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O Fim do Maior Bull Market da História

Publicado 23.03.2020, 12:41
Atualizado 09.07.2023, 07:32

"Homens fortes criam tempos fáceis
e tempos fáceis geram homens fracos,
mas homens fracos criam tempos difíceis
e tempos difíceis geram homens fortes."
Provérbio oriental

"Ninguém pode afirmar o que nos mantém fechados, o que nos confina e o que nos parece enterrar, mas ainda assim sentimos que existem barreiras, paredes, muros. Será tudo imaginação ou fantasia? Não acredito. Então fazemos a pergunta: Meu Deus, será assim por muito tempo, para sempre, por toda a eternidade? Você sabe o que nos liberta dessa escravidão? É o afeto realmente profundo. Ser amigo, ser irmão, amar, é isso que abre as portas da prisão, por meio de um poder supremo, de uma espécie de força mágica."
Vincent van Gogh


Na tarde de sábado, peguei a autobiografia do Andre Agassi para ler. Era uma tentativa, talvez não deliberada, de me afastar do esgotamento físico e mental alcançado diante do comportamento dos mercados nas últimas semanas. Em certos momentos, você precisa se afastar para poder olhar as coisas em perspectiva. Debruçado sobre as nervuras das folhas, não conseguimos enxergar a floresta.

Eu sabia que a pausa não duraria muito. Nossas almas têm seus próprios ancestrais. E é impossível fugirmos de nós mesmos. Não sabia, porém, que nem mesmo um intervalo de meia hora seria possível. Logo de cara, apareceu a epígrafe acima, a frase de Van Gogh sobre o isolamento. Sincronicidade. Será assim por muito tempo?

Agassi nunca escolheu jogar tênis. Se você parar pra pensar, ele nasceu tenista, ainda que possa atribuir a suposta escolha a seu pai. Talvez seja algo diferente: ele tinha seu próprio daimon, jogar tênis. E o tênis é um esporte de isolamento, solitário.

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No fim, a minha tentativa de sair mentalmente do tema “distanciamento social” encontrou a própria solidão, seja pela epígrafe de Van Gogh, seja pela solidão da quadra de tênis, “o esporte mais solitário de todos”, segundo o próprio Agassi. Não há como escapar do cenário distópico, nem como fugir de si. No tênis e no mercado, acho que a gente joga contra a gente mesmo.

Enquanto eu lia, era interrompido por apitos de mensagens no WhatsApp. Manchetes e gráficos das mais variadas fontes, capas de jornais e relatórios de bancos. “O Fed vai emprestar US$ 4 trilhões para estimular a economia.” “Pacote fiscal dos EUA soma US$ 2 trilhões.” “Cada americano vai receber automaticamente um cartão com US$ 2 mil”. Trilhões, trilhões. Trilhões por toda a parte.

Na Alemanha, com direito a quarentena de Angela Merkel, prepara-se um pacote de 350 bilhões de euros. A Austrália, por sua vez, lançou um plano de US$ 38,2 bilhões.

Mario Draghi e seu “whatever it takes” são nenezinhos perto do que está acontecendo agora. Vamos para o maior pacote, em termos nominais, já feito na história da humanidade. Caminhamos para salvar todo o mundo, com a impressora de dinheiro rodando a juro negativo de curto prazo. Como percentual do PIB, o déficit público encontra paralelo apenas nas duas grandes guerras mundiais, enquanto os governos batem cabeça para identificar o que seria um Plano Marshall factível agora. A infraestrutura da Europa não está destruída, nem sequer podemos sair às ruas para criar buracos só com o objetivo de tapá-los depois — a menos que o façamos de escafandro.

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Precisamos defender a renda e, ainda mais importante, a vida daqueles mais afetados pela crise, pois se trata, de forma literal, de uma questão de sobrevivência. Agora, como ter uma resposta keynesiana efetiva, tipicamente desenhada para situações de fraqueza da demanda agregada, diante de rupturas de oferta?

Daí chegamos ao título deste texto. Talvez os três leitores tenham pensado se tratar de uma referência à queda superior a 20% (a rigor, já superior a 30%) dos índices de ações nos EUA. Mas não é isso. Falo aqui do grande bull market do mercado de bonds, iniciado em 1981.

