ASSUNÇÃO (Reuters) - Os presidentes dos países do Mercosul se reúnem no Paraguai nesta segunda-feira em uma nova tentativa de dinamizar um bloco comercial estagnado, que precisa reforçar a integração para superar a crise enfrentada por suas maiores economias.
A reunião marcará a estreia do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, em um fórum regional que busca voltar ao debate econômico, deixando em segundo plano as diferenças políticas, enquanto negocia pactos comerciais com blocos como a União Européia (UE).
"Temos muita responsabilidade principalmente em tocar questões importantes na economia, as ameaças externas a nossas economias", afirmou o presidente da Bolívia, Evo Morales, quando chegou ao Paraguai.
Além de Macri e Morales, vão participar da reunião no Paraguai a presidente Dilma Rousseff, o líder do Paraguai, Horacio Cartes, Tabaré Vázquez, do Uruguai, e Michelle Bachelet, do Chile, um país que, como a Bolívia, é associado ao bloco.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não viajou devido a compromissos internos, disse o chanceler anfitrião do encontro, em meio a um debate sobre a adesão do país caribenho a um protocolo proposto pelo Paraguai para monitorar o cumprimento dos direitos humanos nos Estados membros.
Nas reuniões do fim de semana anteriores à cúpula os ministros do Mercosul defenderam impulsionar o comércio regional em um ambiente econômico adverso, à medida que o Brasil enfrenta cenário de recessão e uma crise política que resultou na deflagração de processo de impeachment contra Dilma.
As medidas tomadas por Macri em seus primeiros dias no gabinete ganharam aplausos do Brasil e do Uruguai. O novo governo argentino retirou restrições cambiais e ao comércio eliminando travas à circulação de mercadorias que geraram fortes reclamações de seus parceiros no passado.
"O Mercosul está entrando em uma etapa positiva, superando alguns dos problemas que estavam travados até agora", disse a repórteres o ministro da Economia do Paraguai, Danilo Astori.
O ministro da Indústria do Paraguai, Gustavo Leite, acrescentou: "O Mercosul ideológico e político não beneficiou ninguém, temos de voltar ao Mercosul econômico e comercial, de integração real e de livre comércio".
(Reportagem de Daniela Desantis e Mariel Cristaldo)