Nada, por enquanto, justifica um movimento de juros menos acentuado nos EUA, ainda que houvesse uma leve sugestão no comunicado do FOMC, indicando a análise dos efeitos defasados da política monetária, como ocorreu na ata da última reunião do COPOM aqui no Brasil.
Não faz sentido, quando os indicadores de inflação não permitem tal deslize, especialmente com a força do mercado de trabalho, operando para incrementar a pressão de preços sob a curva de Philips, após um ADP Employment acima das expectativas (239.000 vs proj. 185.000) e um Jolts indicando quase duas vagas disponíveis por cidadão ativo nos EUA.
Powell foi enfático na entrevista ao indicar que o aperto monetário deve ultrapassar este ano, portanto as taxas devem superar os 5% aa no seu momento terminal, considerando a faixa entre 3,75% e 4,00% que se encontra atualmente, ou seja, ao menos duas elevações adicionais devem ocorrer.
Em meio às pressões inflacionárias que assolam o hemisfério norte, a decisão do BoE (Banco da Inglaterra) hoje deve repetir o movimento do FOMC em 75 bp, elevando a taxa para 3% aa, ainda insuficiente para debelar uma inflação que atingiu 10,1% aa em setembro e núcleo aos 6,5%.
Assim como na Europa, os juros ainda sequer estão na zona contracionista e para piorar, o Reino Unido decidiu não só travar o início do aperto quantitativo (QT – Quatitative Tighening), como retomou o alívio quantitativo (QE – Quantitative Easing), sob pretexto de cobrir os danos da breve passagem de Liz Truss.
O contexto, portanto, é de um ciclo se intensificando de juros nas economias centrais, sem alívio de curto prazo, especialmente devido à questão energética na Europa, porém com reversão de alguns programas QT, o que dificulta ainda mais o combate à inflação, especialmente pelo elevado custo imposto pelos juros aos títulos encarteirados pelos Bancos Centrais.
Localmente, o COPOM foi enfático pela manutenção dos juros, alertando somente pela pressão de inflação de serviços, porém desenhou um cenário mais positivo, obviamente condicionado pela questão fiscal.
Neste ponto, sem novidades, o novo governo já pede um waiver de R$ 200 bilhões acima do teto para gastar e o próprio Meirelles, um virtual membro deste novo governo, diz que os gastos se elevarão em 2023.
Obviamente, depende do congresso.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelos resultados de ConocoPhillips (NYSE:COP) e Moderna (NASDAQ:MRNA) e após fechamento, Airbnb (NASDAQ:ABNB), Paypal e Starbucks.
Divulgam resultado no Brasil hoje, Banco Pan (BVMF:BPAN4) e após o fechamento, Petrobrás, Cia. Brasileira de Distribuição, AES, Alpargatas (BVMF:ALPA4), BR Properties (BVMF:BRPR3), Copasa (BVMF:CSMG3), Fleury (BVMF:FLRY3), JSL (BVMF:SIMH3), Renner (BVMF:LREN3), Marcopolo (BVMF:POMO4), Multiplan (BVMF:MULT3), Sanepar (BVMF:SAPR11) e Tenda (BVMF:TEND3).
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após os PMI chineses abaixo das expectativas e dos anteriores, disparo de misseis da Coreia do Norte e discurso de Powell mais pesado.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com temores dos efeitos recessivos da alta de juros do Fed e de dados ruins da economia chinesa.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,31%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1465 / -0,64 %
Euro / Dólar : US$ 0,97 / -0,621%
Dólar / Yen : ¥ 148,31 / 0,243%
Libra / Dólar : US$ 1,12 / -1,220%
Dólar Fut. (1 m) : 5169,00 / -1,21 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,66 % aa (-0,05%)
DI - Janeiro 24: 12,92 % aa (0,04%)
DI - Janeiro 26: 11,49 % aa (-0,52%)
DI - Janeiro 27: 11,48 % aa (-0,09%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0000% / 116.929 pontos
Dow Jones: -1,5479% / 32.148 pontos
Nasdaq: -3,3611% / 10.525 pontos
Nikkei: -0,06% / 27.663 pontos
Hang Seng: -3,08% / 15.339 pontos
ASX 200: -1,84% / 6.858 pontos
ABERTURA
DAX: -0,733% / 13159,52 pontos
CAC 40: -0,612% / 6238,45 pontos
FTSE: -0,347% / 7119,35 pontos
Ibov. Fut.: 0,69% / 118498,00 pontos
S&P Fut.: -0,25% / 3759,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,311% / 10911,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,54% / 113,31 ptos
Petróleo WTI: -1,41% / $88,73
Petróleo Brent: -1,09% / $95,11
Ouro: -0,83% / $1.620,93
Minério de Ferro: 1,34% / $81,60
Soja: -0,83% / $1.428,00
Milho: -0,69% / $683,75
Café: -2,25% / $177,85
Açúcar: -0,16% / $18,46