Por Tsvetelia Tsolova
SÓFIA (Reuters) - Quase 10 anos depois de a Bulgária se filiar à União Europeia, muitos de seus cidadãos sentem que seus problemas estão muito baixos na lista de prioridades de Bruxelas.
Agora muitos búlgaros decepcionados estão se voltando para a Rússia, sua antiga soberana durante a era soviética, por vê-la como um vizinho mais relevante.
Este sentimento deve ser reforçado no segundo turno da eleição presidencial de domingo, na qual se prevê a vitória do general Rumen Radev, ex-comandante da Força Aérea que tem simpatia pelo Kremlin.
A posição de Radev --que acredita que a Bulgária, um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), deveria limitar suas apostas quando se trata de suas alianças internacionais-- ecoou no país do Mar Negro, que já depende da Rússia para a maior parte de sua energia, equipamento militar e receitas de turismo.
"O Ocidente e a União Europeia cometeram muitos erros com a Rússia nos últimos anos", disse Emilia Trencheva, contadora de 48 anos que desfrutava de um passeio nos jardins do Teatro Nacional de Sófia, destino popular construído em 1907.
"A Rússia é muito importante, e eles a isolaram. Rumen Radev irá encontrar o equilíbrio perfeito. Ele prometeu segurança, e é isso que as pessoas querem ouvir", opinou ela.
Desde que anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, Moscou vem realizando exercícios militares e sobrevoos no que outrora foi o sudeste europeu sob jugo comunista, e diplomatas dizem que também montou uma campanha de lobby para ganhar influência.
Radev, que deixou a Força Aérea para concorrer na eleição como aliado independente do Partido Socialista, expressou tolerância com a manobra russa na Ucrânia e é favorável que o Ocidente suavize as sanções que impôs a Moscou.