Por Mayank Bhardwaj e Saurabh Sharma
NOVA DÉLHI (Reuters) - Agricultores na Índia prometeram nesta segunda-feira intensificar seus protestos de meses contra leis que visam a liberalização da agricultura, em meio ao aumento da tensão, um dia depois que oito pessoas foram mortas em confrontos entre produtores e simpatizantes do partido no poder.
Quatro dos oito morreram quando um carro ligado a uma autoridade de alto escalão do partido governista atropelou manifestantes no estado de Uttar Pradesh, disseram líderes do protesto.
A polícia afirmou que estava investigando o incidente e registrou um boletim contra 13 pessoas, incluindo um filho do ministro do estado no Ministério do Interior, Ajay Kumar Mishra.
Uma aliança de grupos de protesto fez uma petição ao presidente Ram Nath Kovind nesta segunda-feira por uma investigação da violência supervisionada pela Justiça.
"Vamos intensificar nossa agitação em Uttar Pradesh e em outras partes do país para destacar a situação difícil de agricultores inocentes", disse à Reuters Dharmendra Malik, líder sênior da União Bharatiya Kisan.
"O governo pode tentar desacreditar o movimento de 10 meses, mas permaneceremos pacíficos em nossa luta", completou.
A legislação à qual os agricultores se opõem, introduzida em setembro do ano passado, desregula o setor, permitindo que os agricultores vendam os produtos a compradores fora dos mercados de atacado regulamentados pelo governo, onde os produtores têm garantia de um preço mínimo.
Os pequenos agricultores afirmam que as mudanças os tornam vulneráveis à competição das grandes empresas e que podem eventualmente perder o apoio aos preços de produtos básicos como trigo e arroz.
O governo alega que a reforma do setor, que responde por cerca de 15% da economia de 2,7 trilhões de dólares, significa novas oportunidades e melhores preços para os agricultores.