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ESPECIAL BITCOIN: Como Investir a partir do Brasil

Publicado 22.07.2017, 16:32
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O ano de 2017 já está marcado pela ascensão das criptomoedas, que entregaram fortes ganhos desde janeiro e atraíram a atenção – e parte dos recursos – do mercado financeiro. Desde a mais conhecida, bitcoin que subiu cerca de 150%, até a surpresa do ether com seus mais de 5.000% até o pico de junho, as moedas digitais têm atraído investidores de olho em seus grandes retornos.

Se esses números também te atraíram, vale lembrar da regra de ouro de investimentos: conheça o mercado no qual está colocando seus recursos.

O Investing.com Brasil iniciou na semana passada o ESPECIAL BITCOIN para apresentar esse mercado de moedas digitais, que ainda é uma incógnita para muitos investidores – experientes ou novatos. Para entender o básico de o que é um bitcoin e os termos básicos desse mercado, não deixe de ler a primeira parte do especial.

Hoje, trataremos da parte mais prática de como adquirir e negociar bitcoins a partir do Brasil, em reais.

Mercado brasileiro

Enquanto nos últimos meses criptomania atraiu os especuladores, de olho em retorno financeiro rápido com a forte volatilidade que diariamente afeta o mercado, há um mundo ‘mais real’ de pessoas que usam o bitcoin – e outras moedas digitais – como uma alternativa ao cartão de crédito para adquirir produtos e serviços.

Para o investidor ou o consumidor brasileiro interessado em adquirir e negociar bitcoins, é possível fazer entrar nesse mercado utilizando recursos em sua conta bancária e com a segurança de estar negociando com empresas brasileiras, com CNPJ e registros conhecidos.

Existem hoje ao menos sete casas de câmbio digital, também chamadas de exchanges, que gerenciam a transação de bitcoins em reais. Dessas, três concentram mais de 90% do volume de negócios do Brasil, segundo a Bitvalor: FoxBit, Mercado Bitcoin e BitcoinToYou. O mercado também é acessível, pois é fácil encontrar opções de compra de frações de bitcoins a partir de R$ 50 – no Brasil, o valor de um bitcoin chegou a mais de R$ 11 mil este ano.

Cadastro e a primeira compra

Para entrar no mundo das moedas digitais, os primeiros passos são básicos para qualquer investidor que já possui uma conta em uma corretora: selecionar uma casa de câmbio digital a partir das condições de taxas, liquidez, comodidades e confiabilidade.

Apesar de o desconhecimento sobre o bitcoin disseminar entre investidores uma crença errada de que a gestão desse mercado ocorre numa espécie de submundo virtual, o mercado é organizado, bastante seguro e requer cadastro com documentação verdadeira. Para criar uma conta numa exchange, é preciso ter um CPF ou CNPJ válidos.

“A maioria das casas de câmbio digital no Brasil exige documentação e que o cliente seja maior de idade. A posse de bitcoins deve ser declarada no Imposto de Renda e as vendas que ultrapassem R$ 35 mil no mês em bitcoins são tributadas em 15% de imposto de renda sobre o ganho de capital”, explica Marcelo Miranda, fundador da FlowBTC.

Assim como em um banco tradicional, quanto maior a confiabilidade no detentor da conta e nos documentos apresentados maior será o volume autorizado de negociação, em linha com as diretrizes de conformidade do mercado.

Para a escolha da exchange, a dica é visitar os sites das principais casas do país e escolher a que oferecer para o seu caso as melhores condições de taxas de manutenção e, especialmente, a de saque em reais, que normalmente possuem desconto para bancos conveniados.

Outro ponto importante é observar a taxa de conversão entre bitcoins e real cobrada por cada uma das exchanges, pois, dado caráter descentralizado da moeda, é comum que exista um ágio (spread) no valor da moeda negociada em real, que costuma ser mais cara que as negociadas em dólar. Para facilitar a vida do investidor, o Bitvalor reúne essas informações sobre as sete principais casas de câmbio nacionais, incluindo dados de spread da moeda, câmbio BRL/USD e volumes de negociação – importante para acompanhar a liquidez.

“A única diferença de comprar ou vender no Brasil, é o ágio, pois as políticas [de segurança] de KYC (know your costumer) e AML (anti-money laundering) das bolsas de bitcoin pelo mundo, são as mesmas. Em média, o bitcoin no Brasil é 5% mais caro que nas bolsas em dólar, porém, dependendo do movimento de mercado, muita demanda ou muita oferta, esse valor chega a 30% de diferença”, explica o fundador e COO da Foxbit, Guto Schiavon.

