A decisão do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) de elevar o nível dos juros da economia norte-americana limitou a tendência de valorização dos futuros do café ensaiada nos últimos dias. Conforme antecipado pelos agentes de mercado, na quarta-feira (14) a instituição adotou uma política monetária mais restritiva ao elevar os juros dos EUA para a faixa entre 0,5% e 0,75%, contra 0,25% a 0,5% atualmente.
O Banco Centrou norte-americano também sinalizou mais três aumentos das taxas ao longo de 2017, frente à evolução positiva dos indicadores de desempenho da maior economia do mundo e antecipando-se aos impactos das políticas expansionistas anunciadas pelo presidente eleito Donald Trump, que tendem a gerar pressão inflacionária.
A decisão da autoridade norte-americana resultou em valorização no índice do dólar e, consequentemente, em pressão no mercado das commodities, entre elas, o café. No Brasil, o impacto foi de reverter a tendência de apreciação do real observada até terça-feira. Com isso, o câmbio retornou, ontem, ao patamar de fechamento da última sexta-feira, a R$ 3,37.
Na ICE Futures US, o vencimento março do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,422 por libra-peso, com alta de 285 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento março do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.056 por tonelada, com valorização de US$ 67 em relação à última sexta-feira.
No gráfico abaixo (clique para ampliar), pode-se constatar que, entre as commodities, o mercado futuro do café foi um dos menos afetados pelo movimento de alta do dólar, mesmo com a tendência de redução das posições compradas pelos fundos em Nova York. O cenário apertado de oferta e demanda mundial confere sustentação às cotações.
O mercado doméstico manteve a baixa liquidez de negócios, normal para esta época do ano e reforçada pela retração dos produtores frente aos preços da saca de café aquém das expectativas. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 497,37/saca e a R$ 491,25/saca, respectivamente, com variações de -0,7% e 0,4%, em relação ao fechamento da semana anterior.