Discurso de Carolina de Assis Barros na Sabatina do Senado Federal para Apreciação de sua Indicação ao Cargo de Diretora do Banco Central do Brasil
Excelentíssimo Senador Tasso Jereissati, Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, Excelentíssima Senhora Senadora Simone Tebet, relatora da mensagem relativa à minha indicação, Excelentíssimas Senhoras Senadoras, Excelentíssimos Senhores Senadores, Senhoras e Senhores.
Para começar, gostaria de agradecer imensamente a confiança em mim depositada pelo presidente Ilan Goldfajn, ao convidar-me para compor a Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, órgão ao qual tenho orgulho de pertencer, pelo valor inestimável que gera para a sociedade brasileira: a manutenção do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.
Dirijo também meus mais sinceros agradecimentos ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Michel Temer, pela indicação para ocupar tão relevante cargo na República Brasileira.
Embora a responsabilidade seja grande, entendo que disponho dos atributos necessários para o exercício da função de Diretora do Banco Central, em especial na área de Administração.
Peço licença para discorrer brevemente sobre minhas trajetórias acadêmica e profissional. Os últimos dezessete anos de minha vida profissional foram dedicados ao trabalho no Banco Central. Nesse período, por cerca de nove anos, atuei na área de Administração, contribuindo para que o Banco Central alcançasse sua missão de controlar a inflação e de garantir a estabilidade e a solidez do sistema financeiro.
Iniciei minha atuação na área de planejamento, orçamento e gestão. A natureza dessas atividades relacionadas à gestão e à governança da Instituição me proporcionou visão ampla acerca da necessidade de otimizar a utilização dos recursos públicos, com o objetivo de alcançar os melhores resultados em benefício da sociedade brasileira.
Na sequência, por seis anos, atuei como Consultora e Chefe de Gabinete de quatro Diretores de Administração. Hoje, percebo que a experiência acumulada ao longo do exercício dessas funções propiciou reflexão profunda sobre os temas com os quais terei que lidar, caso o Senado Federal aprove minha indicação.
Tive a oportunidade de exercer, por um ano e dois meses, a função de Chefe de Gabinete do Presidente do Banco Central, tendo ocupado cumulativamente a posição de Secretária-Executiva da Casa, nos últimos seis meses do período.
Nos últimos seis anos, estive à frente do Departamento de Comunicação, experiência que me permitiu aprimorar meu desempenho como líder de equipe e também aprofundar meus conhecimentos em comunicação de política monetária. Nesse período, o Banco Central passou a utilizar as chamadas redes sociais para se comunicar e interagir diretamente com a população, divulgando informações sobre a atuação da Autoridade Monetária em linguagem simples e acessível ao cidadão comum.
Tenho sólida formação acadêmica, centrada fundamentalmente na área de Administração. Sou graduada em Administração, cursei pós-graduação em Administração Financeira e tenho o título de Mestre em Administração Pública e Políticas Públicas.
Escolhi estudar e me aprofundar em temas relacionados à administração pública, pois acredito que a superação das dificuldades enfrentadas pelo nosso País passa obrigatoriamente pela implementação das boas práticas administrativas.
Tenho convicção de que minha formação acadêmica e minha trajetória profissional me habilitam para o desempenho do cargo de Diretora do Banco Central do Brasil, razão pela qual muito apreciaria ter a honra do meu nome aprovado pelo Senado Federal.
Agora, dirijo minhas palavras às senhoras e aos senhores para enfatizar meu empenho em atuar para que o Banco Central cumpra sua missão institucional.
O dinheiro de uma nação representa muito mais do que um instrumento para viabilizar transações econômicas e financeiras. Conforme as senhoras e os senhores já sabem, o Real é um elemento de integração e de identidade nacional.
O objetivo fundamental do Banco Central do Brasil é justamente garantir o poder de compra da nossa moeda. Isto é, lá trabalhamos para que o nosso dinheiro não perca seu valor. Aqui e agora, perante esta Comissão de Assuntos Econômicos, reafirmo que dedicarei meus melhores esforços para ajudar o Banco Central do Brasil a manter a inflação sob controle. Inflação baixa e estável é a única maneira de garantir que o poder de compra do salário do trabalhador seja preservado.
Conforme todos têm acompanhado, o Comitê de Política Monetária, sob a direção de Ilan Goldfajn, tem conduzido o atual ciclo de relaxamento monetário de forma segura, com expectativas ancoradas, minimizando os riscos, para que o processo desinflacionário seja sustentável ao longo do tempo.
