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Qual Será o Fim de Bolsonaro?

Publicado 13.09.2021, 12:58
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Seria um novo começo ou o começo do fim? Ou não seria ponto de inflexão algum? Afinal de contas, fora das novelas e dos filmes de Hollywood, não precisamos necessariamente caminhar para um final contundente. Podemos continuar andando a esmo, perdidos no labirinto da crise interna que nós mesmos criamos.

Tenho tentado organizar o pensamento e a matriz de probabilidades em três cenários possíveis: um fim terrível, o terror sem fim e a trégua efetiva.

O fim terrível seria um cenário de impeachment ou inelegibilidade. Em sendo o caso, teríamos mais uma ruptura, que exigiria piora adicional, antes de melhorarmos. O terror sem fim representaria a continuidade do cenário belicoso e de crise institucional semelhante ao observado nos momentos de máxima tensão da semana passada. E o terceiro seria a efetiva trégua, uma real mudança de postura do presidente, inaugurando uma nova forma de governar; seria o fim de Bolsonaro tal como nós conhecemos e o início de uma administração mais institucionalizada, com respeito à liturgia do cargo, a determinados ritos e aos demais Poderes.

É pseudointeligente afirmar que essa é necessariamente só mais uma rodada de morde e assopra do presidente Bolsonaro. Ele já esticou e afrouxou a corda várias vezes. Essa seria só mais uma. Como no caso do sapo e do escorpião, “é a minha natureza”. O cético na capacidade de mudança sempre soa mais profundo e austero. O pessimista é sempre percebido como mais sofisticado. A postura crítica rende dividendos intelectuais.

Da minha parte, porém, acredito que desta vez seja diferente. Sim, eu sei dos problemas dessa frase. É quase um pecado no mercado financeiro acreditar que “desta vez é diferente”. Todos conhecem a piada: “As quatro palavras mais perigosas do mercado são ‘desta vez é diferente’”. Mas poucos conhecem sua réplica: “As doze palavras mais perigosas são ‘as quatro palavras mais perigosas do mercado são desta vez é diferente’”. Na média, em 20% dos casos, as coisas são diferentes mesmo.

À sua maneira, políticos têm sua racionalidade. E, como leitor de Nassim Taleb e Gerd Gigerenzer, só consigo ligar a racionalidade à sobrevivência. Não há driver maior para a mudança do que o medo.

Concretamente, já há algo diferente nesse movimento de Jair Bolsonaro. Ele é um documento escrito. Não me parece que tenha sido coincidência essa característica, que guarda paralelos, inclusive, com outra carta fatídica de Michel Temer, cujo título ostentava “verba volant, scripta manent”. A palavra falada voa, a escrita permanece. Aquele documento foi um marco importante na catálise do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, tal como o atual pode ser um marco para o fim do governo Bolsonaro tal como nós o conhecemos. Rasgar um documento escrito pode ter consequências igualmente concretas. As pessoas costumam ser cobradas por rompimentos de contratos. 

Também não me parece coincidência a proximidade entre Michel Temer e Alexandre de Moraes, tampouco a representação de Temer, uma prosopopeia do establishment político brasileiro e sua institucionalização. Recorrer a Michel Temer de maneira tão pública e explícita é ceder ao establishment (escrevo isso no sentido positivo, porque o momento requer a conciliação com o establishment, menos atrito e mais harmonia).

Dos três cenários ventilados, a hipótese do terror sem fim me parece a menos provável. Por uma razão muito simples: o Brasil não aguenta um ano e meio sob o clima da semana passada. Ou Bolsonaro mudava ou tiravam ele de lá. O próprio Bolsonaro parece ter percebido isso. Boa parte do PIB já não está com ele. A pressão pelo acolhimento dos pedidos de impeachment cresce. Kassab já flertava com o impedimento; o PSDB rumou para a oposição.

Dado o medo do fim terrível, a hipótese da trégua efetiva emerge como a mais provável. O mesmo Kassab já veio se manifestar dizendo que a carta afasta o risco de impeachment, com a condicional “por enquanto”. Ou seja, a se continuar o clima de respeito institucional e abrandamento do ambiente belicoso, o país volta a ter um mínimo de tranquilidade.

O risco de uma ruptura diminui, o cenário de cauda sai do radar (ao menos no curto prazo). Não será fácil, muito menos temos resolvidos todos nossos problemas. A inflação continua alta, as projeções para o PIB de 2022 seguem caindo, a crise hídrica ainda é uma questão relevante a ser monitorada, precisamos de uma solução para a peça de ficção batizada de Orçamento de 2022.

Mas a nuvem da ruptura institucional e de um país em colapso por mais de um ano começa a se dissipar. É nas horas de saída da tempestade que se ganha mais dinheiro. Sem nuvens no céu, o sol, sendo sempre o melhor detergente, ilumina muito facilmente a realidade e permite que tudo seja visto com muita tranquilidade. Os preços estão perto do justo, sem grandes oportunidades. Momentos de tempestade são de baixa luz do sol, por construção. Os preços são também de tempestade. E quando a chuva passa, o sol volta. 

