Nova Délhi, 3 set (EFE).- O diretor-geral da Organização Mundial
do Comércio (OMC), Pascal Lamy, referendou hoje, em Nova Délhi, sua
aposta no livre-comércio e criticou as medidas protecionistas
adotadas por alguns países dentro da crise financeira internacional.
Lamy participou de uma conferência organizada pela Federação das
Câmaras Indianas de Comércio e Indústria (FICCI, em inglês), pouco
antes de assistir à inauguração de um fórum de ministros de 40
países-membros da OMC em Nova Délhi.
"Vimos um aumento das medidas comerciais restritivas desde o
início da crise financeira", denunciou Lamy, perante os empresários
indianos, segundo um comunicado divulgado pela FICCI.
"Embora a situação não seja para se alarmar - acrescentou -,
precisamos ficar atentos e nos assegurar de que os membros da OMC
continuam abertos uns aos outros".
O diretor-geral fez depois um discurso na inauguração da
conferência de ministros da OMC, que ocorre durante dois dias, a
portas fechadas, em um luxuoso hotel de Nova Délhi.
O objetivo dos participantes é chegar a uma postura comum que
sirva de base para revitalizar as estagnadas negociações da Rodada
do Desenvolvimento de Doha, dentro da OMC.
A rodada começou na capital catariana em 2001, mas as negociações
estão estagnadas, devido às diferenças de critérios entre os países
sobre subsídios agrícolas e tarifas industriais.
Segundo Lamy, a Rodada de Doha continua sendo "o meio mais eficaz
para alcançar objetivos" como a ampliação de mercados a bens e
serviços, a eliminação de subsídios que distorcem o comércio, e a
geração de transparência e capacidade de prognóstico comerciais.
A reunião de Nova Délhi é a primeira desde a realizada entre
todos os membros da OMC em Genebra, em julho do ano passado, que
terminou sem acordo. EFE