estimativa de produção e exportação da safra argentina mas o mercado já vem precificando esta quebra. A análise detalhada do relatório estará disponível nesta coluna minutos após a sua publicação, as 15:00 no horário de Brasília.
Nesta entrada de safra os preços da oleaginosa devem seguir caindo. O produtor deve segurar sua soja ao máximo e comercializar apenas o previsto em contrato e extremamente necessário. Historicamente este é o período do ano onde o valor da saca é o mais baixo.
O estudo do comportamento dos agentes de mercado, indica uma nova redução nas posições vendidas por parte dos agentes comerciais, que engloba principalmente os produtores rurais americanos. O comportamento ocorre quando os preços não se encontram tão atrativos para negociar no momento, a exemplo do que se observa no Brasil.