Com tamanha injeção de recursos na economia, a tendência é haver uma perda do valor do dinheiro e um aumento da inclinação das curvas de juro.

Por aqui, em terra brasilis, com incremento da pressão para soltar o gasto público, o problema pode ser pior. Não temos espaço no Orçamento, enquanto começam medidas aqui e ali para flexibilizar, disfarçadamente e sob a prerrogativa de ser algo “one off” e não estrutural, o teto de gastos. Não há saída. Estamos com um cobertor curto nas mãos.

Qual é o corolário disso tudo? Surpreendentemente, que as ações podem ser menos arriscadas do que parte das aplicações de renda fixa. Se o dinheiro não vale muito, você corre para ativos reais. Estamos possivelmente presenciando a mudança de paradigma preconizada por Ray Dalio. Tenha um bocado de ouro, ainda que ele possa flutuar no curto prazo (em momentos de fuga desesperada pela liquidez, correlações históricas tendem a ser quebradas e até o ouro pode cair; veja as coisas em perspectiva mais ampla). Evite posições em juros longos. Acredite: eles ficaram mais arriscados do que as ações.

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Para encerrar com um pouco de poesia em tempos tão cruéis, vamos de T. S. Elliot: o mundo acaba não com uma explosão, mas com um gemido. Esse é o meu medo diante da chegada da cavalaria.

Últimos comentários

Esse Felipe é muito fraco, pior colunista deste site. Se apega mais no “texto-pelo-texto”, do que nos aspectos técnicos econômicos. Fosse pra ler obra literária eu pegava um Dostoievski.
palhaço, fanfarrão.
Ainda dão credibilidade para um cara desses?
por isso do notícia existir a décadas, ela se tornará a moeda mundial .
iae galera
Se não tem valor , a gente queima pra ter menos e valorizar o que ficar... Quando enviarem as notas antigas para o banco central , queime e não reponha , pois com dolar se isso. Está sobrando e eles estão botando fogo e não repondo.
odeio abrir o u tube e ver esse cara o tempo INTEIRO!!!
Não suporto mais ver esse cara a cada vídeo de YouTube que tento abrir. Só por este motivo jamais aceitaria qualquer conselho deste mala.
palhaço vendedor de sonhos
chama a Batina para te ajudar
Esse cara me enganou por muito tempo. Pare de fazer tanta propaganda enganosa irmão.
Esse cara me enganou por muito tempo. Pare de fazer tanta propaganda enganosa irmão.
Ixe Felipe, melhor você pegar  seu, e sair do mercado kkkkk
engraçado que qnd o índice batia recordes lá em 119k a retórica dele era de que a bolsa baterua 300k lembram? vendedor de ilusões.....agora que a bolsa esta na mínima e os riscos são menores, relação risco/retorno das empresas, que é a hora de entrar na bolsa adotam um discurso conservador? Essa Empiricus realmente é a casa de análise horrível!
Você é um fanfarrão! Indicaram vários papéis que afundaram e nem um pio, mas o que acertaram bradavam aos quatro ventos dando a impressão que só acertavam. Antes da derrocada estava indicando compra mesmo tendo indicadores que teríamos uma correção a qual bastava algum estopim para que viesse, o que veio. Agora fica nesse papo, mas está esquecendo até do básico: venda aos sons de violino, compre aos sons de canhão.
pilantra
desculpa Felipe mas vc n tem meu respeito vc é mau e mentiroso
kkk bom era comorar bolsa nós 100,119.....agora tá 63000 pontos não e bom comprar essa clássica de persona aí, kkk
Eu quero a minha mãe.
Até um relógio quebrado mostra a hora certa duas vezes ao dia...
não é o fim do Bull market é o início do crash sem precedentes
Tosco! A bolsa nao ia a 300mil pontos maluco?
O cara das PROPAGANDAS mais chatas do YouTube. EmpiriCÚs.
Profeta do passado !
Os 300 mil pontos do IBOV no último ciclo de alta tudo bem. Agora ouro mais arriscado que ações fica difícil acompanhar o raciocínio (criatividade).
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