Investidores do mundo inteiro aguardam ansiosamente a decisão de Donald Trump para a presidência do FED (Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos). O importante anúncio tende a ocorrer antes da viagem do presidente norte-americano ao continente asiático, marcada para o dia 3 de novembro.
A disputa parece estar entre Jerome Powell, diretor do FED e Janet Yellen, atual chair do FED. Gary Cohn, principal conselheiro econômico de Trump, Kevin Warsh, ex-diretor do FED e o economista John Taylor, da Universidade de Stanford, estão entre os outros nomes cotados para assumir a presidência do FED.
Cohn, Warsh e Taylor não estão tão quentes no mercado, o que pode ser um grande alívio aos investidores acostumados com o longo período dovish da autoridade monetária norte-americana.
Entre todos os nomes cotados, o republicano Powell é visto como o mais parecido com Yellen, por apresentar viés consideravelmente dovish. Já o ex-diretor do FED e o renomado economista de Stanford estavam criando até então certas preocupações no mercado, por serem considerados mais pesados (não tão dovish) quanto Yellen e Powell, o que poderia ameaçar o tom extremamente cauteloso da política monetária norte-americana.
Segundo reportagem do site Politico, Donald Trump estaria mais inclinado a nomear Jerome Powell como novo chair do FED. Apenas alguns membros do grupo ultra conservador Freedom Caucus da Câmara dos Deputados resistem à nomeação de Powell. O Freedom Caucus também não quer Janet Yellen como chair do FED, a preferência é por um profissional de perfil hawkish, o que parece ser altamente improvável.
Apesar do barulho, o Freedom Caucus não conseguirá impedir uma nomeação dovish para o FED, já que a decisão de Trump precisa ser confirmada apenas pelo Senado. Diferentemente do que ocorreu em outras tentativas de movimentos de Trump durante este ano, o Freedom Caucus desta vez tende a não conseguir “atrapalhar”.
Curioso notar é que Trump criticou Yellen durante sua campanha eleitoral, mas agora considera não só substituir Yellen por outro profissional de perfil semelhante, como também manter a atual chair no cargo. O presidente dos Estados Unidos supostamente mudou de ideia porque tem encontrado dificuldades de implementar sua agenda econômica. A manutenção, portanto, do quadro macro local (considerado bom) tende a continuar dependendo das políticas frouxas do FED.
Seja com Powell ou Yellen, o FED tende a continuar no mais do mesmo, em movimentos cautelosos, muito graduais, com baixo risco de rápida eliminação do elevado nível de liquidez no sistema financeiro. Além disso, o quadro de inflação abaixo do centro da meta corrobora a decisão por um profissional de perfil dovish.
O tom otimista segue dominante em Wall Street, com S&P500 e Dow Jones renovando máximas histórias. O rendimento da Treasury de 10 anos se aquietou abaixo dos 2,35% e o dólar contra cesta de principais moedas globais oscila lateralizado nos últimos dias, em baixa volatilidade.
Por fim, destaque para o crescimento de 6,8% da economia chinesa no terceiro trimestre deste ano em relação ao ano anterior. O número é inferior aos 6,9% do segundo trimestre de 2017, mas sinaliza atividade sólida, com boa perspectiva de superar a meta de crescimento de 6,5% para este ano.
Analistas chineses esperam, também, que o PIB deste ano supere os 6,7% registrados em 2016, o que se concretizado marcará a primeira aceleração dos últimos sete anos, revelando eficácia na estratégia do governo de reestruturar o setor industrial e aquecer a demanda doméstica com aumento dos investimentos.
Peço desculpas pelo tempo relevante ausente e agradeço a paciência de todos. Aos poucos, tentarei retomar a frequência de posts. Bons negócios!