Copenhague, 28 mar (EFE).- A Ford assinou hoje um acordo com a
montadora chinesa Geely para a venda da Volvo Cars, como anunciaram
as duas companhias em entrevista coletiva em Gotemburgo, na Suécia.
A Volvo Cars foi avaliada em US$ 1,8 bilhão, mas a Geely
assegurou ter "facilidades significativas em capital de trabalho"
para financiar a aquisição.
O acordo assinado hoje em Gotemburgo, que incide também sobre
direitos imateriais e desenvolvimento tecnológico, será efetivo a
partir do terceiro trimestre deste ano.
Ford e Geely tinham anunciado em 23 de dezembro um acordo inicial
com o que se comprometiam a assinar a venda da Volvo no primeiro
trimestre de 2010.
Na entrevista coletiva, o presidente da Geely, Li Shufu, disse
que a Volvo Cars continuará sendo uma companhia independente dentro
do grupo chinês e com sede em Gotemburgo, mas terá nova direção.
Segundo Li Shufu, a marca sueca seguirá fiel a seus valores
principais de segurança e design.
A Geely pretende conservar as fábricas da Volvo em Torlanda
(Suécia) e Gante (Bélgica), mas estudará a possibilidade de fabricar
novos modelos da marca também na China.
A Ford continuará colaborando com a Volvo e, durante algum tempo,
fornecerá motores, mas não manterá nenhuma participação nela, como
assegurou o diretor financeiro da montadora americana, Lewis Booth.
A Booth destacou a estabilidade da Volvo e espera que a marca
volte a dar lucro num futuro próximo.
Volvo e Geely tem tamanho similar. A sueca, que em 2009 teve
prejuízo de US$ 653 milhões, produziu nesse mesmo ano quase 335 mil
carros e conta com 19.650 empregados.
Já a marca chinesa tem 13 mil trabalhadores e no ano passado
fabricou 325 mil veículos.
A Volvo foi criada em 1927 em Gotemburgo pelo engenheiro Gustav
Larsson e o economista Assar Gabrielsson.
Após duas tentativas fracassadas de fusão com a também sueca
Scania e a francesa Renault, a Volvo vendeu em 1999 sua divisão de
carros a Ford por US$ 6 bilhões, mas manteve a produção de ônibus,
caminhões e equipamento aeronáutico.
A Ford iniciou em 2006 um processo para eliminar todas as marcas
do grupo não consideradas centrais, já se antecipando ao início da
crise no setor automotivo. EFE