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Se a sua carteira de investimentos for assim, livre-se dela

Publicado 29.03.2023, 15:19
IBOV
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AMAR3
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OIBR3
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AMER3
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ETER3
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EUCA4
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MGLU3
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ENEV3
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BHIA3
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MBLY3
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De acordo com o Banco Mundial, a velocidade de crescimento médio que estamos agora até 2030 será a menor em três décadas.

Com a quebra da Americanas (BVMF:AMER3) e muitas outras empresas buscando fôlego financeiro, como Marisa  (BVMF:AMAR3), Tok&Stok, Mobly (BVMF:MBLY3), Via Varejo (BVMF:VIIA3), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3), entre outras, sabemos que a maré não está fácil.

A sucessão de fatores como pandemia, guerra e crise traz um padrão de ciclos de mercado já visto antes: economia com problemas, injeção de crédito e liquidez, aumento do consumo, inflação, juros subindo para conter inflação e, novamente, economia com problemas.

Gráfico apresenta Ibovespa de 1993 a 2023.
Ibovespa de 1993 a 2023. Fonte: Bloomberg, elaborado por Nord Research.

Já vivenciamos crises atreladas ao crédito como esta — cada qual com sua magnitude e problemas — como Eneva (BVMF:ENEV3), Eternit (BVMF:ETER3), Oi (BVMF:OIBR3), Eucatex (BVMF:EUCA4), Odebrecht e Samarco.

Casos em reestruturação atraem os olhos de investidores de bolsa: “Se já foi 50 reais e está 2 reais, com certeza volta aos 50 reais”.

Com uma enormidade de vieses, o investidor faz suas apostas. São raros os casos que têm sucesso.

Sem a leitura correta dos ciclos, os investidores se perdem completamente.

Os ciclos não se repetem 100%, mas rimam.

Para investir, é preciso olhar os ciclos

Sob a ótica dos governos, o maior problema é gastar demais sem contrapartida.

Enormes planos de gastos sem uma solução óbvia para resolvê-los. É melhor tributar mais? Imprimir dinheiro? Reorganizar orçamentos?

Com as empresas, os maiores problemas envolvem a má gestão com fluxo de caixa, desde investimentos (aquisições) caros demais, excesso de contratações até o controle dos níveis de alavancagem.

Em ambos os casos, o ciclo de crédito está ali.

Os ciclos de crédito conversam com ciclos maiores: econômicos, nos lucros, setor imobiliário e vemos a consequência nos ciclos de mercado.

 

Em qual ciclo estamos agora?

O investidor que aprendeu sobre os mercados nos últimos dois anos já vivenciou muito mais do que imaginaria. Pandemia, guerra, juros baixos, juros altos, inflação, desemprego…

Gráfico mostra o ciclo de sentimento de mercado.
Fonte: Investing

Nos estágios de alta, poucas pessoas acreditam que as coisas melhorarão de fato (otimismo).

Em um segundo momento, a maioria dos investidores começa a perceber que tudo já está melhorando (excitação), até que todos concluem que tudo será melhor (euforia).

Em mercados mais estressados, só alguns investidores mais conscientes entendem que nem tudo será daquele jeito sempre (pico da euforia), e logo depois o mercado passa a reconhecer que tudo se deteriorou (negação e medo), até que todos só veem o pior (pânico, desânimo, depressão).

A julgar pelo mercado atual (e as mensagens dos nossos assinantes), diria que estão bem próximos de atingir o fundo do poço (entre desânimo e depressão).

Use os ciclos a seu favor

Howard Marks criou brilhantemente um “guia de bolso dos ciclos” para ajudar os investidores a entender um pouco da dinâmica do mercado.

Tabela com Guia para Avaliação do Mercado de Howard Marks.
“Dominando o Ciclo de Mercado” e “A coisa mais importante” — Howard Marks, edição e tradução Nord Research.

Transitamos muito rapidamente de uma economia vibrante e pujante para algo mais negativo, depressivo.

Historicamente, são os melhores momentos para se posicionar e tomar risco de forma moderada, já que os mercados estão largados.

O atual ciclo e o comportamento do mercado obrigam as empresas a procurar novas soluções, o que abre um enorme espaço para aquisições.

Manchete do Valor Econômico: "Com queda de ações, empresas tornam-se alvo de aquisição"
Fonte: Valor Econômico.


As grandes empresas estão se movimentando, buscando captações bilionárias e aquisições a preço de banana, preparando-se para a retomada do ciclo. Jogue fora seus investimentos ruins.

Entender sobre os ciclos nos ajuda a perceber como o mercado é uma engrenagem viva.

É capaz de se recuperar (e se afundar) inúmeras vezes.

Já que ninguém sabe quando isso vai acontecer, o mais prudente é sempre estar posicionado.

O que importa é a dosagem.

Se você construiu uma carteira “frankenstein” com as dicas da internet, é hora de mudar.

Uma carteira “frankenstein” (ou colcha de retalhos) é como uma pessoa embriagada: nunca em equilíbrio, sempre nos excessos.

É impossível saber para onde o mercado vai, mas é possível saber os momentos de ciclo que podem ser bons indicativos para começar a se posicionar.

Se você já está posicionado, é hora de rever o que realmente faz sentido manter.

Se você não está, pode ser uma boa oportunidade para começar.

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