ÁSIA: Mercados da Ásia perderam parte da força que impulsou os mercados globais a recuperarem da queda pós-Brexit, nesta quinta-feira, devido à incerteza persistente sobre o futuro do Reino Unido que ainda tem que invocar o artigo 50, quando formalmente iniciará as tratativas para a saída da União Europeia.
Analistas acreditam que os mercados exageraram inicialmente com o Brexit, pensando que iria ser uma corrida de ursos, mas os mercados globais estão prevendo mais estímulo por parte das autoridades do Reino Unido. Assim sendo, as multinacionais do Reino Unido se recuperaram, mas as ações domésticas ainda estão fortemente para baixo, especialmente bancos que caíram mais de 20%.
A Austrália em particular, está mais ligada à sorte da Ásia do que para o Reino Unido e os investidores locais estão trabalhando na probabilidade de outro corte da taxa pelo Banco Central da Austrália, que por sua vez impulsionou o sentimento do mercado. Independentemente do contágio das incertezas na Grã-Bretanha e na Europa, a inflação permanece notavelmente resistente em todo o mundo. Analistas acreditam que o RBA terá que incitar mais estímulos na economia, não porque o crescimento está ruim, mas porque a inflação está bem abaixo das metas dos bancos centrais em todo o mundo.
O ASX 200 subiu 1,77%, para 5,233.40 pontos. Os quatro grandes bancos tiveram um dia de ganhos sólidos entre 1,2 a 2,8%. Entre as mineradoras, a gigante BHP Billiton fechou em alta de 1,9% para US$ 18,65, a rival Rio Tinto (LON:RIO) fechou em alta de 1,5% para US$ 45,50, enquanto produtora de minério de ferro Fortescue Metals Group terminou o dia acima de 2% para US$ 3,50. O preço à vista do minério de ferro desembarcado na China subiu 0,5% para US$ 53,89 a tonelada. O preço spot do ouro caiu e a maior produtora de ouro da Austrália, Newcrest Mining recuou 2,2% para US$ 23.
No Japão, o Nikkei fechou praticamente estável em 15,575.92 pontos, após subir quase 1% na sessão da manhã. O iene japonês enfraqueceu para 102,48 em relação ao dólar, ante 102,25 de quarta-feira.
Mercados da China continental fecharam próximo da estabilidade. O Shanghai Composite recuou 0,07%, em 2,929.60 pontos e o Shenzhen Composite também fechou praticamente estável. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,75%. A Reuters noticiou nesta quinta-feira, citando fontes políticas, que o Banco Popular da China está disposto a permitir que o yuan recue para 6,8 por dólar americano em 2016. A moeda chinesa já está no seu nível mais baixo em relação ao dólar em mais de cinco anos e uma nova queda para o nível de 6,8 representaria um recuo de 4,5%. Com essa orientação política, o banco central da China tem como objetivo ajudar a economia do país, que foi atingido pela fraqueza do crescimento econômico e exportações menores.
Apesar da recuperação global das ações, os investidores continuaram a afluir para ativos considerados portos seguros, enviando os rendimentos dos mercados de títulos para baixo. O rendimento do título do governo japonês de 10 anos estava em -0,225%, enquanto que na quarta-feira, o rendimento do Bund alemão de 10 anos estava em -0,13%, menos que os -0,17% da sexta-feira.
Os ganhos de quinta-feira fecharam o turbulento mês para as ações da região Ásia-Pacífico. A maioria dos principais mercados de ações asiáticos tiveram perdas mensais em junho. Nikkei do Japão teve o pior desempenho entre os índices da região com uma queda de 9% no mês. O índice Hang Seng caiu 0,6% em relação ao mesmo período. Na China continental, no entanto, o Shanghai Composite registrou um pequeno ganho de 0,45%, um sinal de seu relativo isolamento acerca do Brexit. Enquanto isso, os mercados de ações no Sudeste Asiático também se deram bem neste mês. O índice PSEI das Filipinas subiu 6,45%.
