LONDRES (Reuters) - O excedente de petróleo nos mercados globais começou a diminuir devido a um crescimento mais forte que o esperado na demanda da Europa e dos Estados Unidos, bem como por declínios na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e países não membros, disse nesta quarta-feira a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
A agência, que coordena as políticas energéticas de países industrializados, elevou sua projeção de crescimento na demanda em 2017 para 1,6 milhão de barris por dia, ante 1,5 milhão de bpd anteriormente.
"O crescimento da demanda nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) continua a ser mais forte que o esperado, particularmente na Europa e nos EUA", disse a IEA, com sede em Paris.
"Com base em apostas recentes feitas por investidores, as expectativas são de que os mercados estejam se apertando e que os preços vão subir, embora de forma muito modesta", disse a agência.
Essa demanda robusta nos países industrializados foi um fator-chave no crescimento de 2,3 milhões de bpd na demanda global no segundo trimestre, maior alta trimestral na comparação ano a ano desde meados de 2015.
Do lado da oferta, a produção caiu em 0,72 milhão de bpd em agosto, devido a paralisações não planejadas e atividades de manutenção programadas na Líbia, bem como em países não membros, como Rússia, Cazaquistão, Azerbaijão e México, além do Mar do Norte.
Foi a primeira queda na produção global em quatro meses, e em agosto houve ainda o primeiro recuo na produção de petróleo da Opep em cinco meses.