Por Tetsushi Kajimoto e Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - Autoridades japonesas disseram nesta sexta-feira que vão buscar uma resposta política global dos países do G20 para a turbulência dos mercados mundiais, enquanto o presidente do banco central do país rejeita sugestões de que a deterioração foi causada pela nova política de taxa de juros negativa do banco.
Destacando a preocupação de Tóquio com a queda dos preços das ações, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, reuniu-se com o presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, pela primeira vez em quase cinco meses para discutir os acontecimentos da economia e dos mercados globais.
"Eu expliquei o pensamento do banco central sobre estímulos com taxa de juros negativa e seus efeitos", disse Kuroda a repórteres após a reunião, acrescentando que Abe não fez nenhum comentário em particular sobre política monetária.
Kuroda se recusou a comentar sobre os recentes movimentos do iene, e sobre o que conversou com Abe da política cambial.
Ameaças verbais de intervenção pelo ministro das Finanças, Taro Aso, falharam em derrubar o iene. A força da moeda tem ampliado as dores de cabeça do banco central, cuja adoção de taxa de juros negativa no mês passado falhou até agora em produzir um impacto positivo sustentado no mercado acionário em meio a uma deterioração mais ampla.
Aso e seus subordinados no Ministério das Finanças disseram que vão buscar saber se os líderes financeiros do G20 podem concordar com uma coordenação política quando se encontrarem em Xangai neste mês.
Mais cedo, Kuroda disse que a política de juros negativos do Banco do Japão vai ajudar a estimular a economia ao reduzir os custos de empréstimo, rejeitando críticas de que a decisão agravou a turbulência do mercado ao alimentar temores de que vai apertar ainda mais os lucros dos bancos.
(Reportagem adicional por Stanley White)