De Volta a 1985
Mastrocinque: E aí, como a gente vai fazer hoje? Mesmo estilo de ontem?
Schweitzer: Ah, de repente dessa vez a gente pode cada um fazer um minuto.
Mastrocinque: Brincar de Jornal Nacional?
Schweitzer: Pode ser. Eu preferia a Renata Vasconcellos, mas… na falta dela, vai você mesmo.
Mastrocinque: Cid Moreira e Sergio Chapelin. Você pode me chamar de Mister M.
Risk Off
Mister M: Bolsa derrete na esteira das notícias ruins lá de fora, maiores perdedores são exportadores, principalmente metálicos – minério apresentou queda e já opera abaixo dos 75 dólares.
Aversão a risco em alta, com escalada das tensões geopolíticas (sabia que devia ter prestado mais atenção nas aulas do Demétrio Magnoli no colegial).
Não surpreende o dólar para cima e um pouco mais de tensão nos juros longos – juros curtos cedem mais um pouco, ao que parece, parte do mercado aposta em 125 bps. Acho muito pouco provável.
Lá fora, S&P opera ligeiramente no vermelho, enquanto Bolsas europeias não apresentam direção definida.
De volta à Vaca Guerra Fria
Mister M: Se a Bolsa aqui derrete, o clima lá fora esquenta.
Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, pressiona Moscou para terminar o apoio a Assad e membros do G-7 correm para buscar uma solução ao impasse sírio.
O jornal oficial da Evil Korea ameaça lançar mão de armas nucleares em resposta às ofensivas norte-americanas.
Sinto que acordei em 1985 – a Guerra Fria voltou. Welcome back, Lenin.
Schweitzer: Mais uma previsão d’Os Simpsons se concretizando.
O tempo passa, o tempo voa…
Schweitzer: por falar em 1985…
O tempo passa, o tempo voa… e a Poupança Bamerindus nem existe mais.
Quanta coisa mudou de lá para cá. E a poupança? Igualzinha.
A julgar pelos péssimos retornos oferecidos pela famigerada caderneta, penso sinceramente que ela já deveria ter virado coisa do passado, tipo ficha de orelhão, ombreira e refrigerante com rolha.
Por que ainda está aí? Pelo óbvio: convém aos bancos que você deixe suas economias lá, rendendo quase nada. É funding baratíssimo para engordar (ainda mais) os lucros das famílias mais ricas do país.
O que eles não falam é que existem alternativas com riscos tão baixos quanto os da poupança, oferecendo retornos melhores que a bendita — em alguns casos, alias, retornos substanciais. E o caso dos títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional.
No Tesouro Empiricus, a Marília ajuda você a sair do comodismo e melhorar a rentabilidade dos seus investimentos em renda fixa. Olha lá!
Meia aliche, meia calabresa
Mister M: Temer sinaliza que a Reforma da Previdência (sempre ela) pode passar com alguns ajustes e, mesmo assim, seria capaz de resolver o problema por uns 20 anos. Discussões sobre a regra de transição (mais branda) dariam mais chances de aprovação ao projeto.
A falta de quórum ontem, para aprovar o plano de socorro aos Estados me deixa um pouco reticente. Quão firme é a base de Temer?
O presidento se mexe e governo já sinalizou alguns agrados aos nobres (?!) deputados – antecipação de 1,8 bilhão de reais na liberação de emendas. Além disso, a cozinha do Planalto já se movimenta para preparar um jantar para mais de 400 convidados.
Torçamos para que não estejam assando uma imensa pizza.
Lula, que ficou em situação (ainda mais) complicada depois da delação de Marcelo Odebrecht, já pediu a dele com borda recheada.
PS.: palmas para a criatividade da PF – Fatura Exposta é um nome simplesmente brilhante.
Uma comparação eletrizante
Schweitzer: A Tesla superou a GM em valor de mercado e se tornou a fabricante de veículos mais valiosa do mercado americano.
Que carros elétricos são o futuro, não temos muita dúvida. A questão é: será que o futuro está tão próximo assim para justificar tamanha valorização?
Ou, talvez — e só para variar — haja um otimismo exacerbado no mercado americano? Só uma possibilidade.
De qualquer forma, é um sinal de alerta para todas as companhias integrantes da cadeia automobilística tradicional: é melhor se prepararem para um admirável mundo novo.
Schweitzer: Boa tarde!
Mister M: Boa tarde!