Mais uma vez, a teoria do cercadinho encontra validação empírica. Flertamos com o abismo e voltamos. Os preços ainda estão em valores promocionais, contemplando um cenário de ruptura institucional. Em não havendo ruptura, os preços devem ser outros no futuro.

Vai haver frustrações, dificuldades, frustrações, volatilidade, choro e ranger de dentes. Mas não será desta vez que o Brasil vai explodir.

Se você tem intenção de comprar barato, é nesses momentos que existem oportunidades de multiplicação. Em céu de brigadeiro, não tem muita onda.

Últimos comentários

Claro que o CEO de uma casa de analises nao vai dizer nunca que a bolsa ta cara…. será para sempre barato pra que os assinantes sustentem a ganancia do “ agora é a hora “.Com tanta volatilidade… temham cuidado!!! Cuide do seu dinheiro
Ibov em dolar ao preço de 2006, algo q soa barato, mas pergunto se realmente é um barato pra qm segurou-o desde 2006, digo os grandes papéis. Quem busca riqueza não gosta de andar de lado, até Dogecoin deu mais retorno, oq soa como uma piada, mas não, é a vida real. Ao menos agora podem receber em boleto, cashback, crédito, débito e Pix, um barato!
Por que será que em nenhum momento ele te se refere ao STF como parte da crise? Análise parcial e tendenciosa.
guabirú  escreveu umas bobagens tendenciosas...
Fim de Bolsonaro será a lata de lixo da História. Pior presidente que esse país já teve no pior momento das últimas décadas. Infelizmente, mts sabiam que ele era horrível, votaram sabendo que ele representa a extrema direita. Acharam que ele garantiria seus lucros. Tomamos na cabeça, milhares de mortos na conta desse infeliz.
Tudo muito obvio e sem nada que acrescente…. Mto XA LA LA ..
Quanto mais difícil melhor é! facilidade nunca foi meu ramo! 👍 #EuConfionoPresidente
Que dia essa materie vai sair de cena? Não tem outra menos parcial?
Ser Reeleito em 2022 🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Fica em casa, a economia a gente vê depois #Bolsonaro2022🇧🇷🇧🇷🇧🇷
exatamente! #Bolsonaro2022
exatamente! Bolsonaro2022
Caro Felipe. Em que pese minha admiração pelo seu trabalho, quando se ligou ao BTG, banco que teve seu presidente envolvido em escandalos do PT, não consigo dar crédito à sua analise porque penso que não mais é isenta.No evento do BTG ontem, após ver o palco contaminado por politicos que apoiam maior ladrão do Mundo, vejo que aquele banco continua na direção de roubar o povo beasileiro.
Tua campanha feroz p derrubar Dilma, e olha que nao sou simpatizante dela, olaborou para que entrassemos num processo sem fim de instabilidade com ameça contante de empedimento por “conjunto da obra”.Bolsonaro bao precisaria do chamado “conjunto da obra” pois ele é a propria obra, mas, se o povo acreditou e votou, cumpra-se a vontade e muda-se na votacao da proxima eleicAo
Canalha
Establishment!!! $I$TEMA!!! Ou seria "Máfia e Esquema"? Atribuir a crise somente a uma pessoa e ainda com argumentos pífios "liturgia do cargo" ! Só pode ser por duas coisas: ignorância ou alinhado com o modelo dos últimos trinta anos e não querer mudanças!!!
Quem votou em Bolsonaro sabia que o cara respira ares autoritários e que não tem a mínima noção do que faz. Bolsonaro é o caos ambulante. Mas fascismo é justamente isso.Pior governo da história desse país no pior cenário mundial das últimas décadas. Só poderia dar mt errado. Além de não fazer nada que preste e estar envolvido em corrupção, Bolsonaro faz de td para atrapalhar.
O fim do Bolsonaro será a sua reeleicao e depois colocar alguem dele la. Vai ser a dinastia Bolsonaro nos proximos 20 anos ou mais. É melhor Jairseacostumando.
terror sem fim é um artigo do "Felipe Miranda". Uma vida inteira de enrolação.
O fim do Bozo? É na cadeia e será em breve!!! Está mais perto do que nunca...
Terrível é cada dia que passa que esse baderneiro arruaceiro psicopata travestido de presidente permanece no poder destruindo nosso país, nossa parca credibilidade e nossa economia. Terrível é um bolsominion de armário tentar achar alguma plausibilidade de permanência dessa instabilidade política econômica ambulante. Ao menos o Fim de Bolsonaro é uma previsão bem mais acertada que o delirante "Fim do Brasil" escrito por você.
Terrível é cada dia que passa que esse baderneiro arruaceiro psicopata travestido de presidente permanece no poder destruindo nosso país, nossa parca credibilidade e nossa economia. Terrível é um bolsominion de armário tentar achar alguma plausibilidade de permanência dessa instabilidade política econômica ambulante.
O fim do Bolsonaro não sei. Mas o seu como analista com certeza está bem próximo. Aproveita sua aptidão para política
Deixa o povo decidr e vai tazer grafico
Quanto chororô,
Em mar de almirante não há muitas ondas.
Cara vc nao tem o que escreve nao , esquce um pouco meu , deixa o cara em paz, parace um sague suga.
...
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