Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Em debate com representantes dos petroleiros, nesta terça-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a briga pela Petrobras (SA:PETR4) precisa ser nacional, e todos os atingidos pela alta de preços dos combustíveis precisam se envolver.
"Hoje para defender a Petrobras é preciso construir um discurso para a pessoa que está cozinhando com lenha na calçada porque não tem gás, para que ela perceba que aquela briga é dela. Que o cara que tem um carrinho que não pode mais tirar da garagem ele tem que saber que essa luta é dele", disse Lula.
O evento, no Rio de Janeiro, reuniu representantes da Federação Única dos Petroleiros e candidatos a cargos eletivos ligados à categoria no Estado para conversar sobre a crise do preço dos combustíveis.
Lula repetiu o que já vem falando contra a paridade de preços internacionais adotada hoje pela estatal e reforçou que o Brasil não pode ser um importador de derivados, mas tem que ampliar o refino no Brasil.
Disse ainda que não se pode continuar ouvindo o presidente Jair Bolsonaro "colocar a culpa em quem não tem culpa".
"A culpa é efetivamente do presidente e da direção da Petrobras", disse.
Lula comentou ainda o apontamento de Adriano Pires para ser o novo presidente da empresa, que substituirá Joaquim Silva e Luna.
"Eu não conheço essa pessoa por isso eu não vou falar mal do cara que assumiu, mas os dois trechos que eu vi de notícia hoje é que ele é lobista. E que ele é muito mais ligado às empresas estrangeiras que às nossas", disse o ex-presidente.
Em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, Lula tem criticado a gestão da Petrobras e a política de preços dos combustíveis, e prometeu, caso eleito, "abrasileirar" os preços, tirando a paridade com o valor do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional.