O retorno do feriado foi marcado por uma crescente aversão ao risco no mercado doméstico, na contramão do que acontecia no mundo. A contribuir, a leniência do Senado no encaminhamento da PEC dos precatórios, com receios de que esta possa retornar à Câmara. Em mais uma declaração desastrada, Bolsonaro defendeu que parte dos recursos da PEC possam ser alocados nos reajustes dos servidores públicos para 2022. No mundo, as políticas monetárias seguem em ebulição, pela necessidade de dosar os instrumentos e controlar o risco inflacionário, transitório ou não.
No Fed já se fala abertamente no aumento de juro na primeira metade de 2022. Comentários gerais também colocam em dúvida a continuidade de Jerome Powell na presidência do banco central americano, com Lael Brainard à espreita. Faltam quatro dias para uma definição de Joe Biden sobre este tema.
Independente de quem seja o novo presidente do Fed, Jim Bullard, do Fed de Saint Louis, acredita que a política monetária seja mantida no ritmo atual. Para ele, se a inflação acelerar, o Fed terá como responder. Tanto pode acelerar o tapering como iniciar o processo de elevação do juro.
PEC dos precatórios. Como dito, é grande a chance desta PEC voltar à Câmara, tal a sucessão de emendas dos Senadores. Neste momento, governo não tem número suficiente para aprová-la nesta casa. Com uma inflação em dois dígitos, Bolsonaro considera usar parte destes recursos no reajuste dos servidores públicos. É mais uma demonstração cabal da sua obsessão pelas eleições de 2022. Tudo ele faz para dar agrados a potenciais eleitores.
Eurasia. Nas pesquisas da instituição europeia as apostas giram entre Lula e Bolsonaro para o segundo turno da eleição de 2022. Com a economia em baixa, maiores são as chances de Lula. Eles consideram “evento raro” o surgimento de uma terceira via. No entanto, achamos que esta possibilidade não deve ser descartada, já que o número de indecisos é muito grande e a rejeição para ambos os candidatos considerável.
Sobre a Covid, mais uma onda na Europa coloca a todos de prontidão. O que se tem de fato é que os não vacinados estão contaminando os que tomaram a vacina, mesmo com poucas mortes. Isso acontece muito na Europa Oriental e na Alemanha.
Indicadores
No Brasil
IBC-Br de setembro veio com recuo de 0,27%, no trimestre julho a agosto estagnado. No ano, até setembro, o indicador avança 5,88%, em 12 meses 4,22%. Em agosto contra julho, queda foi de 0,29%.
IGP-10 subiu 1,19% em novembro, depois de recuar em outubro (-0,31%). No ano acumula 17,47% e em 12 meses 19,78%.
No boletim Focus, PIB de 2021 passou de 4,93% para 4,88%. Em 2022, recuou de 1,0% para 0,93%; IPCA, neste ano, de 4,63% para 4,79%. E, no ano que vem, de 4,63% para 4,79%; Selic 9,25% neste ano e 11,0% em 2022, mesmos da semana passada. O mercado segue acreditando num ajuste de 1,5 ponto percentual em dezembro.
Balança comercial registrou superávit de US$ 278 milhões na segunda semana de novembro, no ano acumulando US$ 58,72 bilhões.
Nos EUA
Produção industrial registrou expansão anual de 1,6% em setembro, acima da estimativa de 0,8%. Já as vendas de varejo aumentaram 1,7% em outubro contra setembro, alta pelo terceiro mês seguido, depois de 0,7% em setembro. Pelo núcleo das vendas, excluindo reajustes de energia e gasolina, a alta foi de 1,4%.
Preços dos bens exportados subiram 1,5% em outubro contra setembro (previsão +0,9%). Já os preços dos importados subiram 1,2% (previsão +1,0%).
Estoque de petróleo subiu 655 mil barris na semana passada, com os estoques de gasolina recuando 2,8 milhões de barris e de destilados aumentando 107 mil.
Na Zona do Euro
PIB do terceiro trimestre avançou 2,2% sobre o trimestre anterior, segundo a Eurostat. Os 19 países que usam o euro avançaram 3,7% contra o terceiro trimestre de 2020, reforçando a recuperação da economia. O crescimento mais forte entre julho e setembro foi mais forte na Áustria (3,3%), na França (3,0%) e em Portugal (2,9%). Todos estes dados vieram em linha com as projeções do mercado.
MERCADOS
No Brasil, em ambiente de aversão ao risco, pelas incertezas fiscais internas e riscos inflacionários no mundo, o Ibovespa fechou em forte queda de 1,82%, a 104.403 pontos, com o dólar a R$ 5,4997 (+0,785). No mercado de juro, a inclinação negativa da curva de juros se reduziu com dúvidas sobre a intensidade na elevação da Selic em dezembro (1,5 ou 2,0 pontos).
Quarta-feira, dia de leilão de swap cambial para overhedge, em até 14 mil contratos (US$ 700 mil).
Na madrugada do dia 17/11, na Europa (04h05), os mercados futuros operavam CAUTELOSOS: DAX (Alemanha) avançando 0,06%, a 16.257 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), -0,15%, a 7.316 pontos; CAC 40 +0,02%, a 7.154 pontos, e EuroStoxx50 +0,05%, a 4.403 pontos. Cautela pelo risco de contaminação da Covid na Europa Oriental.
Na madrugada do dia 17/11, na Ásia (05h05), os mercados operaram EM QUEDA: S&P/ASX (Austrália), -0,68%, a 7.369 pontos; Nikkei (Japão) -0,40%, a 29.688 pontos; KOSPI (Coreia), -1,16%, a 2.962 pontos; Shanghai +0,44%, a 3.537, e Hang Seng, -0,51%, a 25.583 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam MISTOS neste dia 17/11 (05h05): Dow Jones, +0,07%, 36.088 pontos; S&P 500, +0,03%, a 4.697 pontos, e Nasdaq -0,01%, a 16.307 pontos. No VIX S&P500, 19,93 pontos, -0,36%. No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 0,02%, a 0,5201, US 10Y -0,34%, a 1,628 e US 30Y, +0,28%, a 2,024. No DXY, o dólar +0,09%, a 95,995, e risco país, CDS 5 ANOS, a 234,7 pontos. Petróleo WTI, a US$ 79,22 (-0,65%) e Petróleo Brent US$ 82,00 (-0,52%). Gás Natural em RECUANDO 2,53%, a US$ 5,05 e Minério de Ferro, -1,01%, a US$ 538,50.
Na agenda desta QUARTA-FEIRA (dia 17), CPI e PPI do Reino Unido, CPI da Zona do Euro e Construção de novas casas nos EUA.