KYC e AML são políticas de conformidade aplicadas pelas corretoras e casa de câmbio internacionalmente para evitar fraudes e a utilização das moedas em atividades ilegais. Leia mais sobre isso em nosso artigo anterior.

Carteiras de criptomoedas

Após o cadastro na exchange escolhida, o cliente poderá comprar e negociar bitcoins em sua carteira. Na semana passada mostramos ‘a cara’ de uma criptomoeda, que é uma longa sequência de letras e números que só poderá ser negociada com a posse de uma chave privada, uma sequência ainda mais longa, que, na prática, funciona como uma senha.

Semelhante ao mundo real que protegemos nosso dinheiro, os bitcoins devem ser mantidos o mais seguro possível de possíveis ladrões, pois as transações são irreversíveis. Enquanto guardamos nossas notas no bolso, no banco, ou até num cofre na parede; os bitcoins são guardados em carteiras, que podem ser digitais (software) ou físicas (hardware).

O primeiro tipo é tido como menos seguro e existe na forma de aplicativos para smartphones, programas para Windows, Mac e Linux ou serviços web, acessados pelo navegador.

Já as carteiras físicas, que lembram pendrives, são gerenciadas pelo computador, e têm a vantagem de armazenar os bitcoins em equipamentos fora da rede, portanto menos suscetíveis à ataques digitais. Há modelos disponíveis a partir de algumas dezenas de dólares.

“O bitcoin está na blockchain e a wallet (carteira) guarda as chaves de acesso. Muita gente guarda no computador, mas a melhor maneira de guardar as bitcoins é em hardware wallets”, afirma Paulo Fiori, fundador do Bitcoin News Brasil. O Bitcoin.org reúne as principais carteiras disponíveis e lista uma série de recomendações de segurança para proteger sua carteira.

Na posse da carteira e das chaves criptográficas – espécie de senha – para negociar os bitcoins, é possível realizar transações na internet, mas também no mundo real com a geração de QR Codes e códigos de barras para, por exemplo, para pagar por um produto ou serviço em loja física.

Segurança online

O temor de perder todos seus recursos em bitcoin ainda afasta investidores não familiarizados com esse mercado, em um comportamento de aversão semelhante à introdução das transações dos bancos pela internet.

“Da mesma forma que o usuário deve tomar cuidados de segurança em relação aos seus serviços bancários online, ele deve tomar precauções com sua carteira digital”, alerta o CEO da Mercado Bitcoin, Rodrigo Batista. A pedido do Investing.com Brasil, a casa de câmbio listou uma série de cuidados que devem ser tomados na operação com a criptomoeda.

  • Nunca utilizar computadores e redes públicas para acessar a carteira digital, pois poderá ficar vulnerável a ataques hackers;
  • Definir uma senha forte para o acesso à carteira digital;
  • Ativar o acesso com dois fatores de autenticação;
  • Fazer transações em bitcoins apenas para quem confia, pois elas são irreversíveis.
  • Garantir a confidencialidade de seus dados pessoais, nunca compartilhando com outras pessoas;
  • Nunca abrir um link sem ter certeza de seu conteúdo.
  • Sempre verificar o Certificado SSL Tipo EV (indicação de site seguro escrito em verde ao lado esquerdo do endereço do site em seu navegador).
  • Use antivírus e softwares de segurança atualizados. Lembrando que o recentes ataques cibernéticos de grandes proporções, em parte, utilizaram falhas conhecidas no Windows, que já haviam sido tratadas em atualizações oficiais, e afetaram os computadores com sistemas desatualizados.

Mercado p2p

O bitcoin pode ainda abranger uma negociação direta entre duas carteiras, chamado de p2p (peer to peer), sem passar por intermediários, como as exchanges. É importante ressaltar que os especialistas ouvidos para elaboração desse especial ressaltam que é uma operação arriscada, novamente citando que a transferência de um bitcoin é irreversível.

A negociação p2p ocorre entre dois usuários com a troca de chaves necessárias para a operação, sendo validado pela blockchain, sem a verificação de identidades dos envolvidos.

Um pouco de segurança, contudo, pode ser obtido com serviços como LocalBitcoins, que atua como um fórum para compra e venda da moeda, com a vantagem da custódia temporária de bitcoins. Ou seja, durante a transação, os bitcoins ficam com a LocalBitcoins aguardando a confirmação das partes de que o os valores foram pagos e recebidos.

Volte na próxima semana entender as oportunidades de investimento no mundo das criptomoedas! Não perca o primeiro texto do ESPECIAL BITCOIN que mostra o básico sobre as moedas digitais. Para não perder mais nenhuma análise da equipe do Investing.com Brasil não deixe de clicar em Seguir abaixo do nosso logo no início do texto à esquerda.

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