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Inflação: o Dragão que Voltou a Atacar o País

Publicado 12.04.2021, 18:43
Atualizado 09.07.2023, 07:32

A inflação sempre foi o principal inimigo do desenvolvimento econômico. Não basta criar empregos e gerar renda se você não conseguir manter o poder de compra da sua moeda.

A inflação “queima” o poder de compra da população, pois um mesmo dinheiro compra cada vez menos um mesmo bem ou serviço. Por conta dessa característica, a inflação ganhou a figura do Dragão para representá-la.

A pandemia trouxe, além da dor da perda para milhares de famílias, recessão e desemprego. Hoje, o Brasil beira atingir uma taxa de desemprego de quase 15%. Consequentemente, as famílias veem sua renda reduzir, e acabam consumindo menos.

Todos esses ingredientes seriam um prato cheio para uma queda generalizada nos preços, certo? No Brasil, não.

Desde o último trimestre de 2020, o que vemos é uma aceleração preocupante da inflação. Ou seja, além de ver sua renda cair ou até mesmo se extinguir, o que o brasileiro tem visto é seu poder de compra enfraquecer cada vez mais. No último mês de março, o IPCA atingiu 0,93%.

IPCA Mês a Mês

Para os iniciantes que estão lendo esse artigo, é importante saber que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é medido pelo IBGE, sendo o índice oficial do governo. Em tese, ele mede o aumento dos preços de uma cesta de consumo da média da população brasileira. Por ter o intuito de medir os preços ao consumidor final, muitas vezes dizemos que esse índice mede os preços do Varejo.

Já o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) é um índice criado pela Fundação Getúlio Vargas e também mensura a variação nos preços de uma cesta de produtos e serviços, porém sua cobertura é muito mais abrangente. Resumidamente, ele também calcula a variação dos preços em setores importantes da economia, como construção civil, matérias primas agrícolas e bens industriais.

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Por conta disso, o IGP-M é um índice muito utilizado pelo mercado, e por abranger os preços em camadas prévias ao consumo final, dizemos que ele é um ótimo termômetro para acompanhar o mercado de Atacado.

Precisei recapitular o significado desses dois índices porque gostaria de mostrar para vocês uma relação muito interessante que há entre entres.

Seguindo a tese de que os preços dos bens e serviços, quando sobem ao longo da cadeia de produção antes de chegar ao consumidor, podemos concluir que o IGP-M pode “antever” o que vai acontecer com o IPCA.

Mantendo essa linha, as perspectivas não são nada animadoras. Acompanhe esse gráfico que mostra a Inflação acumulada nos últimos 12 meses tanto para o IPCA (linha amarela) quanto para o IGP-M (linha branca).

 

Inflação Acumulada – IGP-M (linha branca) x IPCA (linha amarela)

Fica claro que ambos os indicadores possuem alta correlação, e o que vemos nesse momento é um descolamento do IGP-M com relação ao IPCA. Em outras palavras: os preços no atacado dispararam, e é bastante provável que esse impacto atinja o varejo com a mesma força que uma tsunami que varre uma cidade.

E essa conclusão não vem apenas da minha cabeça. Está lá no próprio Boletim Focus do Banco Central, que traz a média das estimativas dos principais nomes do mercado. As expectativas de aceleração do IPCA vêm crescendo semana a semana.

Expectativa do Boletim Focus

 

Já comentei em outro artigo que o principal vetor nesses aumentos é a desvalorização da nossa moeda frente ao dólar e a outras moedas no mundo. E para combater essa inflação de origem monetária, e não de demanda, o país já está utilizando algumas armas, embora outras ainda não tenham sido sacadas.

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COMO DOMAR O DRAGÃO

Para domar esse dragão, precisamos de armas.

Uma das armas para domar a inflação é o Banco Central, e sua principal ferramenta é o ajuste das taxas de juros, a chamada Política Monetária.

Fazendo toda a leitura acima exposta, o BACEN já começou a agir, quando, em sua última reunião, elevou em 0,75% a taxa SELIC e já sinalizou que na próxima reunião haverá novo aumento, provavelmente de mais 0,75%.

Essa sinalização chamamos de forward guidance, pois o BACEN procura influenciar, com suas próprias previsões, as expectativas do mercado com relação ao futuro das taxas de Juros.

Outra arma para a contenção da inflação é a Política Fiscal, que consiste no governo buscar formas ou efetuar reformas para reduzir seus gastos. O intuito é desacelerar a demanda vinda dos gastos do governo (o que não é o caso atual), ou então voltar a trazer confiança para o mercado de que a situação fiscal do país está controlada.

No caso do Brasil, nossa situação se encaixa no segundo caso. Com o aumento de nossa dívida e a deterioração fiscal do país, o CDS (Credit Defaut Swap) do Brasil voltou a acelerar em 2021.

 

CDS

Os CDS são seguros contra inadimplência. Ou seja, quanto mais eles crescem, maior é o medo dos investidores com relação a um calote. E assim provavelmente mais dólares saem do país.

Com a pandemia, nossa dívida cresceu muito, prestes a atingir 100% do PIB. Para que vocês tenham uma ideia, a Reforma da Previdência previa economizar R$ 1 trilhão em 10 anos. Toda essa economia prevista para uma década foi zerada em 1 ano, por conta do combate aos impactos econômicos e sanitários do COVID-19.

