DUESSELDORF, Alemanha (Reuters) - A alemã E.ON sofreu seu maior prejuízo anual após contabilizar bilhões de euros em encargos sobre suas usinas de energia em dificuldades, abrindo caminho para que faça a cisão destes ativos que sofrem com preços baixos.
"O que planejamos fazer não é apenas uma das maiores cisões na história da Alemanha. Também é uma das maiores do setor de energia mundial", disse nesta quarta-feira o presidente-executivo da empresa, Johannes Teyssen.
As companhias de energia da Europa estão precisando se adaptar a grandes mudanças no setor causadas por uma acentuada queda nos preços do petróleo e um salto na capacidade de energia renovável que tirou muitas usinas movidas a gás e carvão do mercado.
Na resposta corporativa mais drástica até agora à crise, a E.ON, maior concessionária de serviços públicos da Alemanha, anunciou planos em novembro para dividir seus negócios. A companhia vai fazer a cisão de seu negócio convencional de geração de energia para focar em renováveis, redes de energia e serviços.
Analistas, que em média tem uma recomendação de "manutenção" para o papel, segundo dados da Reuters, têm estado divididos sobre a decisão do grupo de separar-se em dois. Alguns analistas receberam bem a separação do negócio de geração, enquanto outros não conseguem ver como isso criará valor para investidores.
A E.ON teve prejuízo líquido de 3,2 bilhões de euros (3,4 bilhões de dólares) em 2014, ante lucro de 2,14 bilhões de euros um ano antes, informou a companhia nesta quarta-feira. Analistas esperavam, em média, prejuízo líquido de 3,3 bilhões de euros.
O prejuízo, o maior desde que a companhia foi formada com a fusão dos grupos alemães de energia VEBA e VIAG em 2000, foi causado por encargos em 5,4 bilhões de euros provenientes de reduções nos valores de usinas de energia, incluindo ativos na Grã-Bretanha, Suécia e Itália.
(Por Christoph Steitz e Tom Kackenhoff)