A tempestade perfeita se desenha.
A adição do elemento “Guerra do Petróleo” impõe aos mercados a linha de Bear Market e já suscita por parte dos investidores a desesperada demanda por uma ação conjunta dos bancos centrais, como ocorreu na crise das hipotecas nos EUA.
A atual crise não pode ser ainda chamada do “fim do Bull Market” de 2008, pois entre outubro e dezembro de 2018, o mundo passou por semelhante correção dos ativos, que levou o S&P a quedas de 20% no período, porém, dadas as proporções e incertezas dos eventos, é possível que superemos em breve tal faixa, para se desenhar a grande correção desde o subprime.
O alastramento do coronavírus continua a ser o elemento mais grave de todos, principalmente pela imprecisão do impacto econômico em cada país, que depende da necessidade de fechamentos pontuais de cada localidade e da estrutura para atender aos doentes.
Os números não mentem, o vírus não é o prenúncio do apocalipse, mas nem de longe pode ser desprezado, pois sua taxa de transmissão é acima da média em termos de quantidade e velocidade.
A China, apesar das críticas iniciais, tem exercido papel exemplar no controle da doença, ainda que tenha ocorrido o uso de práticas não necessariamente democráticas.
Assim, as principais dúvidas quanto à pandemia são quanto aos impactos econômicos de possíveis dias parados, cidades fechadas, redução do turismo, do consumo e da produção e de como isso pode afetar o resultado do PIB de cada país.
A grande realidade é que ninguém sabe com certeza e as tentativas de revisão de cenários são frívolas.
A principal preocupação com a “Guerra do Petróleo” é com a elevação das incertezas e da volatilidade, num cenário recheado de dúvidas e temores, mas ao contrário do que aconteceu nos anos 70, este evento tem caráter deflacionário para energia e poderia ser benéfico a diversos setores, com exceção daqueles ligados à commodity.
Petróleo mais próximo aos US$ 30 o barril beneficiaria o mundo todo no curto prazo, principalmente ao considerarmos a redução dos custos energéticos e de transportes e no Brasil, além de tudo ‘quebraria’ o efeito do Real desvalorizado frente ao dólar no setor. Para as empresas petrolíferas, obviamente, a história é mais pesada.
A Arábia Saudita possui uma série de estudos indicando que a atual faixa de preços ainda é sustentável para suas operações, em vista ao custo marginal de produção de US$ 3, o menor do mundo e além disso, a posição russa incomoda os interesses árabes há muito tempo, além do incômodo dos EUA terem assumido a liderança na produção mundial desde 2007, com o óleo de xisto.
Em outro momento, o cenário econômico celebraria a ‘Guerra do Petróleo’
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o desenho cada vez maior do Bear Market.
Na Ásia, dia negativo, seguindo o aumento da produção árabe de petróleo.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, com exceção ao ouro.
O petróleo abre em queda, com a elevação da produção saudita.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,86%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,6269 / 0,22 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / 1,081%
Dólar / Yen : ¥ 102,44 / 2,860%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,222%
Dólar Fut. (1 m) : 4637,35 / -0,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,40 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,08 % aa (0,20%)
DI - Janeiro 25: 6,04 % aa (0,33%)
DI - Janeiro 27: 6,57 % aa (0,46%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -4,1439% / 97.997 pontos
Dow Jones: -0,9820% / 25.865 pontos
Nasdaq: -1,8650% / 8.576 pontos
Nikkei: -5,07% / 19.699 pontos
Hang Seng: -4,23% / 25.040 pontos
ASX 200: -7,33% / 5.761 pontos
ABERTURA
DAX: -6,053% / 10843,27 pontos
CAC 40: -6,202% / 4820,41 pontos
FTSE: -6,690% / 6030,18 pontos
Ibov. Fut.: -3,93% / 98376,00 pontos
S&P Fut.: -4,801% / 2821,80 pontos
Nasdaq Fut.: -4,822% / 8093,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -4,60% / 67,54 ptos
Petróleo WTI: -21,17% / $32,49
Petróleo Brent: -20,57% / $35,99
Ouro: 0,20% / $1.676,90
Minério de Ferro: -1,04% / $89,18
Soja: -2,43% / $861,75
Milho: -1,26% / $372,50 $372,50
Café: -1,80% / $103,70
Açúcar: -4,22% / $12,48 $12,48