Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que é aceitável que o banco central do Japão não cumpra o prazo fixado pela própria autoridade monetária para atingir a meta de inflação, sugerindo que o governo não tem disposição neste momento para pressionar a instituição a expandir seus estímulos monetários.
A inflação ao consumidor praticamente parou, devido principalmente ao efeito do tombo dos preços do petróleo, mantendo a pressão sobre o Banco do Japão para fazer mais para cumprir sua promessa --feita em abril de 2013-- para acelerar a inflação a 2 por cento em cerca de dois anos.
Abe expressou confiança de que a economia do Japão continua em trajetória de recuperação sólida, acrescentando que com os preços do petróleo ainda caindo, não é possível ajudar o banco central a cumprir seu prazo de dois anos.
"Quedas dos preços do petróleo são boas para a economia do Japão. Aceitamos a explicação do banco central de que atingir sua meta de inflação (em dois anos) se tornou efetivamente difícil", disse o premiê ao Parlamento.
Abe também disse que o governo não vai intervir em decisões específicas de política monetária, pois tem "confiança total" na administração do presidente do banco central, Haruhiko Kuroda.
O Banco do Japão postergou na prática seu prazo original de dois anos e agora projeta que a inflação atingirá a meta de 2 por cento por volta de setembro do ano que vem --previsão que muitos analistas ainda acreditam ser ambiciosa demais, considerando os renovados declínios dos preços do petróleo.