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Moeda Sem Lastro e Bolsa Sem Fundamentos

Publicado 18.02.2020, 15:42
Atualizado 09.07.2023, 07:31

Sem dúvida alguma, o gás que leva as ações ao alto é mais leve que o ar. Sua substância é a mesma do dinheiro, portanto não admira que seja tão rarefeita. Moeda fiduciária é feita disso mesmo: do nada! Sua matéria prima resume-se à deliberação dos banqueiros centrais. Isso porque a maior parte do dinheiro no mundo nem de papel é. Não passa de abstrações em programas de computadores. Quem ainda tem aquela ilusão conceitual sobre um dinheiro supostamente lastreado em riquezas tangíveis é bom acordar, jogar água fria no rosto e tomar um café preto! O mesmo pode-se dizer àqueles que buscam nos fundamentos econômicos suas expectativas para a bolsa. Eu penso que já acordei e tomei esse café amargo... Mas sei lá! Segundo a metafísica, a realidade pode ser apenas um sonho (ou pesadelo, em certos casos).

Desde a crise de 2008, a política monetária internacional desbundou de vez. O banco central americano foi o mais entusiasmado em sair do armário rapidinho. Foi virar a bolsa na esquina. Os frequentadores de Wall Street que o digam! O mercado gostou da volúpia monetarista e esqueceu-se daquele longo relacionamento que mantinha com a economia. Essa aí, coitada, tenta manter as aparências e empinar o nariz, mas segue vulnerável sobre as pernas bambas.

Em "O Gráfico Que Não Quer Se Calar", de 2013, eu mostrei o relacionamento promíscuo do S&P 500 com a moeda de programa do Fed. Voltei a mostrá-lo em junho de 2015, no artigo "A Subjetiva Perspectiva do Mercado Norte-Americano":

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Os puros e castos que me perdoem, mas essa lascívia já deixou de lado qualquer sensualidade furtiva para tornar-se uma desavergonhada perversão!

No mesmo artigo, eu mostrei uma radiografia do mercado sem o seu viagra monetário. Para isso, bastou dividir os níveis do índice de ações pelos níveis da carteira do Banco Central dos EUA (proxy para a luxuriosa moeda fiduciária do Federal Reserve System).

Desarmado daquela postura viril, o acanhado mercado deitou-se e dormiu.

A partir de outubro de 2014 o Fed encerrou o QE tapering (retirada gradual do 3º afrouxamento monetário) e tirou o dedo do seu botãozinho favorito (de emitir dinheiro, seu malicioso!). Mas se a expansão monetária deu uma trégua, a bolsa voltou a dar no couro. Um ano e pouco depois, já no início de 2016. No gráfico abaixo eu uso como referência o Wilshire 5000, um índice mais amplo de ações dos EUA. Uso esse índice só pela maior facilidade no acesso a sua base de dados. Ela oferece um histórico mais longo no repositório do Fed, e me permite então traçar gráficos mais extensos. Como se pode notar comparando os gráficos, o desempenho geral desse índice amplo é muito semelhante ao do mais resumido S&P500 (ou mesmo do Dow Jones Industrial Average).

Ao dividirmos novamente o índice de ações pelo volume de dólares (representado pela carteira do Fed), podemos ver que as ações voltaram a se animar. Há 4 anos já. Claro que de forma bem menos libidinosa, sem o fetiche monetário.

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Se já não há uma dependência exclusiva do quantitaive easing americano, então qual seria o atual afrodisíaco do mercado? Para responder a essa pergunta, basta lembrar que o mercado não é adepto à monogamia. Mundo afora, todas essas políticas de expansão monetária estão financiando um despudor orgástico sem precedentes.

Novamente recorremos ao voyerismo pragmático para espiarmos o que se passa entre o mercado americano e o conjunto das várias moedas globais. E, mais uma vez, flagramos o mercado na cama com o estoque mundial de dinheiro. Ou seja, mal o Banco Central dos EUA saiu de cena, seus pares estrangeiros avançaram para cima.

Todos sabemos que o mercado nunca foi santo. Independentemente disso, mantinha uma relação estável com a economia. No entanto, a promiscuidade atual abalou muito o seu diálogo com fundamentos e indicadores econômicos.

Até quando essas moedas de programa vão manter um comportamento tão despudorado? E o mercado as seguiria sempre assim tão libertino? Essa é a pergunta milionária que não tem qualquer resposta pronta! Então você é quem sabe se vai ou se fica, se põe ou se tira. Só não se apaixone e lembre-se que casamento é outra história!

Copyright © Sebastião Buck Tocalino

A bolsa estimula a cidadania!

Artigo original aqui.

Últimos comentários

Boiei. Ainda que moedas de programa, geradas por políticas de computador, a quantidade de moeda guarda estreita relação com a atividade econômica e consequentemente com o somatório da atividade das empresas. Logo, seria de esperar a correlação entre a expansao da moeda e a elevação do preço das acões. Certo?
Excelente artigo do mestre Tocalino. Serve de alerta aos empolgados que serão vítimas do Tsunami .. A bolsa virou um  Cassino. Ela perdeu seu sentido de investimento depois que o dinheiro  é apenas dígito eletrônico. Depois do Crash, que virá em breve, será preciso repensar o modelo de negociações instantâneas que manipulam e distorcem valores.
excelente texto, apocalíptico, mais penso eu q na era da tecnologia, valores não são mais tão tangíveis, penso q a solução pra essa pirâmide será o despertar humano, imagina, um mundo como o nosso q produz tudo de forma tão rápida, pra tanta gente, de forma tão fácil, não joga por terra nossa base econômica? nosso apreço por algo tão fácil, que são nossas necessidades, quem planta pra colher, qual dificuldade disso? o preço a se pagar, oferta esta grande e fácil, em todos os sentidos, logo pra mim nem ouro terá valor! pois o que antes era fome, praticamente nao temos mais, logo o que temos são desejos ilusórios que fogem das nossas necessidades, a faca e o queijo estão a mãos, logo alguém começa a cortar, pois a oferta está abundante, basta pegar o que quiser! claro... isso daqui 150 anos... kkkkklk
nenhuma linha sobre o cassino do Paulo Jegues ? e sobre os milicianos no Planalto?
ah sim a dívida externa dos "governos" militares era baixinha hahah çei çei ... deixa eu adivinhar, vai me chamar de comuna hahah
 Que mania do povo de querer ficar comparando governos de esquerda com governos de direita. Esquece isso o mundo é outro. Tanto direita como esqueda fizeram a limpa nos caixas públicos. Luladrão fez o maior esquema de corrupção do mundo, e vc vem me falar da divida externa dos militares? qual o seu problema amigo?
Pela sua argumentação, todas as pessoas cultas e com excelente educação viriam necessariamente de escolas militares ? Se essa é a sua linha de raciocínio, então quisera eu ter estudado em uma escola militar.
Muito bom. Excelente texto! Parabéns
Gostei da parte do café preto e amargo! Vou já tomar o meu pra me refazer de mais uma queda na Bolsa... Espero que ela se recupere, mas duvido, uma vez que as notícias a respeito do coronavírus não são nada animadoras. Na torcida pela recuperação da Bolsa na semana, ou melhor no final deste mês. É aguardar pra ver...
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