WASHINGTON (Reuters) - A Alemanha se comprometeu a agir para limitar a capacidade de exportação de energia da Rússia, caso Moscou busque ações agressivas contra a Ucrânia ou use energia como arma, afirmou uma importante diplomata norte-americana nesta quarta-feira, delineando o pacto entre Estados Unidos e Alemanha sobre o polêmico gasoduto Nord Stream 2.
O acordo que deve ser anunciado ainda nesta quarta-feira busca resolver uma disputa antiga sobre o gasoduto de 11 bilhões de dólares, agora 98% completo, que está sendo construído sob o Mar Báltico para transportar gás da região ártica da Rússia para a Alemanha.
Autoridades dos EUA são contra o gasoduto que permitiria que a Rússia exporte gás diretamente à Alemanha, potencialmente cortando outras nações, mas disseram que o pacto EUA-Alemanha minimizaria a possibilidade de a Rússia usar energia como uma arma.
"Entre outras coisas, a Alemanha se comprometeu, por este acordo conosco, que se a Rússia tentar usar energia como uma arma, ou cometer mais agressões contra a Ucrânia, a Alemanha tomará ações em nível nacional e pressionará por medidas efetivas em nível europeu, incluindo sanções, para limitar as capacidades de exportação da Rússia no setor de energia", afirmou a subsecretária de Estado, Victoria Nuland, a parlamentares.
Nuland também afirmou que a Alemanha apoiará uma extensão do acordo de trânsito de gás Rússia-Ucrânia que expira em 2024.
"Buscaremos, pressionaremos e usaremos toda a influência para buscar mais 10 anos à Ucrânia, mas, de maneira mais abrangente, precisamos trabalhar juntos para reduzir a dependência ucraniana, tanto na sua dependência econômica do trânsito, mas sua própria dependência do gás russo", disse ela à Comissão de Relações Exteriores do Senado.
"Vocês verão, quando isto for lançado, um esforço considerável de EUA e Alemanha para ajudar a diversificar o fornecimento e a fonte de energia da Ucrânia, com números concretos em dólares e euros associados a eles", acrescentou.
"Esta é uma situação ruim e um gasoduto ruim, mas precisamos ajudar a proteger a Ucrânia e eu sinto que fizemos um bom progresso nessa direção com este acordo".
(Por Arshad Mohammed e Jonathan Landay)