Esse é um grande benefício para a sociedade. Reduzir incertezas sobre o futuro ajuda nas decisões de investimento e de consumo, diminui custos de financiamento, criando melhores condições para o crescimento sustentado da economia. Governo, empresários e famílias sentem-se confiantes no futuro e, portanto, investem e geram emprego. Segundo tem afirmado o Presidente Ilan, “haverá uma revolução no mercado com a diminuição das taxas. Haverá um novo jeito de fazer negócios no país”.
Cada vez mais as brasileiras e os brasileiros têm tido acesso a produtos e serviços financeiros. É o resultado de uma política desenvolvida pelo Banco Central que chamamos de inclusão financeira. Atualmente são mais de cem milhões de pessoas com conta-corrente no país.
A solidez dos bancos, das corretoras, das cooperativas e de todo o sistema financeiro a quem os cidadãos, os comerciantes e os empresários confiam seus valores é outro grande benefício gerado pela atuação do Banco Central. Caso seja aprovada por esta Casa, comprometo-me a trabalhar também para garantir a solidez e eficiência do Sistema Financeiro Nacional.
Nesse quesito, também estamos bem. Com o fim da recessão, a inflação sob controle e com a queda da taxa básica de juros, ocorreu naturalmente uma redução de riscos à economia. O sistema financeiro também se apresenta sólido e mantém capacidade para absorver perdas em cenários de estresse.
Além de sua missão clássica de controlar a inflação e de garantir a saúde das instituições, o Banco Central apresentou à sociedade uma pauta de trabalho mais ampla. Por meio da Agenda BC+, organizada em quatro pilares de atuação, o Banco Central quer proporcionar à sociedade:
• Crédito mais barato;
• Legislação mais moderna;
• Sistema financeiro mais eficiente;
• Mais cidadania financeira.
Gostaria de citar aqui algumas das principais realizações da agenda no ano de 2017, destacando a Taxa de Longo Prazo (TLP); a aprovação do novo marco legal punitivo; a diferenciação de preços no pagamento com cartão de débito e de crédito; a simplificação dos compulsórios e uma maior presença do Banco Central nas mídias sociais. As duas primeiras medidas citadas não lograriam sucesso sem a atuação do Poder Legislativo.
Comprometo-me a trabalhar para que o Banco Central avance ainda mais na implementação das ações da Agenda BC+, com destaque para a pauta legislativa em andamento: Cadastro Positivo, Autonomia do Banco Central, Depósitos Voluntários, Duplicata Eletrônica, Relacionamento BC/ Tesouro, para a qual peço o apoio das senhoras e dos senhores.
Caso tenha a honra de ser aprovada pelo Senado Federal, estarei a cargo da área de Administração, que é responsável por recursos humanos, recursos materiais e administração predial, gestão financeira e orçamentária, planejamento, educação corporativa e pelo provimento de cédulas e moedas ao país.
A área de Administração deve contribuir de forma direta para que o Banco Central alcance seus objetivos. Assim, pretendo adotar as melhores práticas de gestão administrativa e de pessoas para dotar o Banco Central com os melhores recursos e os mais capazes e produtivos servidores.
Na qualidade de administradora pública, entendo que o compromisso com o ajuste fiscal das contas públicas exigirá um esforço de todos, o que significa que o Banco Central do futuro deverá fazer mais com menos. Para isso, pretendo orientar a minha gestão com base em algumas diretrizes: profissionalismo, orientação a resultados, racionalidade e inovação.
Neste momento, permitam-me dirigir especiais palavras aos servidores do Banco Central do Brasil. Senhoras senadoras e senhores senadores, trata-se um corpo funcional valoroso, composto por mulheres e homens com sólida formação acadêmica, aprofundado nível de conhecimento técnico e, sobretudo, que têm orgulho de pertencer ao Banco Central e de contribuir para que a autarquia cumpra sua missão institucional.
Aos servidores, enfatizo que pretendo administrar com transparência e disposição permanente para o diálogo, buscando sempre trabalhar para manter a atratividade e a valorização da carreira funcional.
Para finalizar, reitero meu compromisso em atuar para que o Banco Central cumpra sua missão institucional, proporcionando para a sociedade brasileira uma moeda forte e um sistema financeiro sólido. Seria uma honra para mim contar com a aprovação desta Casa para assim fazê-lo na posição de Diretora do Banco Central.
Muito obrigada.
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