Barclays aponta empresas que podem ser afetadas pelo aumento de impostos na França
Sempre é difícil falar de si, sem parecer cabotino. Mas vamos lá.
Vivi alguns anos em Portugal, recebi uma proposta de trabalho, numa corretora de valores, retornei ao Brasil cheio de planos e projetos. O problema é que nem sempre as expectativas se confirmam. Vida que segue.
Trabalhei boa parte da minha carreira na empresa de Consultoria de Investimentos, voltada para o mercado de renda variável, Lopes Filho & Associados. Foi de 1993/09 até 2019/04, quando ela foi "incorporada" pela Eleven.
LFLF, seu fundador, foi um visionário, em 1977, por vislumbrar um mercado promissor na área de "research". As corretoras, na sua intermediação de mercado financeiro, para atrair clientes a sua prateleira de produtos financeiros, muito precisavam destas análises.
Como a Bolsa de São Paulo era um agrupamento a reunir as várias corretoras e bancos, eram estas a se sustentarem mutuamente. Até que com a "desmutualização" do mercado, as corretoras passaram por um "downsizing". Não tinham mais a parceria da Bovespa e muitas fecharam.
E o mercado encolheu ainda mais com o escândalo de Naji Nahas e o fim da bolsa do RJ.
Derradeiro, no entanto, foi o advento da Internet e o q chamamos de "commoditização" dos vários relatórios publicados. Estes passaram a ser divulgados na rede, de graça. Não havia porque pagá-los. Mataram a LF&A.
Tinha como "carro chefe" seu time de "research", em robusta produção de relatórios fundamentalistas e técnicos. Todos os analistas com CNPI, inclusive este escriba.
Neste ciclo, ainda trabalhei em duas corretoras de valores gringas, uma já extinta, envolvida em negócios cabulosos, outra, ainda por aí, se mantendo.
Acho estranho, no Brasil, esse mercado de corretoras. Num país distópico como o Brasil, com péssima governança, gestões populistas e de curto prazo, é praticamente impossível ganhar dinheiro neste nicho.
Soma-se que este mercado é muito concentrado, na mão de dois grandes players, outras, com os bancos. Sobra pouco para os independentes.
É como se tivéssemos escritórios de luxo (caros) a venderem uma série de produtos com baixa atratividade ou qualidade duvidosa. As estruturas são caras, grandiosas, pior para vender produtos complexos e nem sempre atraentes ao grande público.
Como dito, o universo acima é bem definido. Temos primeiro as corretoras de bancos. Essas fluem bem, pois boa parte dos clientes dos bancos migram.
Fica complicado, no entanto, quando falamos das corretoras independentes. Não rola, em maioria, não fecha as contas, mesmo quando estas possuem grana das matrizes no exterior. Mas até quando?
Vamos monitorando.
