Brasília, 29 de agosto de 2017.
Pronunciamento do Presidente Ilan Goldfajn
Campanha Caça ao Tesouro
Prezados colegas, senhoras e senhores aqui presentes, bom dia!
Sejam bem-vindos à campanha de Caça ao Tesouro do Banco Central (BC).
Algo que ocorre em todo o mundo é mantermos uma grande quantidade de moedas fora de circulação, entesourada nos cofrinhos, gavetas ou carros, seja para poupar ou por simples esquecimento ou perda. O problema é que o conjunto dessas moedas retiradas de circulação no Brasil representa cerca de 35% do total. Considerando que desde 1994 foram emitidas quase 25 bilhões de moedas de Real, chega-se ao número estimado de 8,7 bilhões de moedas entesouradas, que correspondem a aproximadamente 1,4 bilhões de reais. Isso é muito significativo.
O Banco Central tem se esforçado para administrar os estoques disponíveis com a finalidade de atender de forma mais equânime possível às demandas em âmbito nacional, embora a produção de numerário, desde 2014, tenha sido impactada pela necessidade de redução da despesa pública no âmbito federal. A quantidade de moedas hoje alcança R$ 6,3 bilhões em valor, o que corresponde a uma disponibilidade per capita de R$ 31 em moedas, equivalente a 123 unidades por habitante.
Em 2016, foram postas em circulação 761 milhões de unidades de novas moedas, número 11% superior ao de 2015, quando foi disponibilizado um total de 685 milhões de unidades. Em 2017, até 31 de julho já foram disponibilizadas 434 milhões de novas moedas.
É importante destacar que a proporção de moedas em relação ao total do meio circulante no Brasil é da ordem de 2,8%, estando alinhada a parâmetros internacionais — que variam de 2,3% a 3,0% — indicando que a disponibilidade atual atenderia às necessidades do meio circulante. Observamos, contudo, alguma dificuldade decorrente da não circulação de todas as moedas em poder do público.
É papel do Banco Central sensibilizar o público quanto à necessidade de promover a recirculação das moedas guardadas, pois o entesouramento, além de contribuir para a dificuldade de troco, motiva a necessidade de produção de novas moedas, cujos custos têm sido crescentes. A recirculação de moedas contribui para a redução do gasto público. Devemos lembrar que o custo de suprimento de moedas alcançou, em 2016, cerca de R$243 milhões.
Além disso, colocar moedas para circular é bom para o setor real da economia e bom para o meio ambiente. Fabricar menos moedas implica, por exemplo, economia de energia e de minérios.
Com o intuito de promover a circulação de moedas, o BC idealizou duas campanhas de comunicação — uma interna e outra externa.
Com a ação interna, o Banco Central quer dar o exemplo. Servidores, terceirizados, aposentados e familiares serão incentivados a trazer moedas para troca por notas no BC. Pretendemos, com isso, sensibilizar nossos colaboradores, que também são influenciadores e formadores de opinião. Acreditamos, ainda, que essa iniciativa poderá ser replicada em outros órgãos e instituições, chamando atenção para a importância da recirculação de moedas.
A ação externa, por sua vez, consistirá em uma campanha de utilidade pública.
Visando despertar a consciência e a reflexão do cidadão, o Banco Central, a partir de setembro, veiculará campanha online incentivando a circulação de moedas e a redução do entesouramento. A veiculação vai durar quatro semanas e estará restrita às mídias sociais (como Facebook, Twitter e Instagram).
Esperamos o engajamento da sociedade para que possamos trazer bilhões de moedas de volta à circulação.
Por fim gostaria de convidar a todos para que assistam, em primeira mão, a um pequeno vídeo, que marca o início de nossa companha online. Esse vídeo estará disponível em nossas mídias sociais ao fim deste evento.
Obrigado a todos, e vamos à caça ao tesouro!
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