Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - O Santander Brasil (SA:SANB11) teve lucro praticamente estável no primeiro trimestre, uma vez que o controle da inadimplência permitiu menores despesas com provisões para calotes, o que compensou a retração da carteira de crédito.
O maior banco estrangeiro no país anunciou nesta quarta-feira que seu lucro gerencial, ou recorrente, foi de 1,66 bilhão de reais no período, alta de 1,7 por cento ante mesma etapa de 2015. Após despesas com ágio, o lucro societário somou 1,213 bilhão de reais, aumento de 77,4 por cento na comparação anual.
Refletindo a recessão no país, o Santander Brasil viu sua carteira de crédito ampliada encolher 3,8 por cento sobre um ano antes, a 312 bilhões de reais, número também 5,7 por cento menor do que no fim de 2015. O financiamento ao consumo e às grandes empresas foram as carteiras com maior retração: 9,6 por cento em ambos os casos.
Contudo, a qualidade da carteira ficou praticamente estável, uma vez que o índice de inadimplência acima de 90 dias foi a 3,3 por cento, alta de apenas 0,1 ponto percentual sobre dezembro. Na comparação anual, houve alta de 0,3 ponto.
A provisão do banco para perdas com inadimplência, excluindo recuperação de crédito, somou 3,028 bilhão de reais no trimestre. Embora o número signifique um aumento de 17,9 por cento no comparativo anual, foi 13,4 por cento inferior na base sequencial, o que mostra que o banco confia que terá menos perdas com calotes nos próximos meses.
E mesmo com a queda no crédito, o Santander Brasil viu um aumento de sua margem financeira crescer, refletindo tanto o repasse de taxas de juros maiores quanto de reclassificações na estrutura de captação. Ano a ano, a margem líquida com crédito subiu 4,6 por cento, mas caiu 1,8 por cento sequencialmente.
Em outra frente, o banco teve um aumento de 9,3 por cento nas receitas com tarifas, a 3,09 bilhões de reais. Sobre o último trimestre de 2015, porém, houve queda de 3,7 por cento.
As despesas gerais, incluindo de pessoal e administrativas, somaram 4,4 bilhões de reais de janeiro a março, alta anual de 7,5 por cento, número abaixo da inflação no período, mesmo incluindo um gasto extra pela associação com o Bonsucesso. Excluindo este efeito, o crescimento teria sido de 6 por cento. No trimestre, houve redução de 4,8 por cento.
O retorno do Santander Brasil sobre o patrimônio líquido ficou em 12,6 por cento no período, queda de 0,2 ponto percentual sobre um ano antes e alta de 0,2 ponto sobre o trimestre imediatamente anterior.