EUROPA: As bolsas europeias flutuam na abertura do pregão da quinta-feira. Apesar das incertezas sobre o futuro do Reino Unido frente a União Europeia depois que o país votou na semana passada para deixar o bloco, os mercados da região subiram na terça e quarta-feira, com o FTSE 100 recuperando todas as perdas após Brexit na quarta-feira, no entanto, vários mercados mostram sinais de que o rali está começando a desacelerar.
O pan-europeu STOXX 600 abriu em queda, mas opera em alta, após subir 3,1% na quarta-feira, quando marcou o segundo dia consecutivo de ganhos após dois dias de queda na sequência da votação de quinta-feira, mas segue em curso para uma perda mensal de 6,2%, o que seria o pior desempenho mensal desde janeiro.
O FTSE 100 abriu em queda e também opera em alta, após ter subido 3,6% na quarta-feira quando ficou acima do nível pré-Brexit. Para o mês, o índice de Londres segue para um ganho de 1,9%, o que marcaria o melhor desempenho mensal desde outubro. As mineradoras que abriram em queda sobem com consistência. Anglo American (LON:AAL) sobe 4,1%, Antofagasta (LON:ANTO) avança 4,4% e Glencore (LON:GLEN) sobe 3,9%. Entre as gigantes, BHP Billiton sobe 2,7% e Rio Tinto sobe 2,0%.
Os investidores estão de olho na disputa entre os membros do Partido Conservador britânico que deverá indicar hoje, nomes para ser o novo líder do partido e substituir o primeiro-ministro David Cameron, que queria que o Reino Unido permanecesse na UE mas que na semana passada disse estar renunciando. Ainda hoje, o presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, divulgará a primeira atualização da política monetária pós Brexit e também deve abordar preocupações com a decisão do Reino Unido de deixar a UE.
Ações do alemão Deutsche Bank caem 3,41% e do Banco Santander (SA:SANB11) da Espanha recuam 2,30% após suas filiais americanas falharem no teste de estresse do Federal Reserve sobre instituições financeiras. O Deutsche Bank não passou no teste do Fed no ano passado e o Santander falhou nos dois anos anteriores, embora o Fed tivesse dito que ambos tinham feito progressos. Separadamente, o FMI disse nesta quinta-feira que o Deutsche Bank é a mais arriscado instituição financeira do mundo. Entre outros bancos, Unicredit (MI:CRDI) da Itália teve seus papeis suspensos nas primeiras negociações e cai mais de 3% após o UBS e Morgan Stanley (NYSE:MS) cortar suas metas de preços sobre o papel. Outros bancos italianos, incluindo o Intesa Sanpaolo (MI:ISP), BMPS e UBI Banca também registram forte baixa depois de receber cortes nos preços alvos.
Ainda no setor corporativo, Monsanto pediu Bayer para aumentar a sua oferta de aquisição, supostamente exigindo um extra de US$ 10 a US$ 15 por ação, de acordo com fontes anônimas citadas pelo jornal alemão Handelsblatt. "Insiders", também disseram ao jornal que a mega fusão entre os dois gigantes agroquímicos tinha sido posta em dúvida após o Brexit. As ações da Bayer caem mais de 1%.
Em um dia com um grande número de dados econômicos na região, os preços ao consumidor da zona do euro em junho subiram 0,1%, ligeiramente maior em relação ao ano passado e sublinham as dificuldades de impulsionar a inflação em um momento de demanda fraca, não apenas na zona do euro, mas em todo o mundo e com a decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia, ameaça desacelerar ainda mais a modesta recuperação da zona do euro. Neste sentido, o BCE indicou que pode implementar ainda mais estímulos para alcançar o seu objetivo de inflação. Economistas consultados pelo The Wall Street Journal na semana passada esperavam que os preços mantivessem inalterados em relação ao ano passado. Em junho, o núcleo da inflação, que exclui itens como alimentos e energia, cujos preços são estabelecidos principalmente pelos mercados mundiais, subiu 0,9%, ante 0,8% em maio, mas permaneceu abaixo da taxa de 1,0% registrado no início do ano.
