O mercado local praticamente se isolou das discussões do impeachment do presidente Trump, envolvido no episódio de um pedido de investigação ao presidente ucraniano do filho de Joe Biden, seu principal adversário político para as eleições do próximo ano.
Os sinais da guerra comercial, da reforma e o da sessão onerosa, com conversas diretamente ao congresso capitaneadas por Paulo Guedes trouxe o alento ao mercado local, na contramão do fechamento errático do exterior.
No RTI, tanto as projeções de inflação, quanto os sinais emitidos pela autoridade monetária para os juros foram dovish (tendente a quedas) para alguns e neutros para outros.
Entre projeções de inflação próximo ao piso da meta do CMN e um cenário externo “central ainda benigno”, ainda que as motivações para tal benesse sejam expressas inclusive pelo crescimento econômico mais fraco de economias centrais, em especial as europeias.
Questionados sobre os próximos movimentos, não houve sinalização concreta, como no próprio comunicado da decisão do COPOM, imputando ao cenário futuros, reformas e reação à atividade econômica o racional para a tomada de decisão.
Deste modo, teríamos no exterior um cenário um tanto turbulento pela questão do impeachment de Trump, que gera mais ruído do que realidade, dada a ausência de força dos democratas no senado, porém com sinais importantes da guerra comercial, com negociações marcadas para após o feriado de comemoração de 70 anos da revolução comunista.
Localmente, avanços políticos, com indicadores econômicos positivos e um sinal half-dovish do Banco Central quanto aos juros.
Tudo se configuraria como um contexto de ajustes, se não fosse pela decisão tomada pelo STF ontem, criando uma excrecência jurídica ao determinar uma ordem de apresentações no caso de delações, que em tese beneficia o réu e pode anular todos os processos que não seguiram tal trâmite inédito.
Neste ponto vem o recuo do Brasil.
Nas conversas com estrangeiros, existe boa vontade de investimentos no país, com a preocupação pelas reformas, ainda em andamento, liberdade econômica e principalmente, os riscos regulatórios.
A decisão de ontem do STF, ainda que não prospere como precedente, demonstra que regras no Brasil podem ser mudadas a qualquer momento e este é o ponto de maior temor do investidor estrangeiros.
Só lembrar o quanto a MP 579/2012 da Dilma custou ao setor elétrico e custa até hoje, além dos temores em relação à PEC 79/2018 do setor de telecomunicações, da tual o TCU já age também para judicializar. Tudo muito recente.
Dois passos a frente, um passo atrás.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com os supostos avanços na guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi misto, também na expectativa por avanços na guerra comercial.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda, com perspectiva de fraca demanda global.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,30%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1693 / 0,51 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / 0,000%
Dólar / Yen : ¥ 108,13 / -0,222%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,243%
Dólar Fut. (1 m) : 4164,12 / 0,13 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,85 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,98 % aa (-0,60%)
DI - Janeiro 23: 6,09 % aa (-0,49%)
DI - Janeiro 25: 6,69 % aa (-0,59%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,8024% / 105.319 pontos
Dow Jones: -0,2951% / 26.891 pontos
Nasdaq: -0,5785% / 8.031 pontos
Nikkei: -0,77% / 21.879 pontos
Hang Seng: -0,33% / 25.955 pontos
ASX 200: 0,58% / 6.716 pontos
ABERTURA
DAX: 0,898% / 12398,92 pontos
CAC 40: 0,264% / 5635,39 pontos
FTSE: 1,141% / 7434,96 pontos
Ibov. Fut.: 0,80% / 105540,00 pontos
S&P Fut.: 0,218% / 2987,00 pontos
Nasdaq Fut.: 0,315% / 7812,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,53% / 78,22 ptos
Petróleo WTI: 0,07% / $55,70
Petróleo Brent:-0,32% / $61,87
Ouro: -0,86% / $1.491,31
Minério de Ferro: -0,02% / $92,95
Soja: 0,26% / $15,29
Milho: -0,47% / $371,00
Café: 0,40% / $101,25
Açúcar: 0,60% / $11,68