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Medidas Fiscais em Resposta ao Covid-19 (% PIB)

 

Não há o que discutir que todos os esforços para combater a pandemia eram necessários. O Brasil, inclusive, está muito acima da média dos países emergentes no que diz respeito a esses gastos com relação ao PIB, estando na verdade na média de países desenvolvidos.

RETOMADA ESSENCIAL

Mas não podemos tapar o sol com a peneira: nosso presente exige firmeza no combate à inflação, e o futuro pós-pandemia trará grandes desafios no âmbito fiscal.

Novas reformas serão necessárias para colocar as contas do país em ordem, o que exigirá do Executivo um maior alinhamento com o Legislativo, e sabemos que muitas vezes isso “custa caro”. Talvez seja por isso que recentemente vimos uma grande reforma ministerial.

Além disso, o país precisa voltar a construir empregos, gerar renda. Entretanto, como disse o ministro Paulo Guedes, o maior plano de retomada econômica que o Brasil pode ter é uma vacinação em massa. Felizmente, a aceleração das vacinas é uma luz de esperança para essa retomada.

 

Vacinação no Brasil

 

As previsões apontam que, quando atingirmos de 25% a 30% da população vacinada, o número de infecções e mortes deverá cair drasticamente, abrindo caminho assim para o retorno à normalidade.

Só assim, com crescimento, o próprio governo voltará a arrecadar e equilibrar as contas, e nosso país voltará a passar confiança para os investidores, atraindo recursos ao invés de espantá-los. E assim, fazer com que o dragão inflacionário volte a ser apenas uma lembrança.

Um grande abraço e bons investimentos!

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Te espero no próximo artigo!

 

Últimos comentários

O termo é Stagflação, quando não tem consumo, não tem atividade econômica, mas os preços sobem sem demanda devido a juros muito baixos que estimulam desvalorização cambial na promessa de obter mais exportações. E quem paga o custo desse superavit é a população.
Parece que o unico jeito de reduzir a divida publica será via desvalorização . Talvez ainda de tempo dolarizar patrimonio. Euro já passou de 6, falta o dolar passar
Ter ativos dolarizados é sempre importante, não só agora, mas em qualquer cenário! Nossa moeda fraca exige isso.
Essa inflação é justamente provocada pela desvalorização cambial que houve, isso que vc falou é justamente o fracasso da Argentina nos últimos 30 anos.
muito bom artigo. obg.
Obrigado Ronysson!
Seria bom uma RF indexada ao IGPM hein
Muito bom o artigo. Independentemente disso tudo, a Bolsa de Valores, parece ignorar tudo isso e não para de subir. Desemprego, consumo menor, indústria autobilistica estimando menos 300 mil veículos produzidos este ano, e a Usiminas por exemplo, sem ligar auto-forno de Cubatão subindo, qdo o forte dela é a indústria automobilística. Dei esse exemplo, mas tem vários. A Bovespa é o termômetro da economia e está respondendo com alta de suas ações. Continua lockdown, restrições das mais diversas, comércios fechados, várias falências, de fechamentos de comércio, hoteis, em São Paulo, por exemplo, que é a locomotiva do país. Nada foi aprovado de reformas esse ano e caminhando para o mês de maio. Próximo ano eleições, já viu. O Bolsonaro ganhou as eleições, mas não deixaram governar! O que faz um presidente que NÃO ROUBA E NAO DEIXA ROUBAR! Enfim... essa luz, está difícil de se ver! Deus acima de todos! 🙏🏻🇧🇷
Entao Ruy, claramente nossa bolsa não reflete os resultados da economia real... por isso é importante estar atento!
O governo agora tenta intervir no IBGE para baixar a inflação. A inflação é bem maior que os índices oficiais.
Dependendo da classe social, sem dúvida! A inflação “classe média” é muito maior!
nao precisava ter faculdade para entender isso, que botando no xon hon os juros e especulando contro o real acontecia isso, mais quem botou ai bozo fiz isso de proposito, entao esta é a conseguencia
Juros reais negativos , dolar alto , risco politico , insegurança juridica o resultado não poderia ser diferente
Sim Bruno, tudo ao mesmo tempo! Desafiador!
Sobe logo esses juros para 8% fidirapariga...
A 8% nao vai ainda, mas a expectativa é chegar a 5% ate o final do ano!
Perfeito o artigo... O Brasil precisa se livrar também desse governo incompetente.... mais de dois anos destruindo o país...
Obrigado Paulo! Vem ano, vai ano, sempre acabamos perdendo para nós mesmos por conta de decisões polificas em detrimento de decisoes tecnicas.
Ótimo artigo amigo.
Obrigado Claudio!
A população não pode pagar mais uma vez pelos erros grosseiros cometidos pela equipe econômica atual e até pelo Bolso por incentivar a propagação da pandemia e ser contrário a vacinas. Todos sabiam da aberração em colocar taxas em patamares ultrabaixos e dólar alto com intuito de beneficiar os eleitores do agro. Agora, taí té 2022, quando Bolso finalmente sair e o Brasil voltar a crescer.
bela explanação sobre o assunto 👏🏼👏🏼👏🏼
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