Na França, a dívida pública da França subiu para 97,4% do PIB no final do primeiro trimestre, ante 96,1% no final de 2015, se aproximando do recorde de 97,6% registrado no segundo trimestre do ano passado. A inflação francesa subiu 0,1% em junho e 0,2% no ano, mais fraca do que o esperado, devido queda sazonal dos preços de bens manufaturados e produtos in natura. Os números mais fracos do que o esperado sublinham o desafio enfrentado pelo BCE para conduzir a inflação de volta a sua meta de 2%. Separadamente, o índice de preços ao produtor da França para maio subiu 0,3%, puxado pelo aumento de preços dos produtos petrolíferos refinados.
Na Alemanha, as solicitações de seguro desemprego em junho caíram pelo nono mês consecutivo, com queda de 6.000 pedidos frente a maio e a taxa de desemprego ajustada permaneceu estável em 6,1% em junho, com um total de 2,614 milhões de desempregados, seu nível mais baixo desde o início da compilação de dados em janeiro de 1002, apesar do fluxo recorde de imigrantes na maior economia da Europa. Os resultados ficaram em linha com as previsões de economistas de cautela, no entanto, a entrada de cerca de um milhão de imigrantes e requerentes de asilo, que muitas vezes não possuem habilidades de comunicação e qualificações para o mercado de trabalho, deve levar a um aumento do desemprego alemão no final deste ano. O mercado de trabalho aquecido tem apoiado o consumo das famílias e o crescimento salarial. A economia do país cresceu a uma taxa trimestral de 0,7% nos primeiros três meses do ano, ajudado pela demanda interna sólida.
Na Suíça, os bancos tiveram um aumento nos lucros no ano passado, apesar das taxas de juro muito baixas. O relatório anual do SNB mostrou que os 228 bancos registraram um lucro total de 19,6 bilhões de francos suíços (US$ 20 bilhões), enquanto 38 postaram uma perda acumulada de CHF 3,8 bilhões. O lucro de CHF 15.8 bilhões resultante foi quase o dobro de 2014. Excluindo itens extraordinários, o lucro foi de CHF 6.9 bilhões, um aumento CHF 2.5 bilhões a partir de 2014. O número de bancos na Suíça diminuiu ligeiramente, de 275 para 266, enquanto o número de empregados caiu 1.400, para pouco menos de 124.000. O crédito à habitação aumentou 2,6%, no entanto, foi compensada por uma queda nos depósitos de clientes.
AGENDA DO INVESTIDOR: EUA
9h30 - Unemployment Claims (número de pedidos de auxílio-desemprego);
11h45 - Chicago PMI (mede o nível de atividade industrial na região);
14h30 - Discurso do presidente do FED de St. Louis, James Bullard;
CHINA:
22h00 - Manufacturing PMI (número oficial do nível de atividade no setor industrial);
22h00 - Non-Manufacturing PMI (número oficial do nível de atividade no setor de serviços);
22h45 - Caixin Manufacturing PMI (nível da atividade industrial da China – versão Caixin/Markit)
ÍNDICES MUNDIAIS - 7h00
ÁSIA
Nikkei: +0,06%
Austrália: +1,77%
Xangai Composite: -0,07%
Hong Kong: +1,75%
EUROPA
Frankfurt - Dax: +0,09%
London - FTSE: +0,44%
Paris - CAC: +0,49%
Madrid IBEX: +0,13%
FTSE MIB: +0,10%
COMMODITIES
BRENT: -0,80%
WTI: -0,92%
OURO: -0,57%
COBRE: +0,15%
SOJA: +0,64%
ALGODÃO: +0,65%
MILHO: +0,87%
ÍNDICES FUTUROS
Dow: +0,27%
SP500: +0,25%
NASDAQ: +0,19%
Observação: Este material é um trabalho voluntário e gratuito, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atenção para o horário da disponibilização dos dados.